Lisboa – Primeiras impressões

Aeroporto Portela de Sacavém, Lisboa, Portugal, 11h40. Chega-se em Lisboa, capital de Portugal sem muitas pretensões. Informações que Lisboa nada mais é do que uma Salvador melhorada tinha pairado pelas discussões do roteiro de férias. Hotel, reconhecimento de área e tão logo começa-se a percorrer a Avenida Liberdade. As primeiras impressões desvendam uma Lisboa bem diferente do que se tinha imaginado, unindo modernidade a história através de casarões antigos, lojas de griffes famosas e tudo que se encontra numa grande metrópole, sem contar com a auspiciosidade dos portugueses e  milhões de brasileiros trabalhando em subempregos.

 

Quando deixado de lado a impressão que se tem da cidade desprovidas de benesses turísticas igual a suas capitais federais mais próximas – Madrid, Roma ou Paris – aparece uma Lisboa surpreendente e contagiante. De um lado, Bairro Alto, Chiado, Rossio, Belém, com seus casarões preservados, igrejas e invejáveis preciosidades históricas e culturais. Do outro, já na zona industrial, a modernidade de uma Lisboa recém-construída, com seus prédios modernos, muitos erguidos para a Expo 98, megaevento que ocorreu com a participação de mais de 100 países para celebrar os 500 anos das conquistas de Vasco da Gama Cristovão Colombo.

 

A variedade de línguas já se faz presente nos dois pólos turísticos da capital lusitana (moderno e histórico). Os dois pontos de referência são também os trajetos dos ônibus de turistas, por aqui chamados de autobuses. Por falar em transporte, Lisboa apresenta um dos melhores sistemas da Europa, tanto pela limpeza, agilidade, comodidade e custo- beneficio.

 

Como a cidade têm pouco mais de 600 mil habitantes a facilidade de desbrava-la e percorre-la faz-se bem mais agradável do que outras capitais da Europa. A dica é também dividi-la em moderna e antiga e colocar o pé na estrada, ou melhor no metrô e no autobus.

 

Localize-se por mapas distribuídos nos principais pontos turísticos da cidade e pontue-os. Madrid tem quatro linhas de metro bem distribuídas e de fácil acesso, além dos já mencionados autobus turísticos que para nos principais atrativos. Comece pelo bairro de Belém, onde concentra-se uma mix de atrações, que vão desde a Torre de Belém, O Mosteiro dos Jerônimos, o Padrão do Descobrimento e os Museus dos Coches e Nacional de Arqueologia, além do moderno Centro Cultural de Belém, prédio construído para que Lisboa fosse temporiamente a capital da Comunidade Européia.

 

Vale a pena conhecer detalhadamente o Mosteiro dos Jerônimos e a Torre de Belém, o primeiro, pela sua beleza arquitetônica de origem manuelina, com motivos culturais góticos e inspirados na época do descobrimento. O complexo reúne clausto, igrejas, locais dos dormitórios, confecionários, salas de refeições, além e amplos jardins, além dos túmulos de Fernando Pessoa, Vasco da Gama e Luiz de Camões.

 

Na Torre de Belém a dúvida é contemplar a vista do Rio Tejo, da cidade ou da história do local, mas tire um tempinho para os três, afinal, a construção é uma das maravilhas de Lisboa, com sua arquitetura militar, construída no reinado de Manuel I para defender a emborcadura do Tejo. Não saia do bairro sem ver o Padrão do Descobrimento, construído para homenagear as grandes navegações e sem apreciar os famosos pasteis de Belém, feitos na Antiga Confeitaria de Belém, onde há mais de 100 anos mantem a tradição da fabricação.

 

Partindo de Belém todos os principais roteiros turísticos levarão a uma parada no Cais do Sodré, um ponto de partida para se conhecer as principais atrações turísticas do Chiado, Rossio, Bairro Alto, Restauradores, Baixa, Alfama e Castelo. No Bairro Alto os brasileiros que lá visitam conferir a origem de estender a roupa no varal e botar para quarar. É típico ver nos sobrados esta prática, mas é na Confeitaria A Brasileira, local onde Fernando Pessoa freqüentava, que se tira uma tradicional foto com sua estátua e confere a encontro de mundos da noite lisboeta, sem contar com igrejas, casarões, bares, restaurantes e lojas. A dica é subir de elevado, tanto pelo moderno Elevador de Santa Justa ou Elevador da Glória. É também no bairro, onde têm-se os miradouros, pontos de observação panorâmico da cidade.

 

La embaixo, as Praças dos Restauradores, do Rossio e também a Rua Augusta com a Praça do Comércio convidam a contemplar uma Lisboa bem parecida com os centros antigos de Salvador, São Paulo ou Rio de Janeiro e é lá onde também se pergunta o porquê de o patrimônio histórico brasileiro ser tão depreciado e modificado.

 

Lisboa é muito mais: Castelo de São Jorge, Parque Eduardo VII, Igrejas da Sé, da Estrela, de São Francisco, onde o santo foi batizado; Teatro D. Maria II, Estação do Rossio, Museus do Fado, do Azulejo, da Marinha, entre várias outras atrações, mas é na Lisboa moderna onde se encontra o Centro de Compras Vasco da Gama, o Parque das Nações, o Panteão Nacional, a Torre Vasco da Gama e o famoso Oceanário de Lisboa, considerado o maior da Europa. Há espécies aquáticas dos mares e oceanos em aquários gigantescos, que vale a pena serem conferidos.

 

Não se esqueça de dar uma esticadinha na região de Cascais, Estorial e Sintra se tiver tempo disponível. Há um trem que parte das estação do Cais de Sodré que passa pelos balneários. Sintra fica um pouco mais afastada, mas nem titubeie em chegar lá.  Contemple a vista das casas de veraneios e os casarões a beira-mar, além da sofisticação da localidade, afinal, tudo lembra um pouquinho do nosso Brasil. Até quinta-feira.

 

Dicas de Viagem

 

Não se faz necessário apressar-se para procurar os locais de refeições. Lisboa é bem servida de bons restaurantes a preços convidativos, comparando com outras capitais da Europa.

 

Os portugueses gostam muito de bater papo com os brasileiros, mas não se esqueça que está em outro país. Se São Paulo é considerado um povo fechado, imagine os europeus.

 

O metrô é uma boa pedida para quem quer conhecer Lisboa de ponta a ponta, a custo baixo. Vale a pena comprar um ticket que custa menos que cinco euros, mas pode ser validado para quaisquer transporte público da cidade. Caso queira gastar mais um pouco, também é bem apreciado pagar quinze euros para apreciar a vista de Lisboa dos autobuses de turismo. A passagem lhe permite parar em todos os pontos turísticos dos dois trajetos e embarcar em outro ônibus a cada meia hora. Há também opções de circulação de bondes por todo o centro antigo.

 

Residentes em Lisboa sempre mandam os turistas tomarem cuidados com seus pertences nos transporte público. Não poucos registros de assaltos à mão armada, mas não vacile com os pequenos furtos.

 

Tire a ideia de que Portugal é o patinho feio da Europa. Lisboa é surpreendente e contagiante com gosto de quero voltar.

 

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Fotos: silvio Oliveira

 

 

 

 

 

 

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