Doença de Peyronie: um evento mais comum do que achamos que seja!

Uma grande pessoa é a que faz nasce em nós um grande sentimento. (Autor desconhecido)

A doença de Peyronie,  foi descrita pela primeira vez em 1743 por François Gigot de La Peyronie (1678 – 1747), médico do Rei Luiz XIV, da França, que morou no palácio de Versailles, e que diagnosticou esta doença no rei, e que se caracteriza pelo fato de que geralmente ocorre a perda de distensibilidade dos tecidos em um lado do pênis, encurtando aquele lado e provocando a curvatura para o lado oposto, sendo muito comum nos homens de meia idade.

Essa doença se manifesta como uma zona endurecida no corpo cavernoso do pênis correspondendo a uma área fibrótica e por essa razão descrita pelos pacientes como se fosse um “calo” no pênis, estima-se que 0,4% à 3,5% dos homens adultos sejam afetados ( alguns chegam a sugerir até 10% ), porém estudos de autópsia mostram um número maior de indivíduos afetados

Trata-se de um distúrbio do tecido conjuntivo que envolve o crescimento de placas fibrosas no tecido do pênis, esse processo de fibrose ocorre na túnica albugínea, uma camada fibrosa que circunda os corpos cavernosos do pênis, Ela é identificada pelo  aparecimento de uma curvatura no pênis quando em ereção.

Ela se  caracteriza por uma curvatura no pênis durante a ereção, que pode atingir até 90 graus tanto para cima, como para baixo ou para o lado, podendo estar associada ou não à dor durante as ereções, acarretando portanto uma grande dificuldade ou até a impossibilidade da realização do ato sexual.

 Devemos salientar que não é uma doença  contagiosa, não possui nenhuma relação com qualquer tipo de câncer, afeta somente homens e manifesta-se somente no pênis, embora diversos homens com a doença exibem simultaneamente doenças do tecido conjuntivo nas mãos, e em menor número, nos pés.

Sua causa é desconhecida, fatores imunológicos talvez estejam envolvidos, pois em alguns casos, há associação com fibrose retroperitoneal, fibrose palmar ou plantar (doença de Depuytren), mas devemos chamar a atenção de que diversas doenças  podem acompanhar a doença de Peyronie,como diabetes melitus, gota, uso de betabloqueadores,esclerose do tímpano e doença de Paget.

Curiosamente, observamos de que cerca de 30 por cento dos homens com a doença desenvolvem fibrose em outros tecidos elásticos do corpo, como na mão ou pé, incluindo a Doença de Dupuytren, sugerindo em alguns casos a presença de um componente genéico na genese da doença. 

CAUSAS

O pênis é formado por 3 cavidades cilíndricas, duas superiores ( corpos cavernosos ), e uma inferior ( corpo esponjoso )aonde se encontra a Uretra , canal por onde passam a urina e o esperma.

Os corpos cavernosos são envolvidos por uma membrana elástica ( túnica albugínea ), que se expande com a chegada de sangue, determinando o aumento do tamanha e do calibre do pênis; quando eles se enchem de sangue, ocorre a ereção, que deverá ser rígida o suficiente para possibilitar a penetração, desde que não haja curvatura que possa dificultá-la ou impossibilita-la de ocorrer, ou que leve o pênis a sair facilmente da vagina após sua penetração.

Acima dos corpos cavernosos, ou seja, sobre a túnica albugínea, encontram-se os nervos e vasos superficiais que dão sensibilidade à pele do pênis e à glande e as irrigam.

As principais causas que se encontrou para o aparecimento da doença, são:

Microtraumas e traumas durante a relação sexual, que em indivíduos com predisposição hereditária facilitam a formação de cicatrizes, isto é, a placa, responsável pela curvatura peniana, o que explica a incidência da doença em mais de um membro da família.

Dificuldades para se ter uma ereção plena, o que predispõem a ocorrência da dobra do pênis durante o ato sexual, aumentando as chances de microtraumas, que podem levar à doença de Peyronie.

CURVATURA PENIANA

Nessa doença , o tecido elástico normal da túnica albugínea é substituído por uma placa ou nódulo cicatricial.

Habitualmente quando ocorre a ereção, a membrana elástica se expande, se alonga de forma simétrica levando a uma ereção retilínea, já na Doença de Peyronie, pela presença da placa ou nódulo (palpável em 70% dos casos ), Ela  tende a apresentar menor elasticidade, provocando a curvatura.
Em raros casos pode ocorrer uma constrição da túnica, lenando ao afinamento do Pênis.

Nos indivíduos que já possuam essa curvatura desde a juventude, a sua causa mais provável pode ter sido causada o repuxamento de uma das membranas (túnica albugínea e/ou dos envoltórios sobre a túnica): Nesses casos denominamos o problema como pênis curvo do jovem (congênito), que pode facilmente se dobrar ou se chocar contra o períneo ao sair da vagina durante o ato sexual, provocando um trauma que pode levar à doença de Peyronie, lógicamente o seu  tratamento cirúrgico é semelhante ao da doença de Peyronie.

SINTOMAS

Pode causar dor, endurecimento, lesões (tecido cicatricial) ou curvatura anormal do pênis quando ereto, além disso, pode causar estreitamento ou diminuição do comprimento do pênis.

O individuo em geral descobre a presença da placa peniana, ¨que pode/ou não pode ¨  estar acompanhada de dor ou curvatura peniana, às vezes ocorre prejuízo do desempenho sexual do paciente, e que na maioria das vezes torna-se o principal motivo da consulta.

O início repentino dos sintomas ocorre em menos de 20% dos casos, convém lembrar que é uma doença progressiva, regredindo espontaneamente em menos de 10% dos pacientes,destacando de que a placa pode estar localizada em um pequeno segmento do corpo cavernoso como, também, poderá comprometer várias partes ou todo o corpo cavernoso..

A dor que ocorre nas fases mais precoces da doença, em geral são aliviadas em 10  a 20 meses..

Nos estágios tardios da doença, frequentemente acompanhando esses sintomas, pode haver disfunção erétil, e uma de suas principais características é o advento de uma relação sexual dolorosa e/ou difícil, embora muitos homens relatam que possuem relações sexuais satisfatórias, apesar da doença.

Salientado de que quando o comprometimento dos corpos cavernosos é extenso, a ereção torna-se inviável.

Tratamento

Um urologista especializado no assunto deve ser consultado para confirmar o diagnostico, pois no final o melhor  tratamento a se recorrer em geral é o cirúrgico.

Como é uma doença de etiologia desconhecida, o tratamento eficaz também é muito discutido e muito discutível, é lógico que nos casos assintomáticos e sem curvatura peniana, o tratamento conservador (somente observar o paciente) é o mais  indicado.

Quando existem sinais de progressão da placa, dor ou curvatura mínima pode-se optar por drogas administradas via oral (vitamina E, potaba, colchicina) ou injetáveis na placa (esteróides, verapamil, colagenases), ainda muito controversas na Comunidade Urológica

Se houver curvatura peniana significativa com impossibilidade de penetração vaginal, o tratamento é eminentemente cirúrgico; como por exemplo a cirurgia de Nesbit que consiste na plicatura do corpo cavernoso oposto à placa, retificando o pênis.

Alguns outros procedimentos cirúrgicos retiram a placa fibrótica e a substituem por outro tecido normal, e por fim nunca esquecer que quando existe uma  curvatura severa ou ausência de ereção, a única solução é a utilização de próteses penianas.

CONSIDERAÇÕES FINAIS

As queixas dos portadores dessa doença podem ser divididas em duas Etapas:

Uma que vem a ser  inflamatória caracteriza-se por curvatura progressiva, associada ou não à dor durante as ereções e com placa ou nódulo (cicatriz) abaixo da pele palpável ou não. Geralmente, esta fase é passageira, sendo tratada com anti-inflamatórios e orientações gerais, é lógico que para termos êxito no tratamento clínico, o diagnóstico precoce, ainda nesta fase, é importante.

Na segunda fase, de fibrose propriamente dita, observamos que a cicatriz já está madura, e a deformidade peniana já está definida, é quando se tem segurança de indicar os procedimentos cirúrgicos, ressalvando que nem todos os pacientes têm necessidade dele.

Na maioria das vezes, a placa encontra-se no topo do pênis, causando curvatura para cima e/ou para o lado.

Cerca de 20% dos portadores da Doença,  perdem a capacidade de manter o sangue no pênis (problema venoclusivo ou “escape venoso”), o que os impede de manter uma ereção, no entretanto essa perda de ereção também pode estar associada à ansiedade ou estresse, e não necessariamente à doença.

Daí se infere que é extremamente  importante que o problema de ereção, independentemente da causa, seja tratado, evitando, assim, que o pênis dobre durante o ato sexual, o que, consequentemente, diminui as chances de microtraumas.

O Pensamento deve ser sempre alvissareiro e otimista: Desistir de resolver o problema…NUNCA!!!!!!

Um Boa e simpática Semana…

Deus Sempre no Comando.

MAKTUB……………………..

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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