Geneticista alerta mães para os riscos de anencefalia nos bebês

A má formação faz com que os bebês nasçam com o cérebro subdesenvolvido (Foto: SES)

As estatísticas da Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), unidade gerenciada pela Secretaria de Estado da Saúde (SES), indicam que de janeiro a dezembro de 2019, nasceram na unidade 5.218 bebês. A média mensal do período foi de 435. Os índices ainda apontam que nesse período, foram registrados 142 casos de má-formação. Os números indicam ainda que 3% a 5% dos bebês que nascem terão algum tipo de má formação congênita desde a mais grave, que implica em risco de morte, até a mais simples.

Uma dessas doenças é a anencefalia, uma má formação do sistema nervoso central que acontece antes de terminar o primeiro mês da gestação. O médico geneticista, Emerson Santana, explica que é uma condição na qual o bebê nasce com o cérebro subdesenvolvido e sem a calota craniana. “Ocorre por conta de uma má-formação do tubo neural, um defeito que tem vários fatores de risco, sendo mais comum em mulheres diabéticas”, disse Emerson.

As mulheres que não mantém bons hábitos alimentares também fazem parte do quadro porque ele está relacionado à deficiência de uma vitamina no sangue da mãe chamada ácido fólico. Emerson alerta que as mulheres com desejo de engravidar, antes de planejar devem começar a tomar o ácido fólico, porque quando descobrem que estão grávidas já estão na quinta para sexta semana e  o problema acontece na quarta semana.

“Não é aconselhável tomar o ácido somente depois que se está grávida. O ideal é planejar a gravidez e começar a tomar três meses antes de engravidar. É um medicamento barato e previne a má-formação”, atentou o especialista. Ele ressaltou que pesquisas vêm mostrando a importância do ácido fólico. “As farinhas de trigo já são enriquecidas com ácido fólico, o que ajuda a diminuir bastante a frequência do problema reduzindo a incidência da anencefalia.

“É preciso cuidar, prevenir, porque são raros os bebês que conseguem viver por mais de um ano, são bebês que levam uma vida vegetativa e se ela tiver só o tronco cerebral, só têm o coração batendo e os órgãos”, disse o especialista. Ele explicou que ao longo do tempo, essa placa vai criando rugas e começa a se dobrar, juntando os dois lados, formando um cilindro. Este cilindro é chamado de tubo neural e é a partir dele que se formam os hemisférios cerebrais que dão origem ao cérebro.

”A ciência ainda não é capaz de explicar por que essa má-formação acontece. Vários especialistas acreditam que se trata de uma condição multifatorial, na qual questões genéticas, ambientais, sazonais e até mesmo geográficas têm influência”, esclareceu. O médico observou que as mães diabéticas têm seis vezes mais probabilidade de gestar um bebê anencefálico. “A incidência de anencefalia é maior em bebês de mães muito jovens ou de idade mais avançada”, reforçou o especialista.

Fonte: SES

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