Que quero eu com Pablo?

Neste tempo de muitas falsificações e piratarias com CDs, DVDs, Tênis, contrabandos do coreano Lao Kin Chong, eis que me surgiu, contrabandeado e pau mandado também, um Pablo falsificado; um Pablo genérico, avacalhado e avelhacado. E este Pablo adulterado não chegou da feira do Paraguai. Mas, só pela fedentina exalada, patenteia-se e despenteia-se como um petista, por medíocre e inframedíocre, como sói os petistas, por iletrados, recalcados, revoltados e mal formados. Uma escória de muita vanglória, muita bazófia e mais-que-crescente embófia, por embuste, mistificação e descaráter.

 

E eu fiquei a me perguntar quem seria este Pablo tão irado e mal informado. Seria um basco, babando fel por asco com o “Por qué non te callas?” dito pelo seu rei Juan Carlos, de Astúrias, de Leon, de Castilla e toda Espanha? Se não era um castelhano legítimo, seria este Pablo um argentino, um costarriquenho, um bolivariano, ou um doidivariano doidivano, de Antilhas ou altiplano com miolo em baixiplano?

 

E eu, que invejo e louvo os cérebros em cordilheira, me vejo atacado na rasteira, por um monte de asneira, e um excremento de primeira, vindo não pela boca, mas, por pior, vindo da escrita de um Pablo menor. Um Pablo anônimo, um epônimo caolho, tão curto quanto piolho.

 

Mas, por trambolho e necessário desarrolho, todos, sem exceção, arrotamos, flatulamos e defecamos. E o segredo do cheiro e do valor do estrume é não só saber escolher o que se come, mas, sobretudo, saber escolher a fenda por onde se vai descomer. E a fenda escolhida por Pablo não fertiliza; fede. E eu que também como e descomo voltei-me aos montes e as cordilheiras, fui me realimentar nos grandes Pablos que conheci, e jamais hei de esquecer, como pessoas e obras. E pesquisando os meus Pablos verdadeiros, incomodado por tantos Pablos, degradados e falsificados, por genérico e degenérico, retornei aos meus Pablos inolvidáveis, por admiráveis e por notáveis.

 

Um belo livro de Cálculo Diferencial de Pablo Miquel y Merino, professor de Cálculo da Universidade de Havana.

E então eu relembrei de Pablo Miquel y Merino, Professor Catedrático de Análise Matemática da Universiade de Havana, que teve dois livros publicados pela Editora Mestre Jou, um de Cálculo Diferencial e outro Cálculo Integral, que eu adquiri nos idos de 1972 por Cr$ 72,00 um deles, e o outro perto disso, na Livraria Civilização Brasileira, num tempo em que eu lecionava esta matéria, como jovem professor concursado na nossa Universidade Federal de Sergipe. Eu um aluno e um professor de uma escola pública.

 

Lembrei das derivadas e diferenciais, das funções implícitas e indeterminadas, dos jacobianos e assíntotas, das envolventes e dos máximos e mínimos. Para lembrar que a matemática, por neutralidade e sem preconceitos, serve a todos, inclusive aos safados. Sim, porque num problema de máximo e mínimo, podemos até definir a espessura e o volume de um rolo de papel higiênico, tornando-o atrativo ao consumidor, mas enganando-o quanto a extensão e qualidade. Uma questão só de raio interno e externo, coisa de geometria e cálculo diferencial. Coisa de muito estudo como as integrais, simples, definidas, indefinidas e impróprias, de superfície, de linha, e de volume. Como o estudo da análise vetorial, dos gradientes e tensores, da divergência como fluxo escalar, do rotacional em precessão, aí incluso sem precluso, o suceder eterno de primaveras e de outonos, de invernos e verões, no oscilar benfazejo do Sol e das estações.

 

Lembrei dos laplacianos de todos os anos, de Stokes e de Green, nas coordenadas cartesianas, nas cilíndricas, nas esféricas tão bem esboçados por Pablo Miquel y Merino, nas prolatas e oblatas esferoidais e hiperbólicas, tudo aquilo que fora minha função, exclusiva durante algum tempo na UFS, e que hoje está sendo ministrada por vários alunos meus. Melhores do que eu, só para consignar que os jovens têm que continuar a tarefa dos velhos. Continuar, com obrigação de nos superar. Afinal a suprema certeza do homem é a superação pelos mais jovens. A estes, cabem como um exercício de humildade as palavras de Isaac Newton, o pai da Física moderna, repetido também por Albert Einstein, o pai da Física Relativística: “Se pude ver mais longe é porque estava nos ombros de gigantes”.

 

Pensei também em um outro gigante. Este um poeta, um homem de rara sensibilidade e compaixão perante o humano; Pablo Neruda: um Pablo chileno, verdadeiro também. E eu lembrei que em viagem ao Chile, degustando um congrio a la cazuela, regado a pisco souer, no Cerro San Christobal, onde recentemente Lula tirou retrato com os presidentes colegas do MERCOSUL, fiz questão de adquirir uma coletânea de Neruda.

 

E assim, qual tonto de capirote, estou a repetir Neruda no verso que segue abaixo, longo por necessário, não pensando no Pablo curto e oculto, por inculto e por harpejo, mas no leitor culto e arguto e o bom leitor que desejo. Os burros que fiquem longe; causam-me náuseas, tonturas e torturas, Ufa!

 

 

Autorretrato

 

Antologia Fundamental de Pablo Neruda. Editora Pecchuen, adquirido, como um presente que me dei em julho de 2006, quando visitei o Chile. De Neruda aí está seu poema em testamento.

Dejo a los sindicatos

del cobre, del carbon y del salitre

mi casa junto al mar de Isla Negra.

Quiero que allí reposem los maltratados hijos

de mi pátria, saqueada por hachas y traidores,

desbaratada en su sagrado sangre,

consumida en volcánicos harapes.

Por mi parte, soy o creo ser duro de nariz,

mínimo de ojos, escasso de pelos em la cabeza,

cresciente de abdomen, largo de piernas,

ancho de suelas, amarillo de tez, generoso

de amores, impossible de cáculos, confuso

de palabras, tierno de manos, lento no andar,

inoxidable de corazón, aficcionado a las

estrellas, mareas, maremotos, administrador de

escarebajos, caminante de arenas, torpe de

instituciones, chileno a perpetuidad, amigo

de mis amigos, mudo de enemigos,

entrometido entre pájaros, mal educado en

casa, tímido en los salones, arrepentido sin

objeto, horrendo administrador, navegante

de boca, y yerbatero de la tinta, discreto entre

los animales, afortunado de nubarrones,

investigador em mercados, oscuro em las

bibliotecas, melancólico em las cordilleras,

incansable em los bosques, lentíssimo de

contestaciones, ocurrente años después

vulgar durante todo el año, resplandeciente

com mi caderno, monumental de apetito,

tigre para dormir, sossegado em la alegria,

inspetor del cielo nocturno, trabajador

invisible, desordenado, persistente, valiente

por necesidad, cobarde sin pecado,

soñoliento de voccación, amable de mujeres,

activo por padecimiento, poeta por maldición

y tonto de capirote.

 

Outro Pablo verdadeiro em canduras é o Pablo Milanés, cantor e compositor cubano. Sua música mais famosa é Yolanda, uma canção de amor à mulher amada. Excelente para dançar. E eu também gosto muito de danças, sobretudo bolero. E bolero não é só dois pra lá, dois pra cá. É vai e vem, é saída lateral, é cruzado, é giro de dama, é giro de cavaleiro, é leque, é caminhada, é yoyô, é cortés, e por aí vai. Excelente dançar com a,mulher amada. E eu tenho uma mulher amada para dançar o baião, o samba de gafieira, o tango, swing e o merengue. Qualquer ritmo, sobretudo Yolanda, a genial criação de Pablo Milanés.

 

Si alguna vez me siento derrotado
Renuncio a ver el sol cada mañana
Rezando el credo que me has enseñado
Miro tu cara y digo en la ventana
Yolanda
Yolanda
Eternamente Yolanda

 

Mas deixemos os Pablos que conheço, passemos para o nosso Pablo, em pseudônimo, em alônimo, ferino e impiedoso, ferindo-se em tanto medo, quanto anônimo. Quem é Pablo, que me quer tanto mal e a quem nada fiz?

E assim, talvez sem caridade, mas sem falsidade e sem maldade, pensei num Pablo falsificado, só por não ser de origem astúria, mas exibindo igual feiúra, do vampiro brasileiro, personagem do comediante Chico Anísio a querer meu sangue chupar sem melhor se definir, nem se desmascarar.

Mas vamos ao comentário do Pablo, que transcreverei por inteiro, numerando aquilo que eu desejo comentar, só por exercício argumentativo, sem qualquer interesse ofensivo. Assim argumenta Pablo:

 

“Prova cabal e irrefutável de conservadorismo é a sua opinião1 neste texto longo e cansativo2. Saudosista de João Alves e dos Francos3 (linhagem?4 É monarquista5, ou acredita que alguns nasceram para dominar enquanto outros devem ser dominados?6), provavelmente também guarda saudades do regime dos militares7. Você deveria visitar uma escola pública8, um hospital público9, um bairro onde mora pessoas de verdade10, aposto que você teria a oportunidade de se tornar uma pessoa melhor11. Mas, em uma coisa concordo contigo: os jovens substituem os velhos12. Oxála que novos jornalistas nasçam!!!13

 

Vamos agora aos comentários, item por item sem canseira, numerados e separados, só pra facilitar uma resposta incompleta por ligeira.

 

1. Prova cabal e irrefutável de conservadorismo é a sua opinião.

 

A temática do meu artigo “Bancando o politicólogo, ora bolas!”, foi afirmar que o eleitorado sergipano não é o mais conservador do país. Pablo entendeu tudo trocado e equivocado. Talvez por hemiplegia ideológica, resolveu condenar o meu, segundo as suas próprias palavras, “conservadorismo”, condenando-me por isso. Agora, sou eu quem me afirmo. Simpatizo com o ideal de ordem, de disciplina, de correção e de responsabilidade. E isto não quer dizer nem mofo, nem arbítrio, muito menos truculências, ou excrescência de violências.

Existem partidos conservadores no mundo inteiro, alguns nominalmente definidos como o inglês, outros com nomes diferentes, como o Republicano nos Estados Unidos, os gaullistas na França, os da Democracia Cristã na Alemanha, na Itália, na Suécia e por aí vai. Alias, após a queda das utopias junto com o muro de Berlim, até a social democracia, os socialistas, e os trabalhistas europeus, os defensores do Wellfare State, reformularam muita coisa em suas idéias de máquina estatal pesada, inerte, ineficiente e estróina. Neste particular, todos estão a defender um controle orçamentário e fiscal rígido, inclusive o nosso Lula, que nunca pensara igual.

 

Voltando agora a mim e ao escarro em mim lançado como “conservadorismo”. Não temos eu e qualquer um como você, ó Pablo desalmado, o direito a professar o que quiser? Que democracia é essa? Você se acha melhor que qualquer outro, só porque está a pensar diferente? Somos você ou eu donos da verdade? O fascista e o truculento não é sempre o outro, o que está do outro lado do nosso balcão? Mas a intolerância não será o tema de hoje. Não nos afastemos da peroração nacarada de Pablo.

 

2. Neste texto longo e cansativo.

 

Vê-se logo que o Pablo é um burro. E os burros precisam ser fustigados em seu âmago. Vergastados impiedosamente inclusive, mesmo que ele venha de Itabaiana, uma terra de ceboleiros inteligentes como ninguém em Sergipe. Os burros têm que ser chibatados no manguar. De Itabaiana ou de qualquer lugar Sem pena! Eductivamente inclusive, para que se revoltem e se libertem da própria burrice.

 

E porque não se pode atender a reivindicação de um burro, os meus textos continuarão longos e e cansativos. Mas, continuarão também a ser textos muito bons, sobretudo, destinados a quem deseja ler coisa séria, com conteúdo, responsabilidade e credibilidade. E para quem não tem medo de tamanho! Continuarão a ser sim, os textos independentes de sempre, porque não vocalizo ninguém, só a mim. Nem a meu pai; o melhor exemplo desde infância de seriedade, coerência, cultura e saber.

 

Porque só vocalizo os meus erros e os meus equívocos, não peço nem jamais pedirei que um Pablo incomodado, com medo de tamanho, os venha ler e ruminar. Você leu porque quis. Se foi longo, podia parar no meio, virar de página e procurar outra besteira.

 

Sei também que um texto longo não é desejável jornalisticamente falando. E daí? E eu lá sou jornalista? Eu não sou nada. Eu fui professor. E como professor e como leitor, sei também que só escreve muito quem tem o que dizer. Quem não tem, não consegue alinhavar uma frase, quanto mais um ensaio. Portanto, não me leia. Ou então, leia e aprenda, porque sou e serei sempre um educador. Às vezes amargo e áspero, afinal depois dos sessenta a gente pode muita coisa, sobretudo ser corajoso e falar com sangue no olho, fustigando a ignorância e a indigência intelectual dos burros. Especialmente os que querem apunhalar os outros em anonimato. Covardes e repulsivos como um  Ravaillac. Só para citar de outros sicários o problema, que já se prefigura como um tema, guardado nos meus armários. Um tema para outro dia. De uma outra covardia; de François Ravaillac, o apunhalador.

 

3. Saudosista de João Alves e dos “Francos”.

 

As aspas nos “Francos” são minhas. Só para atacar pelos flancos a indigência vocabular deste Pablo, mas desalmado que letrado. Não existem “Francos”, como não existem “Cabrales” ou “Dédas”. Existem os Franco, os Cabral e os Déda. Aprenda! Os Franco não são francos, isto é da França, nem são bárbaros. Embora possam ser, e o são, francos, isto é, enganam menos e são bastante cordiais. E isto não é saudosismo. É constatação. É de quem os conhece, não por ouvir dizer.

 

Quanto ao meu saudosismo denunciado, não sei de onde veio tal conclusão. O ex-governador João Alves e os Franco sempre receberam votos meus, como Déda, e poderão ainda recebê-los. Mas, isso não é importante. O meu voto não elege ninguém. Gostaria até de não ser obrigado a votar. Voto apenas por disciplina, cumprir a minha obrigação legal, enquanto cidadão. Aliás, admiro muito pouco os nossos políticos. E, por ser deles bem conhecido, também não sou por eles admirado, sem exceção. Ninguém gosta de quem pensa com a própria cabeça. Todos gostam dos que se deixam alugar por tostão. Prefiro ser respeitado, o que é bem melhor. De forma que o “saudosismo” foi tiro n’água, ou melhor, coice de mula por argumentação. Que me desmintam!

 

Mas, vendo agora Déda como outrora vi João e Albano, cercado de tantos áulicos, puxa-sacos e sem opinião, eu me pergunto, onde está o vibrante orador que eu debatia nos Conselhos da nossa UFS.

 

Onde está o Déda reformista, verboso de todas as verdades? Parecia um triórquido, um mais-que-triórquido, só nas amídalas. Um fracasso em estardalhaço! Enganou deus e o diabo, nesta terra de muito sol, jogando pedra em todo mundo. Só pra virar um arroto de gasosa? Virar um governo vazio de homens e de idéias; com os mesmos erros e vícios?  Como não ter saudade então, até por suprema lamentação, vendo quem “verborrejava” como um louco, a realizar quase tão pouco? Mas deixemos o arroto de gasosa do meu tempo, de Jade e Guararaná FratelliVita. Deixemos também estas garrafas vadias, com o cheiro avinagrado. Só restou o rótulo, equivocado e perpetuado, e conteúdo já desvendado, por vazio e por baixio.

Mas, vamos a outro item.

 

4. Linhagem

 

Só para consignar a indigência vocabular do Pablo “farsificado”, de farsa mesmo. Mas, ignorante, sobretudo.

Porque somos todos burros, voltemos ao pai de nós todos; o dicionário. Vamos nos ater à definição de linhagem do Dicionário Houaiss ou qualquer outro.

Linhagem; substantivo feminino

1   série de gerações; linha de parentesco; genealogia, estirpe

2   Derivação: sentido figurado.

classe, condição social

3   Rubrica: genética.

População homogênea de organismos com características definidas, criada para fins experimentais, casa, casta, cepa, estema, estirpe, família, genealogia, geração, provinco; ver tb. sinonímia de ascendência

 

Ou seja, linhagem é família, é casa, é estirpe, e descendência. Todo mundo tem linhagem, afinal ninguém é filho de chocadeira, muito menos o Pablo escritor de muita arteira. Aliás, até os filhos de chocadeira têm linhagem. Uma linhagem desconhecida, talvez, como a de todos os que nascem e não conhecem os seus pais, como por exemplo as crianças fruto da paternidade irresponsável e/ou os que padecem da intolerância do humano, nos campos de concentração da vida.

 

5. É monarquista (?).

 

Linhagem nunca foi uma exclusividade de monarcas ou imperadores. Alias, se alguém procurar nos meus escritos passados, encontrará o artigo Willie Garcia Moreno Cabral Machado em que falo do meu cãozinho Cocker Spaniel que morreu recentemente deixando uma vasta linhagem. E eu não me perdôo, porque achando-o imortal, não fiquei com nenhum cãozinho da sua descendência.

 

6. ou acredita que alguns nasceram para dominar enquanto outros devem ser dominados?

 

Dominar e ser dominados jamais! Comandar sim! Ser comandado sim! Eu não elegerei ninguém para o comando de um avião, de uma operação cirúrgica, de uma tesouraria, de uma estrebaria, de uma sala de aula, ou de fábrica ou oficina. Pablo Neruda, veja nas estrofes acima, se considerava um péssimo administrador, Pablo Milanés, o guitarrista cubano, também com certeza, Pablo Miquel y Merino só quis dar aulas e escrever livros sobre derivadas substantivas. E substantivamente falando, o nosso Pablo só pelo dito e escrito já demonstra que nasceu só pra ser comandado, mal mandado ou pau mandado. Deve ser um destes muitos reprovados nas aulas e na vida que culpa sempre o espelho

 

7. Provavelmente também guarda saudades do regime dos militares.

 

Não sei de onde surgiu tal conclusão. Alguém já disse que em história “só poderemos falar de Cleópatra, cientificamente com isenção, se nos distanciarmos no tempo o suficiente para nos permitir esquecer como era o formato do seu nariz. O tal nariz, ao seu tempo, fascinara a tantos homens que não pode encantar um pesquisador que se queira honesto e imparcial, cientificamente falando. Assim, igual ao nariz de Cleópatra, milhares de anos passados, ainda é muito cedo para analisarmos com isenção o regime militar de 1964, sobretudo porque agora é o momento da revanche e do troco.

Quanto aos feitos e fatos econômicos daquele tempo, é bom lembrar a Pablo que em 1974 nós éramos a 8ª ou 7ª economia do mundo. Hoje nós estamos bem mais embaixo; 12ª, 13ª, por aí vai.

 

Do período militar é notório que houve perseguições, cassações, etc. O curioso é que só em Sergipe é que os cassados não tiveram mais vez

.

E agora eu me pergunto: se todos os que mandaram no regime militar continuam ainda a mandar até bem junto de Lula e de Déda, o que foi que mudou? Só os militares. Afinal os nossos soldados já cumpriram a sua missão. Hoje estão onde deverão permanecer, se os homens tivessem lucidez e equilíbrio; nos quartéis, disciplinadamente, como previsto na constituição, zelando pela nossa segurança. Aos militares, portanto, o nosso maior apreço e respeito. Que saibamos como cidadãos construir uma democracia sem aventuras, nem desventuras, totalitárias!

 

8. Você deveria visitar uma escola pública.

 

Eu venho de uma escola pública; o Atheneu Sergipense. Depois eu foi professor de Física; Mecânica no 1° ano, Termodinâmica no 2°, Eletricidade e Óptica no 3° no velho Atheneu. Meio mundo de gente que hoje é médico, engenheiro, químico, matemático, físico, bacharéis, dentistas e outros especialistas passou por minhas aulas. Eles sabem que eu lhes ministrava as ciências exatas, formando-os na ética e no preparo profissional para a vida. E a vida os fez cidadãos competentes e diligentes nas suas funções. Depois eu ingressei mediante concurso público de provas e títulos, em Física também, e em Matemática, onde lecionei até me aposentar na UFS. Sou portanto um homem da escola pública.

 

Mas ninguém gosta da escola pública, sobretudo o mau estudante que quebra tudo e a avilta. E a escola pública que deveria ser de todos, restou subtendida como patrimônio de ninguém. Virou um problema de governo; um sumidouro de dinheiro. Todos a depredam, inclusive os próprios professores também em greves que nunca acabam e que se reproduzem destruindo a própria escola. Tudo por falta de ordem e responsabilidade. E a culpa é dos governos também porque não a ousam depurar dos quer ali não querem trabalhar, nem estudar.

 

Quem sabe se o nosso Pablo anônimo não e um desses professores despreparados, que só se querem atolados, no grevismo politizados?

 

Tem meio mundo de gente querendo ser professor, ainda resistindo como educador, mas tem um bocado também que não quer nada. O problema todo, é que estudar não é fácil! Este curso de Pablo Miquel y Merino, por exemplo, não é fácil! O caboclo tem que sentar mesmo pra estudar. E nem todo Pablo agüenta. Quer que os Jacobianos entrem por osmose nas passeatas e assembléias. E assim poucos Pablos vencem. E a maioria fracassa; reprovados em cascata ou cachoeira, uma, duas, três,…,infindas vezes, todas as vezes, nas infinitas seqüências dos concursos da vida.

 

9. (Visitar) um hospital público.

 

Não. Não nasci para hospital, nem público, nem privado. Não consigo suportar a dor dos que ali sofrem, mesmo porque sou um incompetente para minorar-lhes o sofrimento. Mas eu tenho uma filha médica, altamente qualificada, formada aqui na nossa Universidade pública, mas especializada em arritmia cardíaca e marca-passo nos melhores hospitais de São Paulo, que hoje trabalha em Brasília no melhor Hospital público para deficientes físicos. Ali trabalha também, todos dois por concurso, o seu esposo, meu genro, que é urologista com especialização em transplante renal.

 

Pois é! Os tetraplégicos e deficientes têm dificuldades com nós, no coração e no aparelho urinário, sobretudo. Diga-se inclusive que um tetraplégico, regra geral, não consegue urinar sem sonda. E eu, sem nunca possuir deficiência motora, sei o que é não conseguir urinar. Por outro lado, os deficientes por acidente ou por causas outras também têm câncer de próstata, tumores benignos ou não, enfartos, etc. Coisas em que sou analfabeto, daí não querer estar em hospitais. Os meus filhos lá estão, cuidando dos que sofrem. E cuidando mais que bem.

 

10. (Visitar) um bairro onde mora pessoas de verdade.

 

Eu acho que em todos os bairros existem pessoas de verdade. Todos somos pessoas de verdade, o resto é complexo de superioridade ou de inferioridade, recalque e intolerância, um perigo para a convivência pacífica entre os homens. Todos os homens são dignos, qualquer que seja o credo, a cor, a preferência sexual, o partido político, o pastoril, a escola de samba, a torcida no futebol. Ninguém, enquanto ser, é melhor que qualquer outro.

 

Suprema conquista do cidadão, entre os homem deve imperar a fraternidade de parceiros, a liberdade de ir, vir, pensar e preferir, para buscar a igualdade como meta e luta comum. Nada tem que vir na paulada ou na força bruta, porque nunca funcionou em lugar nenhum. E já houve muita experiência frustrante com resultados piores. Porque os homens serão sempre desiguais na força, na inteligência e na habilidade. Mas os homens poderiam ser todos iguais na ética, na solidariedade, no apoio mútuo, na compreensão e na tolerância uns aos outros. Esta é uma exclusiva tarefa de humanização do homem. O homem não nasce humano. Humanizar-se é meta e ousadia que só a educação e o esforço persistente para adquirir bons hábitos será capaz de vitoriar esta luta. Inclusive saber-se limpar e as próprias sujeiras, nas calcinhas e nas cuecas.

 

11. Aposto que você teria a oportunidade de se tornar uma pessoa melhor.

 

Pablo anônimo me quer uma pessoa melhor. E eu não quero ser melhor, sobretudo, para um Pablo que eu não sei quem é nem desejo, porque o achei tão deprimente que me sinto como se fora vítima de um sicário qual Ravaillac, alguém que não se quer mudar, mas quer mudar a mim, se possível até matando.

 

E eu quero viver. Só para me melhorar para os meus, sem querer ser candidato a nada. Melhorar-me para a mulher única que estou a amar 35 anos de casado quase, dormindo na mesma cama, no mesma casa, no mesmo colchão do nosso cheiro. Melhorar-me para meus filhos, minha linhagem, desejando-os vitoriosos como são, todos três sem exceção, probos, dignos, sérios, responsáveis e competentes, seguindo em frente e sendo exemplo aos netos que começam a chegar como bênçãos do Deus que sempre animou a minha sempre terna juventude.

 

Não desejo, embora professe em minha fé, a santidade que não mereço. Não sou santo. Não quero ser santo. À parte isso busco a santidade inatingível. Mesmo sabendo que a santidade não é para mim. É para gente melhor do que eu e do que Pablo.

 

Quero ser apenas como as aves do poeta, “que passam sem deixar rastro” e que assim deve ser.

 

Quanto ao Pablo degenérico, quase-estérico e disentérico que me quer no seu ver melhor, que fique com a sua melhoria para o próprio consumo. Bom proveito!

 

12. Mas, em uma coisa concordo contigo: os jovens substituem os velhos.

 

Finalmente uma concordância. Acho que foi porque misturou o contigo com você. Pablo se acha no direito de violar até as regras do vernáculo, justamente neste cenáculo de quem escreve.

 

Terrível, Pablo, seriam os velhos substituírem os jovens, por missão. Terrível é um pai sepultar um filho. Os jovens substituem os velhos sim! É esta a missão dos jovens. Envelheçam! Amadureçam! Dizem os velhos aos jovens. Mas há tantos e tantos jovens que não se capacitam para substituir os velhos! Ah tantos jovens que já se prenunciam um fracasso! Que apodrecem e nunca amadurecem!

 

Por isso eu digo aos jovens, todos os jovens, aí incluídos os meus filhos. Se capacitem para a vida! Sejam dignos! Sejam capazes! Estudem! Tenham no livro um companheiro inseparável. Amem e sejam amados. Não engravidem nem se deixem engravidar por quem não lhes respeitem como ser. Não sejam pais irresponsáveis! Procurem legar filhos dignos, mesmo que o ambiente lhes seja áspero e hostil. Sejam bravos! Sejam guerreiros! “Nas contendas da vida não exija a educação do adversário, seja você o primeiro a demonstrar a sua”. Também não sejam nem burros, nem tolos, nem ingênuos! Que Deus lhes dê o resto por acréscimo!

 

13. Oxála que novos jornalistas nasçam!!!

 

Eu acho que Pablo quis grafar oxalá. Acho também que ele me tomou por um jornalista e os deseja melhor do que sou. Não sou jornalista. Aliás, eu hoje não sou nada. Eu fui professor. Como gosto de ler e escrever, contratei este espaço da Infonet. Ou seja, eu não sou pago por ou para escrever. Poder-se-á dizer que eu remunero a Infonet para ser um seu articulista. Uma coisa boa pra mim que nunca fui movido a dinheiro, e boa pra infonet também. De forma que enquanto for de minha vontade e da Infonet estarei aqui. Acho que basta e a resposta é final. Não desejo voltar ao tema, porque só enseja pustema, jamais um poema. E eu prefiro os poemas.

 

Para terminar devo dizer pedindo até desculpa ao Pablo anônimo, heterônimo ou acrônimo, que só chamei de Pablo genérico, por falsificado de um espanhol mal emprestado, porque eu tentei identificá-lo no Google e no Yahoo e você ali não está, porque ali só entra quem produz.

 

E assim encontrei muitos Pablos. Nenhum deles era o Pablo que eu queria; você. Encontrei até o Pablo Escobar, o bandido maior da cocaína colombiana, que não lhe sugiro como exemplo.

 

Encontrei o Pablolindo no site admirável http://thaisebaby.weblogger.terra.com.br/ Visite-o!

 

Encontrei o pablo.blog.br, especialista em PHP e GTH, coisas que eu não sei o que é nem desejo, mas será importante no futuro dos jovens. Visite-o também! Está no site http://www.dalloglio.net/

 

Um Pablo que encontrei na Internet.

Vá ao site http://gamerbr.blig.ig.com.br/ de Pablo Miyazawa, um dos editores da revista Rolling Stone, que foi editor da EGM Brasil, Nintendo World e Herói e colaborador da Folha, Set e MTV. Sócio do coletivo Gardenal.org. e outro jovem que bem se preparou para substituir os velhos.

 

Vá também ao site do comediante Pablo Francisco: http://www.pablofrancisco.com/

Veja também o blog

 

http://www.pablomancini.com.ar/ de Pablo Mancini, ecologista, preocupado com o meio ambiente. 

Deguste a página do cozinheiro Pablo Bouquet, nascido em Mar del Plata, outro Pablo verdadeiro por Argentino, no http://www.acheiusa.com/acheiusa/achei-colunistas-pablo.asp

 

E assim para encerrar de verdade, deixo ao Pablo incômodo e já incomodado, uma frase em alivio como um sopro na ferida.

 

 “Si no podés cambiar el mundo, por lo menos cambiá de peinado“

 

E como Pablo pode está pensando em flatulência, procurarei traduzir sem eloqüência. Ou seja:

 

“Se não podes mudar o mundo, pelo menos mudes de penteado.”

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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