Assim como o leite e seus derivados, a falta de chuva provocou a longa falta de feijão, milho e outros alimentos nas terras do semi-árido sergipano. Os grãos, antes vendidos a “Todo dia é uma perda. Morre um boi hoje, outro depois de amanhã, aí mais outro pra semana, um outro para o mês e assim vai indo. Desde que a chuva sumiu já perdi dez cabeças de gado, isso fora a plantação de milho e de feijão que secaram”, conta seu Oviêdo, morador do povoado Queimadas, no município de Poço Redondo. O vizinho dele chegou a perder 45 animais. Um prejuízo que só Para dar de beber aos bichos e na tentativa de salvar a produtividade da terra, Oviêdo paga R$ 70 a um carro-pipa que leva água até sua propriedade de três em três dias. Apesar da pouca instrução, rapidinho fez as contas. “É R$ 700 por mês, é um dinheiro que não tenho”, diz. O serviço não é pago no ato, é venda fiada que o agricultor não pode fazer na compra de ração. “Aí fico vendo o gadinho fraco ali, tem dias que me entristece tanto que você nem queira saber”, emociona-se. Cisternas amenizam problema Esse tipo de cisterna foi construído nas regiões mais secas do país pelo Governo Federal através do Programa 1 Milhão de Cisternas, que apesar de muito elogiado está parado. Ambientalistas e agrônomos aprovam a implantação desses Déda quer agilidade Procurado pelo Portal Infonet para comentar o assunto, o governador de Sergipe, Marcelo Déda, afirma que o Estado deu todo o suporte técnico para que nove cidades decretassem estado de emergência ou calamidade viabilizando a intervenção da União. “Também já falei com o ministro do Desenvolvimento Enquanto houver o próximo dia, a próxima semana, o próximo mês, o sertanejo vai empurrando as dificuldades que o clima lhe impôs com a esperança impregnada nos olhos que vira e mexe estão direcionados para cima no desejo de que o céu lhes traga boas notícias. Por Glauco Vinícius e Raquel Almeida Fotos: Gal Santana
Há oito meses não chove em Canindé do São Francisco e a estiagem secou os baldes de leite que diariamente abasteciam o comércio local, como os da roça de dona Lurdinha, que tirava mais de 150 litros por dia. Devido à queda na oferta, Lidiane, que trabalha fazendo queijos, não lembra quando viu a carroça do leite cedinho em sua porta. “Tem que trazer de Glória [o leite] pra fazer queijo e tá bem mais carinho”, explica a moça. Estiagem já dura bom tempo
baixos valores nas feirinhas das cidades do interior, hoje estão bem mais caros. Mas enquanto o consumidor urbano lamenta a alta nos preços, o sertanejo vai sofrendo uma tragédia a conta-gotas. Dona Lurdinha lamenta a falta de agua e dinheiro
aumenta ao passar dos dias. Seu Oviêdo e uma de suas fracas vacas
Na casa de dona Isabel, em Monte Alegre, o gado é pouco e ela não precisa gastar com o carro-pipa, já que a sua cisterna é abastecida periodicamente pelo Exército. Lá a família enfrenta as dificuldades típicas do período, mas de sede ninguém sofre. “Essas cisternas foram uma benção de Deus pra gente. Ainda mais essas que são cobertinhas, a água fica limpinha, friinha”, detalha. Dona Isabel e família: cisterna foi benção
reservatórios em lugares como essas cidades classificando-os como soluções rápidas e mais baratas ao sofrimento provocado pela estiagem de chuva. Estiagem vai matando rio
Agrário para agilizar a liberação de recursos aos agricultores que perderam suas safras ou nem conseguiram plantar devido á seca”, revela Deda. Carro-pipa cobra R$ 70 por água (Fotos: Gal Santana)
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