O uso da irrigação na plantação de macaxeira produz raízes maiores e mais macias para cozinhar, por conta da precocidade com que a planta atinge o tamanho para colheita. A opção também permite que o agricultor cultive e colha em épocas em que o produto é escasso, como no verão, pois quando plantada em sistema de sequeiro, a macaxeira fica à mercê do volume de chuvas para produzir bem. Cerca de 30 agricultores do Perímetro Irrigado Piauí, administrado pela Companhia de Desenvolvimento de Recursos Hídricos e Irrigação de Sergipe (Cohidro) em Lagarto, estão optando por cultivar com o uso de sistemas de irrigação como a aspersão convencional e a microaspersão. A partir da orientação técnica da Cohidro, contudo, o sistema mais usado pelos irrigantes tem sido a mangueira de gotejamento.
O equipamento é de baixo custo e agrega eficiência com economia de água, já que o gotejador pode ser direcionado à base da planta, sobre as raízes, sem desperdiçar. Segundo o gerente do perímetro irrigado Piauí, Gildo Almeida, a opção da maioria dos irrigantes se deve muito à redução da mão-de-obra que o equipamento demanda. “A agricultora Leda Fontes, por exemplo, optou pelo gotejamento porque permite uma forma mais prática para remanejar no sistema de irrigação. Aqui, a vantagem na macaxeira é que a raiz cresce mais rápido, o preço de venda nessa época é melhor e, no cozimento, ela fica mais ‘molinha’”, acrescenta Gildo. De acordo com ele, atualmente, a raiz é comercializada pelo agricultor por R$ 1,20, o quilo.
A irrigante Leda Fontes reforça o fato da precocidade da planta ajudar na qualidade do produto. “Além de ajudar no crescimento mais rápido, a irrigação deixa a macaxeira mole quando a gente cozinha, aí é melhor para o consumidor. Sem o gotejo ela não cozinha direito e fica dura; nenhum consumidor gosta”, explica a agricultora. Em seu lote, no perímetro Piauí, sempre são reservados 0,33 hectares [uma tarefa] para o plantio da macaxeira. Se não fosse a irrigação, dependendo somente do ciclo das chuvas, a macaxeira levaria de 12 a 18 meses para crescer ao ponto de ‘arrancar’. Irrigando, esse tempo de colheita é reduzido para oito meses, em média.
O mês de março, que é de entressafra na produção de sequeiro, é um dos meses em que os agricultores irrigantes dos perímetros mais produzem, para aproveitar o preço vantajoso. No ano passado, somente no perímetro de Lagarto, foram colhidas 270 toneladas da raiz, produzida em 23 hectares, gerando renda bruta de mais de R$ 336 mil para os irrigantes. Em 2018, todos perímetros do Governo do Estado, juntos, produziram 3.365 toneladas de macaxeira, rendendo mais de R$ 5,5 milhões para os produtores, na época. Também nos perímetros irrigados mantidos pela Cohidro nas zonas rurais de Areia Branca, Canindé de São Francisco, Itabaiana, Malhador, Riachuelo e Tobias Barreto, é possível encontrar raízes de macaxeira de até 50 centímetros de circunferência.
Consumo
A demanda por macaxeira é grande em Sergipe. O alimento é culturalmente bastante consumido nas três refeições principais do dia, sendo servida tanto como prato principal quanto como acompanhamento, e servindo ainda para o preparo de sobremesas. Cozida, frita ou assada, ela vai bem salgada ou doce. Mas é importante que o consumidor adquira uma macaxeira de boa procedência. Existe uma diferença, conhecida por poucos, entre a macaxeira e a mandioca (brava), usada na produção da farinha e do polvilho. Se a mandioca for consumida in natura, sem um processamento que elimine a alta concentração de ácido cianídrico, pode provocar intoxicações.
Fonte:
Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Acesse o link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acesso a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/
0029Va6S7EtDJ6H43
FcFzQ0B