AQUECIMENTO GLOBAL

Um cientista mexicano e outro americano descobriram novos indícios da relação entre o aquecimento global, o aumento dos gases do efeito estufa e os fenômenos meteorológicos dos últimos meses. A hipótese mais provável é de que exista uma ligação entre o Aumento do dióxido de carbono (CO2) na atmosfera e o aquecimento global que causou os últimos fenômenos.

 

A relação entre o clima tropical e os gases do efeito estufa é particularmente crucial porque as regiões tropicais recebem maior proporção de luz solar, que age como aquecedor para o resto da terra. O aquecimento global, os gases estufa, o maior derretimento dos gelos, os novos fenômenos meteorológicos evidenciam uma estreita relação mútua.

 

Um estudo de 16 institutos europeus revelou que a região do Mediterrâneo será o que mais vai sofrer os efeitos do aquecimento global na Europa. Os efeitos vão atingir desde o setor agrícola até o turismo. Segundo a previsão dos cientistas, várias espécies de ski nos Alpes vão desaparecer, as florestas vão se expandir com mais espécies tropicais, animais vão migrar para o Norte e as inundações de fim de inverno vão piorar desde o rio Reno, na Alemanha, ao Rhone, na França.

 

O primeiro-ministro da Grã-Bretanha, Tony Blair, lançou um novo diálogo internacional para o combate ao aquecimento global. A iniciativa foi anunciada durante um encontro de ministros de Ambiente do G-8 e de outras nações responsáveis por grandes emissões de poluentes, reunidos em Londres, em novembro de 2005.

 

“A tecnologia é essencial para a transição a uma economia menos dependente do gás carbônico; os alvos têm uma função vital na busca por esse processo”, declarou Margaret Beckett secretária de Ambiente da Grã-Bretanha. “Existem mais evidências de que os oceanos estão se aquecendo, de que a capa de gelo que cobre o Ártico está diminuindo em ritmo acelerado e de que a força dos furacões aumentou ao longo das últimas três décadas”, declarou. “Nós temos um cronograma que não é imposto por nossos processos de negociação, mas sim pela natureza, pela ciência e pelos efeitos previstos das mudanças climáticas em nosso mundo”.

 

Os desastres naturais e meteorológicos mataram 350 mil pessoas em 2005 e provocaram prejuízos econômicos calculados em US$ 200 bilhões. Além do tsunami que atingiu o sudeste asiático e do terremoto de 8 de outubro  no Paquistão (com 70 mil mortes), 2005 foi o ano em que houve mais tempestades tropicais, contabilizando um total de 26, o que superou o recorde de 1933, em que ocorreram 23 tempestades. Também em 2005 houve 14 furacões, o que também supera o recorde (12) registrado em 1969.

 

O número recorde de furacões que atingiu o Atlântico Norte em 2005 não mudou só a vida de milhões de pessoas. Mudou a natureza, também. Onde quer que os cientistas olhem, vêem padrões destruídos em recifes de coral, bando de aves migratórias, praias e populações de camarões e caranguejos que foram envolvidos e alterados pela fúria dos furacões Katrina, Rita e Dennis.

 

Furacões vêm atingindo a costa do Golfo há milênios, esculpindo baías, criando praias e alterando a vida de plantas e animais – mas até agora, a natureza tinha sido capaz de se reerguer. Árvores, animais e o contorno da costa que os turistas de anos recentes conheceram eram basicamente do mesmo tipo que os que foram encontrados pelos piratas do século 17. Mas depois de 2005, cientistas dizem que o futuro poderá ser diferente. A natureza pode não reagir com tanto vigor, nem tão depressa. A razão: seres humanos.

 

Eventos climáticos extremos, como secas induzidas pelo aquecimento global e pelo desmatamento, podem dividir a Amazônia em duas e transformar em cerrado uma área de 600 mil quilômetros quadrados.

 

Um cálculo famoso feito no começo da década por Peter Cox, do Escritório de Meteorologia do governo britânico, estimava que toda a Amazônia poderia entrar em colapso devido ao aumento da temperatura da Terra. O modelo foi considerado exagerado, mas, em um estudo publicado há dois anos, Carlos Nobre e Marcos Oyama, pesquisadores do Inpe – Instituto Nacional de Pesquisas  Espaciais, estimaram que o desmatamento e o aquecimento poderiam converter até 60% da Amazônia em cerrados

 

A variabilidade natural da floresta é o terceiro fator de propensão à savanização, que se soma aos efeitos independentes da mudança climática e do desmatamento.

 

Somente a influência da ação humana – isto é, a emissão de gases do efeito estufa – pode explicar anomalias registradas recentemente. Diferenciar os efeitos da ação humana de fenômenos naturais do clima não é fácil. Por exemplo, faltam séries históricas longas o suficiente para comprovar que determinado período de calor ou frio extremo é realmente uma anomalia e não parte de um ciclo natural mais longo. Além disso, os mecanismos que regulam o clima global ainda não são completamente conhecidos. Outra dificuldade é identificar elos diretos entre a maior concentração de dióxido de carbono e outros gases e, por exemplo, recordes de temperatura máxima. Ainda assim os cientistas estão convencidos de que a concentração de gases-estufa na atmosfera é suficiente para romper o equilíbrio climático. (Ambientebrasil)

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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