Exposição de altares une ação solidária e resgate dos festejos juninos

Os estandartes, nichos e pinturas continuam atraindo moradores da capital e do interior ao Centro de Cultura e Artes (Cultart), onde está sendo realizada, até o dia 30 deste mês, a 5ª Exposição de Altares “Antônio – Tempo, Amor e Tradição”. A promoção é do Serviço Social do Comércio (Sesc/SE) em parceria com a Universidade Federal de Sergipe (UFS).

O projeto que deu margem a criação foi idealizado pelo professor Otávio Luiz Cabral, cuja autoria é dos alunos do curso de Artes Visuais da UFS, de artistas plásticos sergipanos e de instituições, como a Cooperativa dos Agentes Autônomos de Reciclagem de Aracaju (Care). Uma união que, segundo Otávio Luiz, tem resgatado alguns dos velhos costumes juninos e despertados nos alunos o interesse pela pesquisa.

Otávio Luiz: resgate de velhos costumes e interesse de alunos.
“A confecção de altares dedicados a Santo Antônio, São João e São Pedro eram comuns nas residências. Neles, eram feitas orações e lançados pedidos escritos em papéis. As comidas típicas e bebidas alcoólicas também faziam parte dos rituais religiosos e integravam várias famílias dos povoados”, explicou o professor.

Expressando a arte nas várias formas de propagação da fé católica, os altares foram construídos de materiais que vão de simples calamaços a bordados finos. O critério estabelecido é a própria criatividade de seus autores, a exemplo do CARE, que utiliza latinhas, e garrafas peti para a construção de sua arte.
 
O ingresso para a exposição é um quilo de alimento não perecível. Os alimentos e toda a renda obtida com a venda das pinturas serão doados a Ação Solidária Santo Antônio, localizada no bairro Rosa Elze. Para a estudante Leandra Rezende, de 15 anos, a arte solidária que destaca a iconografia de Santo Antônio tem ampliado o conhecimento de muitos no que se refere às antigas tradições culturais. “É maravilhoso notar que eram realizados casamentos nesses altares e que muitos acreditavam que o santo traria um marido para as donzelas. Esses costumes devem ser relembrados, pois trata-se da história de vida dos nossos antepassados”, salientou.

TREZENAS – A devoção ao santo casamenteiro tem atraído religiosos de várias cidades do interior, como São Cristóvão e Santo Amaro das Brotas, para a celebração da trezena de louvor. A trezena acontece até o dia 13 de junho, sempre às 20 horas, com danças e orações ministradas por grupos folclóricos. Quem comparecer ao Cultart na trezena de amanhã, dia 10, também poderá se divertir com a irreverência do Grupo Imbuaça, no espetáculo “Antônio Meu Santo”, apresentado gratuitamente às 21h.

Por Núbia Santana e Raquel Almeida

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