“ Na nossa vida só há duas soluções: amar a si próprio até o esquecimento total dos outros ou amar os outros até o esquecimento total de si próprio “.
Michel Quoist
III Objetivos na Educação
1. Fornecer informações e conhecimento adequado sobre diabetes.
2. Treinar e habituar o paciente no sentido de cuidar-se e ter hábitos saudáveis.
3. Conscientizá-lo do seu problema, permitindo mudar o seu estilo de vida, objetivando um melhor cuidado do seu estado de saúde.
IV Educando sobre Diabetes
A equipe de saúde deve basicamente se preocupar em proporcionar ao paciente os meios necessários para que ele possa obter informações que levem um melhor controle metabólico, evitando ou reduzindo a gravidade das complicações crônicas a curto, médio e longo prazo, além disso, deve reduzir ao máximo as limitações que o tratamento pode impor à sua vida, viabilizando conhecimentos que o capacitem à auto cuidar-se para enfrentar o comportamento crônico do seu problema.
Está provado que os pacientes acompanhados em serviços multidisciplinares, aonde são educados e orientados, reduzem a quase zero o número de hospitalizações e complicações agudas.
O ‘’EDUCADOR ‘’ deve estar preparado para transformar as perguntas difíceis em respostas simples e claras, de tal maneira que o diabético possa sentir se orgulhoso pelo que sabe, pelo que faz, e pela independência que conseguiu através desses conhecimentos, muitas vezes tão dolorosamente obtido.
V EDUCAÇÃO – O QUE ENSINAR.
A educação diabetológica é considerada um pilar crítico para o tratamento do diabetes bem como para a prevenção de suas complicações, sendo o resultado de um processo contínuo e persistente que deve ser dividido em duas etapas :
Objetivos Gerais:
A. A primeira etapa corresponde a fase em que procuramos difundir de forma bastante simples, direta e objetiva os princípios básicos e gerais dessa educação.
B. A segunda etapa corresponde a um trabalho de aprofundamento, de aperfeiçoamento educativo dos conhecimentos adquiridos na primeira etapa.
A. ETAPA INICIAL / 1ª ETAPA
Esse programa inicial deve abordar de forma diferente o diabético recém diagnosticado e o já anteriormente conhecido. No caso do primeiro deve se destacar a maior preocupação quando se trata de pacientes insulino-dependentes, porém de uma maneira geral as informações devem basicamente versar sobre:
Diagnóstico.
Sintomas.
Dieta
Medicações orais.
Auto monitorização.
Como evitar complicações crônicas, etc.
Nessa oportunidade o médico deve evitar internamentos desnecessários, que no passado eram comuns e se justificavam como sendo um período em que se fazia ‘’ CURSO INTENSIVO’’ – e que era muito mais para comodidade da equipe de saúde do que para agilizar a aquisição dos conhecimentos desejados.
Além disso, deve se procurar uma oportunidade, de preferência no momento do diagnóstico ou mais cedo possível para tentar passar essas informações para a família do paciente. Essa orientação inicial não deve ser cansativa nem prolixa, atingindo no máximo 30 minutos.
O procedimento educativo deve ser adaptado às condições de cada paciente, quais sejam: idade, nível sócio cultural, ocupação, tipo de diabetes, ambiente familiar, etc.
Devemos lembrar da possibilidade de uma reação negativa desses pacientes, em relação às informações prestadas, e estar preparado para reagir de forma positiva, neutralizando a posição adotada pelo diabético.
B. 2ª ETAPA (APERFEIÇOAMENTO EDUCATIVO)
Essa segunda etapa deve ser uma continuidade da anterior, não necessariamente obrigatória a todos, mas que irá atingir principalmente os pacientes e familiares com ansiedade de ampliar e de diversificar mais os ensinamentos anteriormente obtidos; é fundamental que ele tenha a noção exata de que é portador de um problema crônico que o acompanhará durante toda a sua vida, mas com um fim bom ou mau de acordo com o que ele fizer consigo mesmo.
É importante que ele saiba das dificuldades que podem ocorrer para que desenvolva corretamente o seu tratamento, desde que haja um adequado estímulo para motivá-lo na aprendizagem e no autoconhecimento.
Nessa etapa podem ser realizados testes avaliativos, teóricos práticos que possam dar a equipe de saúde uma visão mais acurada do paciente que estiverem acompanhando. Alguns temas podem ser sugeridos, como:
· Conhecimentos gerais,
· Auto controle,
· Dieta,
· Medicações orais,
· Insulinoterapia, exercícios,
· Complicações agudas,
· Hiperglicemia /cetoacidose,
· Cuidados com os pés,
· Viagens e passeios,
· Doenças intercorrentes,
· Medicamentos que interferem com o tratamento,
· Remissão, complicações crônicas.
· Obesidade, etc.
Observação: A graduação do nível da educação fornecida, como se observou, é diretamente proporcional à situações sócio culturais, econômicas e específicas para determinadas faixas etárias, mas todas independentes da sua individualização devem ter um caráter contínuo, persistente e insistente.