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Quando o último domingo de janeiro chegar, ou seja, dia 27, a cidade de Propriá (SE), localizada na região do Baixo São Francisco, estará de braços abertos para acolher quem a escolher como destino. A cidade se enche de cor e alegria ao celebrar a tradicional Festa do Bom Jesus dos Navegantes. Localizada a cerca de 99km da capital, Aracaju, a Princesinha do Baixo São Francisco prepara o maior cortejo fluvial para saudar os 105 anos de tradição religiosa do Bom Jesus. Os mastros e bandas de pífanos estarão a postos e a alegria dso ribeirinhos serão mais ingredientes para te esperar.
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Quem a escolhê-la como destino no período de 25, 26 e 27 de janeiro terá de recompensa as belezas do rio São Francisco, a imponente catedral diocesana, um templo religioso católico de encher os olhos, passeios por uma feira livre bem típica do interior sergipano. Ah! No domingo, 27, a tradicional procissão fluvial do Bom Jesus dos Navegantes, percorrerá em cortejo às aguas do Velho Chico, atraindo para suas margens milhares de turistas e ribeirinhos.
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Há missas e procissões durante todo o mês de janeiro, quando a imagem do Bom Jesus sai da sua capela para percorrer as ruas da cidade até a catedral. Durante toda a semana que antecede a festa, os ribeirinhos promovem encontros culturais, festas e procissões, além das tradicionais festividades nos mastros, que competem entre si para saber qual o mais decorado e quem promove a melhor festa.
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Quando o domingo chega, uma salva de fogos acorda os munícipes logo nas primeiras horas. O pipocar avisa que a catedral diocesana devota a São Antônio, padroeiro da cidade, dá passagem para o Bom Jesus dos Navegantes, atraindo romeiros de Sergipe e Alagoas e também de outras partes do país.
A imagem é decorada por devotos e, após a grande missa, ao final da tarde, sai em cortejo até a beira do rio São Francisco para manter a tradição da procissão secular entre os estados de Sergipe e Alagoas.
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A procissão é acompanhada por dezenas de embarcações, enfeitadas em tons festivos, passa por povoados e cidades e são saudadas por fogos e papel picado. Há demonstração de fé por todos os lados, em cânticos, louvores, saudações, agradecimento e tradições ribeirinhas. O cortejo também faz refletir sobre a situação do rio, por vezes, caudaloso para receber o Bom Jesus e hoje quase que sem condições de navegabilidade.
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Na ponte sobre a BR 101 que liga os estados de Sergipe e Alagoas, uma multidão aguarda a imagem que é saldada com papéis picados, fitas e muito cântico. O louvor continua sob as águas do rio São Francisco e pelos estampidos dos fogos de artifícios, tradicionalmente estalados. Na sede municipal, a guerra de quem solta mais foguetes dos mastros é uma tradição, e quem faz mais barulho é sinônimo de prosperidade, de graça, de louvor e adoração ao Bom Jesus. A cidade vira uma festa em solo e no rio.
Templos religiosos
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Antes dos festejos, o visitante poderá conhecer um pouco mais da cidade que em idos de outrora foi considerada a mais importante do Estado, com suas fábricas de beneficiamento de arroz e de tecido e seu comércio pujante.
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A dica é chegar à cidade no sábado que antecede a festa. Em Propriá há boas instalações de hospedagem, mas, por conta das festividades, o planejamento antecipado poderá garantir que ainda há vagas, a exemplo do hotel do Velho Chico.
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O visitante poderá percorrer as ruas da cidade a pé. Não deixe de conhecer a catedral diocesana e seu entorno. Preste atenção aos casarões que desenham a praça e as torres em estilo gótico, raridade no interior de Sergipe.
Todos os caminhos a partir dali conduzem a restaurada igreja de Nossa Senhora do Rosário, um templo católico em estilo barroco colonial, típico bem tradicional. Desça para a beira-rio e observa o quanto a diminuição da vazão do rio São Francisco tem influenciada na paisagem local, aumentando a quantidade de ilhotas e a largura das margens.
Banho de água doce
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Bom também é se tiver tempo pegar o transporte e seguir em direção ao município vizinho de Telha. Antes de chegar a sede municipal há um acesso a direita que vai até a denominada praia da Adutora.
O local tem infraestrutura suficiente para promover sombra e razoável serviço de bar, onde o visitante poderá apreciar um bom prato de camarão ou peixe de água doce.
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As águas do rio São Francisco é um chamariz a contemplação e ao banho. Mas cuidado, por vezes o rio é traiçoeiro e suas águas podem ter corredeiras ou buracos. Com segurança o banho é SPA a céu aberto em contato com a natureza.
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O sábado está completo com os sabores do Baixo São Francisco, o relax nas águas do rio e o contato com a hospitalidade dos ribeiros. O domingo será de agradecimento com as bênçãos do Nosso Senhor dos Navegantes. O que está esperando? O final de semana de tradições sergipanas lhe aguarda.
Dicas de viagem
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Partindo de Aracaju há duas opções para se chegar até Propriá: no sentindo BR 235 e BR 101 ou pela ponte Construtor João Alves. A primeira opção e percorrer o trevo de saída de Aracaju pela BR 235 no sentindo Sul e recorrer à BR 101 no sentindo Norte, sempre adiante. A segunda opção é cortar o centro de Aracaju, acessar a ponte Aracaju-Barra e ir por Barra dos Coqueiros, Pirambu e Japaratuba até acessar a BR 101.
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Há boas opções de hotel e pousada na cidade, mas por conta da festa, pode-se não achar mais vagas no adiantado da hora. Consulte um agente de viagem ou recorra a um bate e volta por transporte público.
Além da tradicional festa religiosa, a Prefeitura Municipal realiza a programação social com shows durante toda a semana. Este ano, a programação pode ser consultada no site oficial da Prefeitura Municipal de Propriá.
Gastroterapia
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Sem sombra de dúvida, em visita a cidade não deixe de provar os pratos à base de peixes e camarões de água doce. Os restaurantes que ficam na cabeceira da ponte sobre a BR 101 é uma pedida. É um deles há uma famosa farofa de água preparada com cebola roxa e manteiga. Os bares localizados e na orla da cidade e na praia de Adutora também podem ser uma boa opção. Propriá também se destaca pela produção artesanal dos doces Jocélia.
Fotos: Silvio Oliveira
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