Como o País tem se adaptado a maior demanda por internet da história

Internet passa por sua maior demanda da história (Bárbara Luiza/UFG)

O distanciamento social colocado para os brasileiros como medida de proteção contra o Covid-19, vírus que atinge países numa escala mundial, tem provocado fenômenos de proporções inéditas nas relações pessoais e profissionais. No Brasil e no mundo, a experiência da conectividade virtual nunca foi tão utilizada quanto agora. Vídeoconferências, entretenimento em sites com vídeos, serviços de streaming e redes sociais são atividades que estão em alta – e provocaram uma explosão no sistema de tráfego de dados por todo o mundo.

Com um novo cenário de consumo de internet, empresas e operadoras de telecomunicações estão adotando estratégias para comportar toda a demanda de usuários e para que os serviços sejam mantidos. “Se tratando de demanda de internet, nós tivemos uma alta enorme quando houve a queda das Torres Gêmeas, nos EUA. Mas, sem dúvidas, esse é o momento de maior demanda por internet da história”, mensura Andrés Menéndez, professor e superintendente de TI da Universidade Federal de Sergipe (UFS). Menéndez usa como exemplo o próprio setor de TI da Universidade. “Tínhamos uma experiência com oito vídeoconferências, após esse distanciamento, já subimos para 350 no nosso setor. É uma exigência ao nosso sistema que nunca havia acontecido nessa proporção”, explica.

O mesmo acontece de uma maneira geral, no País. Com muitas empresas autorizando o trabalho remoto (home office) para seus funcionários, o uso da internet para fins profissionais, com reuniões em vídeos, por exemplo, chega a números recordes. “São os vídeos que mais consomem internet. A gente tem visto todo mundo se comunicar por vídeo, isso naturalmente exige bastante e a gente começa a sentir uma diferença. Eu, por exemplo, tenho uma TV com tecnologia 4k e outra inferior. Nesse período de alta demanda, não tenho mais observado diferença de qualidade ao assistir um serviço de streaming em ambas”, afirma Menéndez.

A explicação está na estratégia que vem sendo adotada pelas empresas do ramo. Alguns serviços de streaming já anunciaram que retiraram a qualidade HD dos seus produtos para reduzir o consumo de banda larga.

Existe risco de colapso da internet?

Apesar da alta demanda, o professor Andrés Menéndez considera essa possibilidade como remota. “Há sim uma demanda muito alta, o sistema nunca foi tão exigido, mas as empresas e operadoras têm uma gordura para queimar e estão trabalhando para lidar com esse cenário”, diz.

Em entrevista por vídeo chamada, professor explica adaptações no sistema de tráfego de dados

Que tipo de lição deve ser tirada desse período de alta conectividade?

Para Menéndez, mais do que nunca a internet e as tecnologias vêm mostrando o quanto podem ser aliadas da população. “É um momento em que as pessoas devem manter o distanciamento, mas a internet permite que você tenha um diálogo face a face, por exemplo, como esse que estamos tendo agora. (a entrevista foi por chamada de vídeo) Seja para dialogar com um familiar ou colega de trabalho, esse é um recurso que podemos sempre utilizar, assim como as empresas podem considerar e, quem sabe, remodelar seu mecanismo de trabalho”, analisa o professor.

Por Ícaro Novaes

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