Clichê ou não : quem ama cuida

Desde que vim viver no Nordete, por ser uma região considerada endêmica,  tive uma maior preocupação e atenção sobre os cuidados necessários para evitar a Leishmaniose no meu cão. Com os gatinhos não me preocupei , pois esta é uma doença que não põe em risco os gatos.

Há quatro anos, não se falavam nas vacinas que afortunadamente estão hoje no mercado a nossa disposição, os métodos de proteção eram apenas tópicos ou a coleira Scalibor. Inicialmente, optei pela coleira no Bruce, mas ele teve imediatamente uma alergia no pescoço e eu, mãe apavorada, tirei a coleira correndo. Depois li em alguns artigos que é comum esta reação. Não me restando outra saída, senão usar uma pipeta nele, optei pelo Pulvex. Confesso que a Leishmaniose sempre foi o pior dos meus pesadelos.

A intenção deste artigo é esclarecer as pessoas sobre os métodos principalmente de tratamento para evitar que os  nossos  cachorros sejam contaminados.  Porque  percebo, conversando com amigos,  que existem muitas pessoas que desconhecem que já existe vacinação para esta doença.

A educação e a cooperação de todos: veterinários, agentes públicos de sáude e sociedade são importantíssimo no combate da doença. Precisamos saber o que é uma pipeta, qual vacina usar, caso contrário , nunca usaremos em nossos cães. Não é verdade?

Mas vamos entender o que é essa doença: Leishmaniose ou Calazar, como é comumente chamada é uma doença infecciosa, não contagiosa, causada por um protozoário, conhecido como Leishmania spp.  Esse protozoário é transmitido pela picada do “mosquito palha” ou “birigui” como é conhecido. Sua transmissão e infecção dependem principalmente de um vetor  (condutor), no caso, um mosquito e de um hospedeiro vertebrado, que funciona como um reservatório da doença.

É justamente considerada uma zoonose porque pode acometer homens e cães. Muitas pessoas desinformadas acreditam que seja o cachorro o transmissor da doença, o que é um erro. O cachorro não é o vilão dessa história.  A eliminação do cachorro não vai acabar com a doença, o tratamento da Leishmaniose é exercido em todo o mundo.  Mesmo assim, a doença ainda é motivo de dúvidas e receio por parte de muitos clínicos no nosso país, que desconhecem medidas preventivas, protocolos e , até  mesmo, o respaldo legal que tem no exercício da profissão.

A medida preventiva inclui vacinação combinada com o uso de inseticidas tópicos com eficácia comprovada contra o mosquito.  Precisamos ser proprietários responsáveis e evitar que nosso cão seja afetado.  A prática de elimação em massa de cães contaminados praticadas há mais de 50 anos,  é cruel e tem se mostrado bastante ineficiente,-  já que a incidência da doença só cresce.  Reforçando que  EXISTE TRATAMENTO PARA LEISHMANIOSE e quando bem aplicado, resulta na cura clínica do animal, não colocando o ser humano em risco.

Quanto aos sinais clínicos, os cães infectados podem ser sintomáticos, ou seja, apresentarem sinais da doença (visualmente ou por alterações sanguíneas): ou assintomáticos, caso não apresentem nenhuma alteração.  São bem variados os sinais clínicos num cão contaminado, os mais comuns são: lesões de pele, emagrecimento, apatia, anemia, atrofia muscular, crescimento das unhas e doença renal.

Por favor, não faça uma avaliação errada, caso seu animal apresente qualquer destes sintômas, somente o veterinário é capaz de dar um diagnóstico preciso.

Guarda responsável é isso: zelar e cuidar das necessidades básicas dos nossos bichos e não colocá-los em situações de risco, – que poderiam ser evitadas.  Se informe com seu veterinário de confiança e defina sobre qual a melhor vacina para o seu bichinho. Existem duas no mercado:  a Leishmune uma vacina brasileira com licença permanente e a Leish-Tec®   que é uma vacina recombinante.   Muito se fala sobre a reação quanto as vacinações , no caso do Bruce ( meu cachorro) , ele tomou a Leish-Tec®   e não teve reação, acredito que isso varie muito de cão pra cão. Ah, támbem costumo aplicar a pipeta nele mensalmente.

Espero ter despertado em você a preocupação e o entendimento sobre a Leishmaniose. E se até hoje você simplesmente não adotou nenhuma medida de prevenção, a partir de agora faça.  Essa é uma grande prova de amor que você dará ao seu cão. Acredite!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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