Roma – Vaticano, Império e ruínas

São mais de três horas de viagem de Lisboa até Roma e a diferença de uma hora no fuso horário. Chega-se ao Aeroporto Leonardo da Vinci e pelo nome já se sabe o que espera: uma viagem ao tempo dos imperadores, grandes artistas e pensadores, ruínas e muitos monumentos.

Estação Termini é a parada principal dos principais trens e onde para a linha partindo do aeroporto. É perto dela onde ficam as ruínas do Templo de Minerva e da Porta Maggiore – um grande pórtico de sustentação do Aqua Claudia, principal aqueduto construído pelo imperador Cláudio para abastecer Roma. Esses dois monumentos são referenciais de localização para quem fica nas proximidades da estação. Começa-se a viagem no tempo.

Entre prédios residências antigos e um comércio predominante de asiáticos, observa-se a primeira parada: a Igreja de Santa Maria Maggiore. Tudo é construído para impressionar e causar a sensação de grandiosidade. As portas de bronze detalhadas as colunas, o altar com o baldaquino e muitas esculturas. Só de pensar que o templo foi construído antes do Brasil ser descoberto, percebe-se que o berço da civilização ocidental está aqui.

O frio e garoa não dão trégua na capital italiana, por conseguinte, observa-se os típicos congestionamentos de Roma, o jeito incisivo de falar dos romanos e o aglomerado de carros velhos sem serventia estacionados na rua. Como há problemas de estacionamento na Roma Histórica, os carros minis predominam por aqui. Os italianos são de pouco papo, diferentes dos portugueses, porém, quando fazem amizade e estabelece o diálogo, a alegria contagia e logo ressalta personalidades brasileiras como “Ronaldinho”, “Kaka”, “Maradona”, “Lula”, “Gisele” e o “Flamengo”. Pois é, há quem diga que Maradona é brasileiro.

Chega-se a Praça da República com suas fontes e a charmosa Basílica de Santa Maria dos Anjos (Santa Maria Degli Angeli). Roma é assim: incontáveis igrejas por todos os cantos, mas é a beira do Rio Tibre que a paisagem de inverno europeu ganha força, com as árvores sem folhas e o refletir da imagem das colunas de suas pontes nas águas esverdeadas. Ao longe, ver-se a Cúpula de Michelangelo, ou melhor, da Basílica de São Pedro, na Praça do mesmo nome, no Vaticano. É de impressionar a suntuosidade. Mulçumanos, ateus, budistas, protestantes, islamitas, quer seja a religião, unem-se ali numa uníssona corrente de admiração. É para isso mesmo que foi arquitetada a Basílica de São Pedro: ser admirada. A sensação de esta ali é indescritível. A quantidade de mármore utilizado, o ouro do altar, o baldaquino, os detalhes…

Da cúpula projetada por Michelangelo, tem-se a vista panorâmica de Roma e do Vaticano, mas mesmo com tanta beleza, é hora de provar do gostinho das massas caseiras italianas em osterias (restaurantes bem aconchegantes, típicos italianos, onde as massas e os ingredientes são fabricadas pelo dono). A tripa romana é a nossa dobradinha, mas com o molho de tomate e recheio especial, pó conseguinte, são as massas os personagens principais.

A Piazza Navona, a embaixada brasileira e suas fontes, o Pantheon, a Fontana de Trevi e a Praça de Espanha com os monumentos de Benini não podem estar fora do roteiro romano. Por falar sobre fontes, Roma possui várias espalhadas pelas ruas e melhor, com água potável. Conta-se que as fontes eram construídas para ornar os espaços públicos, finalizando os canais abastecidos pelos aquedutos.

Se fontes e monumentos não podem faltar no cardápio turístico de Roma, imagine seu principal cartão-postal: o coliseu. O monumento foi no ano 72 depois de Cristo pelo imperador Vespaziano e inaugurado oito anos depois. Vale a pena percorrer as ruínas e observar o seu entorno com o arco de Costantino, as ruínas da Domus Aérea, onde morou Nero, os Fóruns Imperiales, Mercado de Trajano, logo depois seguir pela Via Del Corso com suas lojas de griffe mundialmente famosos até chegar na Praça de Espanha e Praça del Popolo. Nesta última, o visitante sente-se no próprio filme Anjos e Demônios.

Descendo em direção ao Rio Tibre passará pelo Castelo de Sant’Angelo, onde encontra-se sepultado o imperador Adriano, e verá uma das vistas mais bonitas de Roma, a ponte de Sant’Angelo com a cúpula da Basílica de São Pedro no Vaticano, ao fundo. Dentre monumentos espalhados por toda a cidade, é lá um dos lugares mais místicos do mundo e de concentração de cores, sotaques e línguas. Conheça o Museu do Vaticano, os jardins, a Capela Sistina e os túmulos dos papas. O mais visitado é sem sombra de dúvidas o do Papa João Paulo II. No mais, agora é conhecer um pouquinho das regiões da Toscana, Veneto e Úmbria para despedir-se da Itália. Até lá.

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Fotos: Silvio Oliveira

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