Marcha em Salvador (BA)/(Foto: Divulgação) |
Em resposta às resoluções do (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio de Janeiro (Cremerj) – que visam punir os médicos cariocas que prestarem assistência a partos domiciliares e os que fizerem parte de equipes de retaguarda, além de proibir a participação de “doulas, obstetrizes, parteiras etc” -, durante todo o dia do próximo domingo, 5, mulheres, homens, profissionais de saúde e movimentos sociais ocuparão as ruas em todo o Brasil para reivindicar mudanças na assistência ao parto.
Em Sergipe, a Marcha pela Humanização no Parto será organizada pelo movimento intitulado “Movimento de Apoio ao Parto Humanizado”, composto por mães, pais, profissionais afetados, homens e mulheres em geral que se sensibilizaram com a causa e que muitas vezes tiveram experiências de prévias nas quais não tiveram acesso à informação, foram desrespeitados em suas escolhas e tiveram a sua autonomia limitada por protocolos ou condutas inadequados.
A manifestação se concentrará às 15h no Mirante da 13 de Julho e irá marchar até o Parque Augusto Franco (Sementeira). “Nossa intenção é possibilitar um diálogo aberto com a sociedade sobre as bandeiras que têm sido discutidas sobre a humanização do parto internacionalmente”, conta a psicóloga e doula Silvia Anjos.
“É preciso investir nos profissionais para que eles incorporem condutas que levem em conta o bem-estar da mãe e do bebê. Este movimento se iniciou na Europa há cerca de 30 anos e só agora chega ao Brasil. Não podemos perder tempo. Já enfrentamos e ganhamos em muitos lugares e reduzimos as altíssimas taxas de mortalidade materna e infantil, agora é a hora de diminuirmos nossas taxas de cesáreas e cuidarmos deste momento tão especial que é o nascimento de um bebê. E não tem por que ser ruim ou violento: tem de ser bom! Tem de respeitar a mulher e suas escolhas. Muito já evoluímos em técnicas cirúrgicas e precisamos aproveitar isso a nosso favor”, explica a médica sanitarista e professa da Universidade Federal de Sergipe (UFS), Priscilla Batista.
Violência Obstétrica
Além disso, as mães protestam também contra as altas taxas de cesarianas realizadas no Brasil, o que nos configura como um dos primeiros colocados no ranking mundial em número de procedimentos: 52%, quando o recomendado gira em torno de 15-20%, de acordo com o Ministério da Saúde.
O movimento busca chamar atenção para as “violências obstétricas” que acontecem hoje no Brasil, no qual as mães sofrem direcionamento de cesárea desnecessária, direcionamentos de puxos, limitação de posições para o parto, exames de toque repetidos, agressões e ameaças verbais, restrição do contato mãe-bebê, violação do direito ao acompanhante de parto, restrição da deambulação (caminhadas) durante o trabalho de parto, ficando obrigadas
a manter-se na posição deitada, além de raspagem dos pelos e outras intervenções invasivas e desnecessárias.
“Nós buscamos também mostrar experiências positivas de parto humanizado que já estão acontecendo em Aracaju, com o apoio de obstetras e pediatras que, essencialmente, respeitam o protagonismo da mulher”, diz Daniela Costa, advogada e professora da Universidade Federal de Sergipe (UFS).
Fonte: Ascom Movimento Apoio ao Parto Humanizado
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