O Centro de Apoio Psicossocial (Caps) Jael Patrício de Lima, depois de quatro meses atuando como equipamento exclusivo para pacientes com covid, deu alta ao último paciente nesta quarta-feira, 28. Com isso, a Secretaria da Saúde de Aracaju suspendeu os leitos covid, e o local passará por adequações para voltar a ser disponibilizado aos usuários da Rede de Atenção Psicossocial (Reaps).
Em funcionamento como retaguarda covid-19 desde março, com 20 leitos com respiradores, o Caps Jael começou a receber pacientes quando Aracaju apresentava taxa de ocupação de leitos de 89,6% nas enfermarias municipais. Atualmente, a rede conta com 11 pacientes internados, o que representa uma taxa de ocupação de 8,5%.
Nesses quatro meses de trabalho, foram atendidas 231 pacientes. Entre eles, 182 tiveram alta, 31 precisaram ser transferidos para leitos de maior complexidade, 17 foram a óbito e houve uma evasão.
De acordo com a assessora técnica da Rede de Urgência e Emergência (Reue), Gilmara Barreto, as atividades dos leitos de retaguarda estão suspensas até 180 dias, podendo voltar caso seja necessário.
“Apesar de todos os desafios, o trabalho desenvolvido pelo Município foi de excelência. É importante ressaltar que os números representam muito mais que dados, são vidas que foram salvas e pessoas que não tiveram seus sonhos e projetos interrompidos. Por isso, sentimos profundamente cada vida perdida pela covid-19, e nos solidarizamos com seus familiares e amigos”, explica.
Na avaliação da secretária municipal da Saúde, Waneska Barboza, a suspensão dos leitos covid do Caps Jael confirma a tendência de queda dos casos de internamento na capital, já verificada em última reunião do Comitê de Operações Emergenciais (COE), realizada dia 16 deste mês, quando os números apresentados apontavam diminuição progressiva para novos casos confirmados de covid-19, com redução de 35%, em comparação a 14 dias e o índice de internação apresentava seis semanas em queda, chegando a uma diminuição de 27%.
“O momento não é para relaxamento de medidas sanitárias, apesar da queda de casos e de internamento. A taxa de resolutividade do Caps Jael comprova que nossas equipes e nossos equipamentos estão aptos para prestar um bom atendimento ao usuário. Mesmo com o fechamento dos leitos, continuamos trabalhando para reforçar nossa rede”, declarou.
Equipe
O trabalho da equipe multidisciplinar buscou a todo instante reafirmar o compromisso prioritário com a preservação da vida, em um empenho contínuo para a oferta do cuidado humanizado.
“Eu estou aqui desde o início dos leitos, e todos os pacientes foram tratados com muito carinho, sempre reduzindo o máximo de danos que o covid poderia causar. Aqui, realizamos a atenção integral e individual tanto aos nossos pacientes, quanto aos seus familiares”, enfatiza a médica do Caps Jael, Syone Feitosa.
Importância
Depois de sete dias internado, o último paciente do Caps foi o senhor Ancelmo Ferreira. “Foi no acolhimento dos profissionais que senti o amor compartilhado. Foi o que amenizou a dor da saudade da família. Obrigado a cada profissional de saúde, pela dedicação ao próximo e por se doarem em salvar vidas”, destacou.
Leitos na rede municipal
Com o fechamento do Caps, a rede municipal de saúde passa a contar com 72 leitos exclusivos para pacientes com covid-19. São 30 no Nestor Piva, 10 no Hospital Santa Isabel, 18 no Fernando Franco 10 no São José e 4 no Hospital Universitário.
No último dia 3, a SMS também encerrou atividades nos 30 leitos de retaguarda mantidos pela Prefeitura no Hospital de Urgência de Sergipe João Alves Filho (Huse) para tratamento de paciente com covid-19. Com isso, o espaço voltou a ser gerenciado pela rede estadual, por solicitação oficial da Secretaria de Estado da Saúde de Sergipe. Dos 347 pacientes, 237 tiveram alta e 80 precisaram ser transferidos para leitos de maior complexidade.
Fonte: SMS
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