Prefeitura disponibiliza quatro espaços para acolher moradores de rua

Foto: Marcelle Cristinne

Desde a última quarta-feira, 8, a Prefeitura de Aracaju, por meio da Secretaria Municipal da Assistência Social, disponibiliza à população em situação de rua mais dois espaço de acolhimento, para resguardar aqueles que não têm condições de manter o isolamento e o distanciamento social, essenciais para conter a proliferação do coronavírus (covid-19). Ao todo, são quatro espaços para acolhimento dessas pessoas na capital.

Para ampliar as possibilidades de abrigos provisórios para essa população, além da utilização de prédio municipais, como a Escola Freitas Brandão e o antigo Cras Tereinha Meira, a Prefeitura estabeleceu parcerias com a Associação Desportiva Confiança, que disponibilizou o Estádio Sabino Ribeiro para abrigar as pessoas em situação de rua, e com o Centro Espírita Laura Amazonas, que cedeu o espaço de sua sede.
De acordo com o coordenador de Proteção Especial da Assistência Social de Aracaju, Jonathan Rabelo, no Sabino Ribeiro estão sendo acolhidas famílias e no centro espírita apenas idosos. “Nossa ideia inicial era ter três espaços porque já atenderia à demanda. No entanto, decidimos colocar mais um para garantir um espaço exclusivo para os idosos, numa situação mais confortável e de uma forma mais adequada para eles. Hoje, com os quatro abrigos provisórios, conseguiremos atender amplamente às pessoas em situação de rua”, explica Jonathan.
No Sabino, estão sendo abrigadas três famílias, um total de dez pessoas, entre elas, quatro crianças. Já no centro, são 10 os idosos acolhidos.
Abrigos
Ao todo, são quatro os abrigos disponibilizados para atender às pessoas em situação de rua. O primeiro a ser ofertado foi a Escola Municipal de Ensino Fundamental (Emef) General Freitas Brandão, onde, atualmente, estão abrigadas 56 pessoas, todas do sexo masculino. Já o Cras Tereza Meire foi o segundo local ofertado e, atualmente, 21 pessoas, sendo 19 homens e duas mulheres, convivem no espaço de acolhimento.
Em todos os locais, são disponibilizados produtos de higiene e limpeza, como sabonetes, creme dental e escova de dentes, roupas, toalhas, lençóis, cobertores, álcool, além de colchões, assim como orientações sobre os cuidados necessários para o enfrentamento do novo vírus.
Os acolhidos também recebem três refeições por dia: café da manhã, almoço e janta. A alimentação diária e os produtos de higiene são frutos de uma parceria realizada com a Secretaria de Estado da Inclusão e Assistência Social (Seias).
“Todos os espaços possuem as condições adequadas para abrigar essas pessoas. Trabalhamos com nossas equipes, diariamente, para que possam ser realizadas atividades que possam distraí-los e, ao mesmo tempo, orientá-los sobre a importância de se manterem nesses locais. Existe uma dificuldade de mantê-los em locais fechados. Por isso temos feito serviços de convivência. É preciso bastante diálogo e orientação para tentar diminuir a saída deles dos espaços”, frisa Jonathan Rabelo.
Conforme destaca o coordenador de Proteção Especial da Assistência Social de Aracaju, o trabalho de Abordagem Social continua, bem como o serviço prestado no Centro Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop). “Ainda estamos fazendo o cadastro das pessoas em situação de rua, seja por meio da abordagem ou do Centro Pop. Com esses quatro abrigos, conseguimos dar conta da demanda e atender bem a essa população”, afirma.
Uma dessas pessoas abrigadas é o ex-entregador de móveis José Andrade Santos, de 59 anos. Usuário do Centro Pop, ele está em situação de rua há três anos e, atualmente, está abrigado no Centro Espírita Laura Amazonas.
“A Prefeitura fez um serviço muito bom porque, na rua, a gente corria mais risco. Tenho me sentido muito bem nesse abrigo. Temos comida, banho e o pessoal da Assistência sempre está com a gente, para saber do que precisamos. Tenho aproveitado esse tempo para ler a Bíblia”, afirmou José.
Outro acolhido é Edson da Silva Ramos, de 39 anos. Ele é usuário de substância psicoativa, foi para a Casa Acolher, pelo Consultório de Rua, da SMS, e ficou por dois meses lá, depois começou a frequentar o Centro Pop. Hoje, ele recebe abrigo no Cras Terezinha Meira.
“A gente não tem condições de ficar em casa, como muita gente pode fazer, então, ter esse abrigo é muito importante pra gente. Desde o momento que cheguei, fui bem acolhido, recebi toda a atenção. Estando na rua, correríamos o risco de pegar essa doença e até passar pra outras pessoas. Aqui, no abrigo, estamos mais protegidos. É tudo muito bom”, contou Edson.
Planejamento 
Para que o serviço de acolhimento pudesse ser realizado, foi necessário um planejamento por parte da Secretaria Municipal da Assistência Social. O trabalho prévio contou com uma série de reuniões para alinhar as principais providências a serem adotadas.
Assim, com o plano traçado, as equipes do serviço de Abordagem Social e do Centro Especializado para Pessoas em Situação de Rua (Centro Pop) foram a campo e fizeram um levantamento em toda a cidade das pessoas e famílias que tinham interesse em ser acolhidas nos abrigos do Município.
“Desde o dia 16 de março começamos a pensar em estratégias para a população em situação de rua. A primeira foi a manutenção dos nossos serviços funcionando, tanto o Centro Pop como também o de abordagem e verificou-se a questão da necessidade de isolamento social. Fizemos o levantamento e, com o número de interessados, pudemos organizar os espaços de acolhimento”, completa o coordenador de Proteção Especial da Assistência Social.

 

Fonte: Prefeitura de Aracaju  

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