A gerente da UTQ, Wandressa Nascimento, conta que em 2020 houve uma redução de 40% no número de atendimentos de queimados, durante os festejos juninos, quando comparado a 2019. “Esse ano a gente acredita que possa ter um aumento na quantidade de atendimento a queimados porque as pessoas estão mais relaxadas em relação ao vírus. Ano passado era o começo da pandemia, esse ano as pessoas estão mais cansadas, aglomerando mais e isso pode acabar aumentando os atendimentos”, explica.
Esse ano o Huse montou uma sala de queimados no Pronto Socorro para agilizar o atendimento das pessoas que buscarem a unidade de saúde. “O UTQ fica preparada o ano inteiro porque atendemos casos de queimaduras sempre, mas nesse período as queimaduras são mais comuns por fogos de artifício e esses casos geralmente são de trauma. As explosões normalmente causam amputações, que são resolvidas no mesmo dia com intervenção cirúrgica e o paciente é acompanhando no ambulatório. Outros casos de queimadura precisam de internação de pelo menos 15 dias e intervenção cirúrgica. Por isso montamos uma sala no Pronto Socorro para não deixar esse paciente queimado esperando atendimento”, conta.
Wandressa explica que as altas médicas foram agilizadas para pessoas que estavam internadas no setor de queimados e que já podiam ir para casa. Essa foi uma medida para deixar o setor mais vazio para atender novos casos que possam acontecer.
Orientação
A gerente da UTQ conta que do ano passado para cá houve um aumento de queimaduras por álcool líquido. “Muitas pessoas por questões sociais usam o álcool líquido para cozinhar porque não podem comprar o gás de cozinha, e com a pandemia o álcool passou a ser vendido mais facilmente, e com isso os acidentes aumentaram. Álcool e fogo não combinam. Então quem puder evitar, não use álcool líquido para cozinha, armazene longe da cozinha, em locais altos e longe das crianças”, enfatiza.
Wandressa também lembra as pessoas dos cuidados com o manuseio e armazenamento de fogos de artifícios. “Guarde esses fogos em locais apropriados para evitar explosões, crianças não devem soltar fogos sem a supervisão do adulto, e adultos devem usar equipamentos de segurança ao manusear os fogos”, diz.
No caso de queimaduras, a orientação da gerente é acalmar a pessoa, resfriar a queimadura e buscar atendimento médico. “Se a pessoa estiver em chamas, acalma ela e faz ela rolar no chão, o fogo vai apagar. Depois esfria essa queimadura com água corrente em temperatura ambiente por 30 minutos e leva para o hospital. Todo tipo de queimadura deve ser resfriado em água corrente por 30 minutos para parar o agente e diminuir a gravidade dessa queimadura. Se for algo muito sério liga para o Samu, se for algo menor, resfria, coloca uma roupa seca e limpa, e leva para o hospital”, orienta Wandressa que alerta a população para o trauma que as queimaduras causam.
“Queimaduras deixam sequelas físicas e psicológicas. São marcas e cicatrizes que você vai carregar a vida toda. Se cuidem”, conclui.
Por Karla Pinheiro
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