Casal morto mantinha prostíbulo e aliciava menores para o tráfico

Paulinho e Robério: prostíbulo e aliamento de menores para o tráfico (Fotos: Ascom SSP)

A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP) atribui ao casal morto na quinta-feira, 12, em confronto com a polícia ocorrido em Nossa Senhora das Dores, a tarefa de planejar a execução de pelo menos oito pessoas, mortas a tiros em diferentes municípios sergipanos, e de liderar uma facção criminosa, que estaria dominando o tráfico de drogas naquela região e que teria vínculo com o grupo nacionalmente conhecido como PCC (Primeiro Comando da Capital). Na operação, foram apreendidas duas armas, uma certa quantidade de drogas, um carro blindado que era usado pelo suspeito morto e motocicleta.

Armas apreendidas durante a operação

Conforme a SSP, Robério Feitosa dos Santos, 29, e Maria Rosonere da Silva, 45, conhecida como Paulinha na região, mantinham duas casas de prostituição, e também seriam responsáveis pelo aliciamento de menores de idade para a relação com o tráfico de drogas.

Os detalhes foram divulgados em coletiva de imprensa nesta sexta-feira, 13, concedida pelos delegados da Polícia Civil Marco Garcia, titular da Delegacia Regional de Nossa Senhora das Dores, e André David, coordenador do Núcleo Operacional do Complexo de Operações Policiais Especiais da Polícia Civil (Cope).

O confronto, segundo os delegados, ocorreu em um dos prostíbulos administrados pelo casal, onde estavam os suspeitos. Nesse mesmo local, também foi localizado Reginaldo Santos Júnior, 25, que teria saído de Itaporanga D´Ajuda para entregar uma certa quantidade de cocaína, que teria sido solicitada pelo casal. Ele foi preso e autuado em flagrante por tráfico de drogas.

Delegados detalham a investigação

Os delegados informaram que há um outro integrante da suposta quadrilha já identificado: Romário Vieira da Silva, 25, que não foi localizado e é considerado foragido da justiça.

Mortes

As oito mortes atribuídas ao casal teriam sido motivadas pela disputa pela liderança no tráfico de drogas ou decorrentes de cobrança de dívidas, contraídas pela aquisição de drogas. Mas na coletiva, os delegados só falaram de dois duplos homicídios e de um sequestro ocorrido em Aracaju, cujo corpo da vítima foi localizado em Maruim.

Nesse último caso, conforme os delegados, o jovem Lucas Santos Paes, 23, foi sequestrado na terça-feira, 10, retirado por dois homens desconhecidos da própria casa no bairro São Conrado, em Aracaju, e o corpo dele foi encontrado no dia seguinte em uma estrada no povoado Oiteiros, no município de Maruim.

De acordo com os delegados, o casal também teria articulado o plano de morte para as três mulheres vítimas do atentado ocorrido entre a noite do dia 21 de novembro e a madrugada do dia 22, em Dores. Crime que teria sido planejado porque as mulheres, que prestavam serviços para o casal, passaram a trabalhar para um grupo rival. Nesse atentado, morreram as jovens Bruna Farias da Silva e Diana dos Santos. Conforme a Polícia Civil, Gilmara Silva de Aquino, a terceira mulher que se encontrava na casa onde ocorreu o duplo homicídio, sobreviveu e teria sido o pivô para elucidar esse crime.

Os delegados também atribuem ao casal e à suposta quadrilha a ele vinculada o duplo homicídio ocorrido também em Nossa Senhora das Dores, cujos corpos das vítimas foram encontrados no Caminho da Floresta. As vítimas foram identificadas como Manoel Messias Batista Santos e Jefferson Brito do Nascimento. Eles foram assassinados a tiros e, ao lado do corpo, foi encontrada uma porção de droga, que seria uma espécie de mensagem deixada pelos criminosos.

Os delegados informaram que o grupo é perigoso, violento, que não perdoavam qualquer deslealdade e agiam com rigor e crueldade para cobrar dívidas originadas pela aquisição de drogas.

As investigações foram iniciadas há cerca de seis meses para desarticular duas facções acusadas de liderar o tráfico de drogas no médio sertão sergipano e continuam para localizar Romário Vieira da Silva e outros suspeitos, acusados de integrar esses grupos criminosos. A comunidade pode contribuir através do Disque Denúncia, transmitindo informações pelo telefone 181. A ligação é gratuita e a identidade do informante será mantida em absoluto sigilo.

por Cassia Santana

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