Podemos/SE não antecipará união com Avante, Patriota e PHS

Zezinho Sobral diz que Podemos em Sergipe irá aguardar definição em Brasília (Foto: Arquivo Infonet)

Enquanto ainda há negociações, a nível nacional, em torno da fusão do Podemos com mais três partidos, a executiva estadual não antecipará a tendência de união com o Partido Humanista da Solidariedade (PHS), Avante e Patriota. Esta é mais uma de várias tratativas que acontecem em Brasília para que partidos que não alcançaram a cláusula de barreira não sejam ‘engolidos’ pela legislação eleitoral.

O presidente do Podemos em Sergipe, Zezinho Sobral, recém-eleito deputado estadual, afirmou que as siglas irão esperar uma definição, diante da complexidade das discussões entre quatro partidos. “Vamos fazer um agrupamento maior, uma ampliação. Essa é a proposta nacional. Não adianta a gente se antecipar. É aguardar o processo lá para verificar as questões locais. Essas questões político-partidárias são complexas. No momento que isso se definir é que a coisa vai ganhar mais volume, mais concretude nas executivas estaduais. Por enquanto, estão traçando apenas estratégias”.

Nas últimas semanas, Zezinho esteve em Brasília para acompanhar algumas das tratativas. A postura não só do Podemos, mas das outras três siglas pode ser considerada mais cautelosa, visto que, em Sergipe, os filiados da Rede migrarão em bloco para o PPS, antecipando uma negociação que, a nível nacional, é dada como certa, ainda não está selada.

“Imagine fundir dois estatutos, ver quais princípios serão levados adiante. A discussão é longa. No entanto, o processo me parece tranquilo e bem possível. Se houver mesmo a fusão com os três partidos, o Podemos chega ao tamanho do PSDB e fica semelhante também ao MDB. Há um tempo houve negociação com a Rede, mas não prosperou. O objetivo é fazer a fusão com esses três partidos”, comentou.

A busca por fusões e ‘incorporações’ entre as siglas acontece porque diversos partidos, a exemplo dos próprios PHS, Avante e Patriota, por não terem atingido a cláusula de barreira, perdem tempo de propaganda eleitoral gratuita e recursos do Fundo Partidário, o que impõe dificuldades estruturais. Na hipótese de uma definição favorável à união, a tendência é que o Podemos, antigo PTN, mantenha a nomenclatura, que foi adotada recentemente.

Cláusula de barreira

Pela PEC aprovada pelo Senado no ano passado, a cláusula de barreira é um dispositivo da legislação eleitoral que prevê que, para que os partidos tenham direito a tempo de televisão e a usufruir do fundo partidário, os partidos precisavam ter um desempenho de 1,5% dos votos válidos nas eleições de 2018 para a Câmara dos Deputados, distribuídos em pelo menos 1/3 das unidades da federação (9 unidades), com um mínimo de 1% dos votos válidos em cada uma delas.

Por Victor Siqueira

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