Dok confirma demissão de funcionários da fábrica de Frei Paulo

Recuperação judicial do grupo DOK calçados é aceita pela Justiça (Foto: Google Maps)

O Grupo Dok confirmou nesta quarta-feira, 21, a demissão de parte dos colaboradores que atuam na fábrica de calçados localizada no município sergipano de Frei Paulo. Segundo nota divulgada pela empresa, o desligamento dos colaboradores ocorre em decorrência do grave cenário macroeconômico e dos desafios enfrentados pela indústria calçadista nacional.

A Dok explicou que atingiu, nos meses de outubro e novembro de 2023, os picos de faturamento do ano, e que isso significava não só a estabilidade dos empregos, mas também a maior recuperabilidade dos créditos dos credores sujeitos à recuperação judicial.

Segundo a empresa, o plano de recuperação judicial estava em fase avançada de aprovação, o que envolvia injeção de capital para criação de novos empregos. Entretanto, uma decisão unilateral conferida em 17 de novembro de 2023 pelo Tribunal de Justiça do Estado de Sergipe, suspendeu a sua recuperação judicial.

Conforme a empresa, a suspensão da recuperação judicial, fez com que fornecedores, clientes e demais players recuassem no fomento da empresa, o que ocasionou em queda no faturamento e piora da estrutura de capital.

“O Grupo Dok está tentando, desde então, reverter essa decisão e espera consegui-la em breve. Essa suspensão, além do Grupo Dok, prejudica os trabalhadores e credores sujeitos à recuperação judicial”, disse. “A empresa informa ainda que está trabalhando ao máximo para que a redução dos postos de trabalho resulte no menor impacto possível para as comunidades e que este foi a última opção após a adoção de uma série de medidas para evitá-las”, explicou em outro trecho.

Relembre

No início do mês, os trabalhadores fizeram uma vigília na frente da fábrica para protestar contra o atraso no pagamento dos salários e também para impedir a passagem de caminhões com máquinas da fábrica, que supostamente seriam vendidas, o que deveria ocorrer somente com acompanhamento da Justiça.

Na época, a empresa explicou que os ativos ociosos seriam locados para acelerar os pagamentos, mas que devido às manifestações, o locatário desistiu e os materiais foram levados para manutenção na unidade de Birigui (SP), para possível uso ou alienação à outra fábrica local.

Em novembro do ano passado, a Dok Calçados foi obrigada pela Justiça a reintegrar mais de 500 trabalhadores após os funcionários denunciarem a falta de pagamentos ao Ministério Público do Trabalho em Sergipe (MPT-SE).

Por Verlane Estácio

 

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