Piranema pode aumentar 70% da produção em Sergipe

Eugênio Dezen
A primeira plataforma redonda do mundo, denominada Piranema, será inaugurada amanhã, 4. A solenidade que acontecerá no Teatro Tobias Barreto a partir das 15h30 já tem a presença confirmada do presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva. O evento será transmitido por televisão em tempo real para os convidados e logo depois a plataforma entra em funcionamento. O Portal Infonet entrevistou o gerente geral da Unidade de Negócios da Petrobras em Sergipe e Alagoas, Eugênio Dezen, que comenta algumas particularidades do novo empreendimento e o que traz de bom para o Estado.

PORTAL INFONET – O custo diário do uso da plataforma é de US$ 99.500. Por que este valor?
Eugênio Dezen- Para viabilizar o projeto, a Petrobras procurou no mercado um conceito de plataforma que atendesse à necessidade do projeto e com valor de afretamento compatível com o praticado no mercado. Os custos desta plataforma não estão entre os mais caros, temos plataformas com maior gasto.

INFONET – Além dos royalties, o que esse empreendimento trará de bom para os sergipanos?
ED – Geração de empregos diretos e indiretos, pagamento de tributos relacionados com as atividades desenvolvidas no Campo, conceito novo de produção em águas profundas e possibilidade de abertura de novos cursos técnicos e de nível superior para atender as exigências para acesso ao trabalho.

Plataforma Piranema
INFONET – É verdade que, quando em funcionamento, a Piranema deverá produzir cerca de 30 mil barris de óleo por dia? Para Sergipe quanto representa isto em porcentagem de produção? E em royalties?
ED – O pico máximo de produção do Campo é  algo em torno de 30.000 barris/dia, isto significa um incremento de produção em Sergipe de 70%, comparando o que se produz hoje. O valor relativo aos royalties é muito variável, depende do valor do barril e da produção mensal, sendo calculado
pela ANP. O que podemos destacar é a qualidade superior do óleo do Campo de Piranema em relação a outros do Estado.

INFONET – Li que a Piranema é um projeto pioneiro no mundo – já que esta é a primeira plataforma de produção em águas profundas, com um casco redondo, que vai possibilitar, inclusive, maiores dados para um futuro projeto da própria Petrobras –  chamado Mono BR. Fale um pouco sobre o que esta plataforma tem de diferencial além de ser redonda? 
ED – É a primeira plataforma de casco redondo a ser instalada em produção de petróleo em águas profundas, obedecendo todos os conceitos modernos no aspecto de segurança, tanto para o meio ambiente como para os trabalhadores que operarão a plataforma. O conceito está sendo discutido entre a Sevan Marine, proprietária da plataforma, e a Petrobras, servindo de protótipo para projetos futuros, inclusive da própria Petrobras. A plataforma de casco duplo, proporciona mais segurança no que se diz respeito a um possível vazamento, pois o primeiro casco estoca água, envolvendo o caso interno que estoca petróleo.

INFONET – Explique este novo projeto Mono?
ED – O projeto Mono está sob a coordenação do CENPES, Centro de Pesquisa da Petrobras, trata-se de um conceito idêntico ao da plataforma Sevan Piranema, desenvolvido pela própria Petrobras.

INFONET – Sempre que um empreendimento grande como este da Petrobras é implementado pergunta-se qual o seu impacto ambiental. Num momento que falamos tanto em meio ambiente quais serão os impactos ambientais que teremos com este empreendimento?
ED – O Estudo de Impacto Ambiental foi apresentado em audiência pública, juntamente com o próprio Projeto, para representantes de todas as comunidades impactadas direta ou indiretamente pelo empreendimento. O estudo indica quais os riscos relacionados com o meio ambiente, mas traz as
propostas de minimização desses riscos e o que a Petrobras dispõe de equipamentos caso ocorra algum sinistro que venha a causar danos ambientais.

INFONET – Verdade que a Petrobrás descobriu um poço de Petróleo em Brejo Grande? A empresa tem planos para aquele município?
ED – Brejo Grande já é um município produtor. A proposta é implementar ações que possibilitem o crescimento da produção naquele município.  

INFONET – Mudando um pouco de assunto. Sobre a P-50. Mesmo com o presidente Lula pregando uma produção nacional a P-50 foi instalada fora do país. Por quê? Falta de tecnologia nacional?
ED – A P-50 está em operação na Bacia de Campos. Ocorre que com o crescimento das atividades marítimas na Petrobras, houve um crescimento da demanda para os estaleiros nacionais, esgotando a capacidade de serviços dentro do Brasil e, em alguns casos, a Petrobras, como solução, teve que contratar serviços em outras regiões.

 

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