Fatal

Quem já conferiu outros filmes da diretora Isabel Coixet (“A Vida Secreta das Palavras”, “Minha Vida Sem Mim”) sabe o quanto ela é habilidosa em tratar de temas difíceis- como a morte- sem ser piegas. Em “Fatal”, adaptação do romance “O Animal Agonizante” de Phillip Roth, ela amplia esse escopo para falar do tempo e de suas consequências, como o envelhecimento e a maturidade.

Bem Kingsley (excelente, como de costume) interpreta o professor universitário e crítico literário, David Kepesh, que por não ter sido feliz no casamento, decide manter casos esporádicos com jovens alunas ou com a amiga/amante Carolyn (Patricia Clarkson).

Sua aversão a compromissos mais sérios será colocada “em xeque”, quando a jovem Consuela Castillo (Pénelope Cruz, belamente fotografada) passa a frequentar suas aulas. A jovem o cativa desde o primeiro momento, talvez por conta de sua beleza e sua altivez. De objeto do desejo, inicialmente, a garota tornar-se-á um grande amor, fazendo com que a vida de Kepesh guie-se ora pela razão ora pela emoção.

O amigo e poeta George O´Hean (Dennis Hopper), aconselha-o a acabar logo com o caso, antes que seja dominado pela situação. Porém, contra o destino, o professor não tem muito o que fazer e o espectador acompanha ao longo de 110 minutos, o poder que a beleza tem de cegar, revelar e transformar as pessoas.

Por Suyene Correia