O Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGV) contabilizou mais de 1,7 mil boletins de ocorrência e 250 prisões em flagrante no primeiro semestre deste ano. Muitos desses casos são de vítimas de violência doméstica e abrangeram o período de isolamento social em decorrência do enfrentamento à Covid-19.
Os dados do DAGV apontam que foram registrados, exatamente, 1.731 boletins de ocorrência. Além das 250 prisões em flagrante, a unidade policial contabilizou 330 medidas protetivas. Os seis primeiros meses deste ano também representaram a confecção de 24 Termos Circunstanciados de Ocorrência (TCOs) e o recebimento de 407 Relatórios de Ocorrências Policiais (ROP).
São números altos, mas que ainda podem ser maiores, conforme destacou a diretora do DAGV, delegada Mariana Diniz. “Durante esse período de pandemia, houve uma redução no número de registros de violência doméstica e os dados sugerem a subnotificação da realidade que algumas mulheres e demais grupos vulneráveis vêm enfrentando diariamente”, frisou.
Por isso, a delegada ressaltou a importância das campanhas de denúncia de violência doméstica. “Estamos intensificando a importância da denúncia, através das redes sociais, participando de campanhas que conscientizam e orientam as vítimas sobre como proceder diante da violência”, complementou.
Dentre essas campanhas estão os vídeos, sem áudio, que trazem orientações sobre como as vítimas de violência doméstica podem proceder para denunciar os agressores à polícia. Um deles é o vídeo do DAGV que traz informações como os números 190 (Polícia Militar), 181 (Disque-Denúncia), 180 (Central de Atendimento à Mulher) e 3205-9400 (Delegacia Especializada, em Aracaju).
Outra campanha, iniciativa do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) e da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB), é a “Sinal Vermelho Contra a Violência Doméstica”. Um sinal, feito com caneta ou com o batom, apresentado em unidades de farmácias que aderiram à campanha, pode salvar a vida de uma mulher em situação de violência doméstica.
Os atendentes dessas empresas estão preparados para o acionamento da Polícia Militar, assim como ressaltou a capitã Fabíola Góis, comandante da Ronda Maria da Penha. “Com o isolamento social, muitas mulheres sofrem ainda mais, porque além da violência doméstica contam com o agressor muito próximo. Então se criou a campanha do sinal vermelho. É mais uma campanha para dizer à mulher que ela não está sozinha”, reforçou.
A capitã enfatizou a relevância de cada ação para o combate à violência doméstica. “A campanha veio para somar ao enfrentamento que já existe a ao trabalho dos vários órgãos. Se conseguirmos salvar uma mulher com essa campanha, já foi uma grande sucesso. São várias frentes e, se cada frente salvar uma mulher, teremos um resultado ainda mais positivo”, assinalou.
Ela concluiu orientando às mulheres que procurem um local fora do ambiente de convívio com o agressor para escrever o “x” na mão. “Não façam o sinal vermelho ao sair de casa, somente na farmácia. Para que o agressor não veja e não crie uma situação mais perigosa para ela”, finalizou alertando.
Fonte: ASN
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