Novo peixe-boi marinho aparece em Ponta dos Mangues em Sergipe

O peixe-boi Tinga é monitorado e aparece em Ponta dos Mangues (Foto enviada por moradores à Fundação Mamíferos Aquáticos)

Além de Astro, o peixe-boi marinho que vive no litoral sergipano há cerca de 20 anos, a Fundação Mamífero Aquático (FMA) identificou mais um outro dessa espécie, o Tinga que foi reintroduzido no estado de Alagoas e decidiu, de forma espontânea, se deslocar para o litoral de Sergipe. Frequentemente, ‘Tinga’ é visto na região de Ponta dos Mangues, no município de Pacatuba, na região do Baixo São Francisco.

Conforme informações da assessoria de imprensa da FMA, moradores da região enviaram fotografias e vídeos do novo peixe-boi, visto encostado a embarcações, para a equipe do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho. Da mesma forma que acontece com Astro, o mais novo animal aquático é monitorado permanentemente pela equipe da APA Costa dos Corais do ICMBio.

Os pesquisadores dedicados à preservação da espécie no Brasil comemoram a presença do peixe-boi nesta região, observando que Sergipe vem se destacando como local propício para a espécie, que era considerada extinta do litoral sergipano.

Apelos

A equipe do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho faz um apelo para que as pessoas que encontrarem o animal tomem algumas precauções: não tocar o peixe, não alimentá-lo nem também fornecer qualquer tipo de bebida. Caso o animal esteja lesionado ou encalhado, as pessoas devem informar a situação à equipe do Projeto Viva o Peixe-Boi. As informações podem ser enviadas pelos telefones (83)99961-1338 / (83) 99961 – 1352 (whatsapp) ou (79) 99130-0016.

Os pesquisadores alertam que o toque ou a oferta de alimentos e líquidos podem deixar os animais dependentes, dificultando a liberdade deles. Além disso, conforme os pesquisadores, o contato pode ser uma fonte de transmissão de doenças, que podem afetar os animais e também os humanos.

O peixe-boi marinho (Trichechus manatus) é um mamífero aquático da ordem Sirenia que pode chegar a pesar 600 kg e a medir até 4 metros. Apesar de toda a robustez, é um animal herbívoro, que se alimenta de capim-agulha e vegetação aquática. Como todo mamífero, sua respiração é pulmonar. Em um ambiente saudável, livre de ameaças, o peixe-boi pode viver até os 60 anos.

No Brasil, infelizmente, a espécie está risco de extinção. De acordo com pesquisas desenvolvidas pela Fundação Mamíferos Aquáticos, Universidade Federal de Pernambuco e FURG, estima-se que existam aproximadamente apenas mil peixes-bois marinhos no litoral nordestino, vivendo entre os estados de Alagoas até o Piauí.

Embarcações

As embarcações motorizadas, a exemplo de barcos, lanchas e jet skis, se caracterizam como um grande risco ao peixe-boi marinho. Os condutores destas embarcações devem ter maior atenção no momento de ligar o motor, observando se há algum animal marinho próximo. A hélice em movimento causa danos ao animal e pode matá-lo. Percebendo a presença do animal com a embarcação em movimento, os condutores devem reduzir a velocidade e até mesmo desligar o motor para evitar atropelamentos e colisões com o animal.

‘Astro’ já foi atropelado em cerca de dez situações e já passou por longo período de tratamento. Atualmente, ele está bem, monitorado pela equipe do Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho, com auxílio de tecnologia satelital e também por avaliações clínicas periódicas.

O Projeto Viva o Peixe-Boi Marinho é realizado pela Fundação Mamíferos Aquáticos, que recebe patrocínio do Programa Petrobras Socioambiental. A equipe atua com uma estratégia de conservação e pesquisa para evitar a extinção da espécie no Nordeste do Brasil nas áreas de pesquisa, tecnologia de monitoramento via satélite, manejo, educação ambiental, desenvolvimento comunitário, fomento ao turismo eco pedagógico e políticas públicas.

Por Cassia Santana, com informações da Ascom/Mamíferos Aquáticos

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