Agressão a trans: delegada fala das dificuldades na investigação 

Ana Carolina pretende acionar Ministério Público para garantir liberação de laudos (Foto: Arquivo Portal Infonet)

A delegada Ana Carolina Machado, do Departamento de Atendimento a Grupos Vulneráveis de Lagarto (DAGV), está encontrando dificuldades para identificar a materialidade do crime praticado contra uma mulher trans, vítima de agressão física. Na terça-feira da semana passada, 28, a mulher trans prestou depoimento no DAGV e a delegada a encaminhou para o Hospital Universitário de Lagarto, tido como referência para estas situações, mas até o momento o laudo médico ainda não chegou à Delegacia.

De acordo com a delegada, esta situação tornou-se fato corriqueiro no Hospital Universitário quando se trata de vítimas de agressões. A delegada revela que os médicos resistem a enviar o prontuário do paciente vítima de agressão para que a autoridade policial possa dar prosseguimento à investigação e especificar o crime. A delegada esclarece que o laudo médico, o prontuário do paciente ou documento similar são essenciais para a investigação por serem classificados como meios de prova.

Ministério Público

A delegada explica que a qualidade do material probatório é eficaz para elucidação do crime. E a ausência do laudo médico nos autos prejudica o sucesso da investigação, no entendimento da delegada de polícia. A liberação do prontuário do paciente ou de laudos médicos naquela unidade de saúde, conforme a delegada, depende do médico plantonista. “Alguns liberam, mas outros utilizam o discurso de que o prontuário é privativo do paciente para não liberar”, comenta.

A delegada Ana Carolina Machado já está pensando em adotar medidas mais radicais para obrigar a classe médica a liberar os laudos, acionando o Ministério Público Estadual para que as providências sejam adotadas e estas situações sejam efetivamente combatidas.

Além da dificuldade para ter acesso ao laudo médico, a delegada relata outros empecilhos que enfrenta para identificar o agressor que praticou o crime contra a mulher trans. As imagens capturadas e fornecidas à polícia que demonstram o momento da ação não são tão nítidas, mas a delegada pretende aprimorá-las para conseguir identificar o homem que se aproximou da vítima e a agrediu.

Por meio de nota enviada pela assessoria de imprensa assegura que o Hospital Universitário de Lagarto (HUL) tem adotado sistematicamente o procedimento de responder a todas as demandas por informações pertinentes originadas dos órgãos públicos, observados os prazos para atendimento. Na nota, o HUL relata que nesta terça-feira, 4, gestores do  hospital se reuniram com a delegada de polícia civil, Ana Caronlina Machado, para “alinhar o fluxo de solicitação e entrega de informações”. Na nota, o hospital se compromete a adotar medidas céleres para contemplar os prazos estabelecidos.

Por Cassia Santana

A matéria foi atualizada às 13h20 para acrescentar informações enviadas pela assessoria do Hospital Universitário de Lagarto

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Clique no link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acessos a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais