Um pedacinho do paraíso vem ganhando destaque entre baianos e turistas que buscam sossego e contato com o natural: a Ilha dos Frades, uma das 56 ilhas que compõem a Baía de Todos os Santos, pertinho de Salvador. Mas não é por acaso que a ilhota de cerca de 8km de extensão tem convergido olhares. Quando o visitante chega pela primeira vez percebe que a natureza foi generosa com a região, tamanha a beleza. Águas em tom esverdeado e cristalino, peixes vistos a olho nu e uma faixa de areia que convida a mergulhar. É de dizer que os santos foram generosos com a localidade, tamanha beleza e preservação do local.
A ilhota fechou para o turismo na pandemia e continua sem receber visitantes, ainda sem previsão para tal e como será feito. Geralmente o turista embarca no Terminal de Salvador, próximo ao Mercado Modelo, na Cidade Baixa, e em através de embarcações navegam em média cerca de 1h30 para chegar até a Praia de Nossa Senhora de Guadalupe, uma das mais concorridas pela infraestrutura e pela beleza.
Sem sombra de dúvida, o percurso até lá já se configura como parte do passeio, já que os turistas têm a sensação de deixar o tempo para traz, para entrar no clima de relaxamento, primeiramente, com a paisagem panorâmica da Capital Baiana com o Forte de São Marcos à frente. Salvador vai ficando para traz e a Baía mostra o porquê que é considerada uma das mais estratégicas e formosas em todo o mundo tamanho a magnitude.
Não foi por acaso que esse pedacinho baiano encantou navegadores, piratas e colonizadores, bem como despertou o interesse do governo português por ser um excelente ancoradouro natural, um estratégico sítio defensivo. A suas margens construíram fortalezas para a defesa e quiseram catequizar quem ali habitava com a presença da religiosidade na construção de templos católicos.
A Praia da Ponta de Nossa Senhora é uma das dezenas de praias localizadas na Baía de Todos os Santos e compõe a Ilha dos Frades, pertencente a Salvador. A faixa de areia em formato de enseada vai do Morro de Nossa Senhora de Guadalupe ao Outeiro dos Carneiros, esse primeiro onde está a igrejinha que nomeia o pedacinho do litoral.
Por muito tempo a região vem ganhando peso entre os soteropolitanos na construção de casas de veraneio na ilha, porém, em meados dos anos 90 o bate e volta de turistas tem atraído investimentos em infraestrutura e já se pode ver bons restaurantes e pequenas pousadas num vilarejo de pescadores que só cresce.
Na faixa de areia da ponta de Guadalupe, há uma infraestrutura de bares “pé na areia”. Cercada por restinga de Mata Atlântica, dar um tom agradável e paradisíaco. Antes de relaxar, o convite é subir os mais de cem degraus até a igrejinha para se ter uma bela vista do contorno da praia e desfrutar do paraíso. Desça pelo povoado e veja como a rusticidade em casas de madeira, restaurantes e pequenos comerciais construídos em consonância com o meio ambiente configuram um charme bucólico a praia. Com fé em Nossa Senhora de Guadalupe, assim continuará.
Dicas de viagem
Há indícios que a Ilha dos Frades não volte a ter um trajeto direto de barcos, nem seja aberta para o turismo de massa, visto que a ilhota faz parte de um conglomerado de preservação ambiental. Por cada vez mais está recebendo visitantes, a ilhota não comporta o turismo desenfreado, sem planejamento de carga.
Há agências de viagem que fazem bate e volta para a Ilha dos Frades e Itaparica que duram um dia e incluso almoço por um preço de R$ 120, por pessoa. A embarcação turística zarpa do terminal marítimo, geralmente é servido frutas e há serviço de bordo opcional. São cerca de 1h30 de percurso, passam cerca de 1h30 na praia de Guadalupe e segue para almoço num restaurante de Itaparica onde é disponibilizado um opcional para se conhecer a Ilha de ônibus.
Há também a possibilidade de escunas que partem do Centro Náutico da Bahia. A travessia custa entre R$ 35 e R$ 50 por pessoa.
Se o turista preferir de carro chegar até mais próximo, a dica é seguir de Salvador para Madre de Deus através da BR-324, sentido Feira de Santana.
Caso queira desfrutar de mais tempo na ilha, a melhor opção é ir por conta própria, mas lembre-se: são poucas acomodações na ilha e a depender da temporada os restaurantes ficam lotados.
Não esqueça de ao contratar uma agência de viagem ou um guia de turismo, consulte se há registro no Cadastur. É um direito de todos viajar com segurança. Procure sempre fazer atividades turísticas com profissionais legalizados e verifique se estão seguindo os padrões e protocolos de saúde.
Gastroterapia
Não pense duas vezes. A culinária baiana estará presente em todos ou quase todos os restaurantes da Baía de Todos os Santos, turisticamente falando. Mas já digo: é uma boa pedida. O buffet do restaurante Manguezal, em Itaparica, é um manjar dos deuses de comer rezando para agradecer a todos os santos. Vatapá, acarajé, abará, xinxim, ensopados, moquecas de frutos do mar e do que o mar tem para oferecer, além de peixes e carnes nordestinas. Não titubeie vá de baianisses. O restaurante fica a beira-mar, na praia de Itaparica. Ao ar livre, é caprichoso e o atendimento vale a pena. O buffet livre custa R$ 45, sem bebida, e com reserva para no mínimo 50 visitantes.
Caso queira chegar direto, basta embarcar no ferry boat, que faz em 1h a travessia SSA/Itaparica por R$ 5. Chegando no terminal de Bom Despacho, um taxi de 20 minutos, aproximadamente, custa em média R$ 30. Também pode embarcar no terminal Náutico (Salvador) em lancha para Mar Grande e pegar um táxi de 20 minutos até o restaurante, que custa em média R$ 30. Caso queira consultar mais informações, contate Luiz através do (71) 99606 4229.