Greve de fome: quando não é chantagem…

Este espaço vem publicando diversas notas e comentários sobre a transposição do rio São Francisco e a greve de fome, que já acabou, do bispo do Luiz Cappio, para que as obras fossem interrompidas. Como sempre este espaço respeitou o direito democrático da manifestação de vários segmentos e leitores, mas, mesmo com o fim da greve, marcará posição para que alguns fatos não aconteçam mais e seja motivo de reflexão.

 

Alguns jornalistas e leitores estão errados ao classificar a greve de fome que estava sendo enfrentada pelo bispo Dom Luiz Cappio, como uma chantagem e até motivo de chacota. Realmente, tudo indica que o Brasil continua mesmo um país não muito sério. Uma atitude como essa, de Luiz Cappio seria respeitada em qualquer parte do mundo, mesmo que a pessoa não concordasse com o meio de protesto, civilizado ou não.

 

A greve do bispo estava ligada a uma causa social e, principalmente, ele não “pungou” de última hora nesta causa social para ganhar evidência. Ele é praticamente um ribeirinho, mora por ali e defende os humildes que vivem às margens do Velho Chico. Ele ama o rio e o seu povo e, como muitos, entende que essa transposição não resolverá o problema do povo, nem da falta d”água do povo humilde. Greves como a do bispo são atos sociais, a exemplo de Ghandi e outros que usaram essa forma para propagandear uma idéia e procurar barrar o que acham ruim.

  

Agora, greve de chantagem, é a do jovem que recusa-se a comer para ganhar alguma coisa para si, da pessoa que quer forçar a volta da mulher ou do marido por aí. Mas, pelo amor de Deus, não brinquem com sentimentos tão nobres como os que movem Dom Luiz Cappio, um homem e sacerdote sério e, incrível, dentro de tanta corrupção no país, que vive humildemente e é honesto. O debate sobre o assunto, contra e a favor deve ser altamente democrático, mas não de forma depreciativa. De verdade. Parecem que coragem, honestidade e amor estão mesmo em baixa…

 

Ainda sobre a greve de fome I

De um leitor: “… Isso nos leva a fazer digressão ao passado e lembrar que no verão de 1947, a hostilidade entre hindus e muçulmanos na Índia atinge o auge do fanatismo. Nas ruas, milhares de cadáveres. Os muçulmanos reivindicam um Estado independente, o Paquistão. Gandhi tenta restabelecer a paz dando início a uma décima-quinta greve de fome e o seu sacrifício pessoal e firmeza conseguem o que nem os políticos nem o exército conseguira: a Índia conquista sua independência e é criado o Estado muçulmano do Paquistão. Portanto, caríssimo Cláudio, seria muito bom e importante, que o ideal da não-transposição ganhasse maiores aliados… Certamente o Governo perderia força se as águas do Velho Chico voltassem a deslizar sossegadamente no seu leito”.

 

Ainda sobre a greve de fome II

Continua o leitor: “Queremos dizer com isso, a importância e repercussão positivas que teriam as adesões de alguns políticos nordestinos, como, por exemplo, a do nosso estóico e valoroso ex-governador João Alves Filho e o bravo Deputado Augusto Bezerra, ao Programa de Greve de Fome do corajoso bispo… Não temos dúvida que os alicerces da polêmica transposição tremeriam nas suas bases… Aliás, pelo Amor que dedicam à causa, temos convicção que os ilustres representantes sergipanos, tão dedicados, abdicariam das mesas lautas e abundantes consumidas no silêncio dos seus gabinetes… Imaginemos os referidos políticos famintos, sedentos e caquéticos pelos efeitos da  devastação da provação voluntária… mas firmes no ideal… Vamos fortalecer essa idéia???”

 

Emissora e Maria Mendonça

Muito estranho o que aconteceu nos bastidores ontem, 21, numa produção de uma matéria que seria veiculada onde procuravam a todo custo a prefeita de Itabaiana, Maria Mendonça, para saber se já tinha sido cumprido pela Justiça o mandato de prisão dela por conta da aterro sanitário na cidade, cujo desvio de recursos foi da gestão anterior. A prefeita passa por um momento difícil, com o pai internado em estado grave na UTI do São Lucas. No mesmo horário, o sócio proprietário da emissora, Albano Franco, se encontrava no hospital visitando a prefeita.

 

Marcelinho Zona Sul recebe troféu

No almoço realizado com a imprensa ontem, 21, onde fez um balanço do ano 2007 e as perspectivas para 2008 o governador Marcelo Déda (PT) recebeu uma homenagem especial do jornalista Roberto Lessa. Quem diria “Marcelinho da Zona Sul” sendo homenageado pela coluna Conexão. Nada como um dia após o outro e uma lua no meio…

 

Liberada com novo sentido

Neste sábado, 22, o Departamento Estadual de Infra-Estrutura Rodoviária de Sergipe (DER) estará liberando o tráfego na Avenida João Rodrigues. O trânsito terá um único sentido, norte/sul, que compreende o canal da Avenida da Bastos Coelho ao Mercado Central de Aracaju, não sendo mais via dupla com era antigamente. 

 

Convocação é “tapa na cara” do contribuinte I

Do leitor Leonardo: “A convocação da Assembléia Legislativa (e como também ocorre com Câmaras Municipais) é um flagrante “tapa na cara” do contribuinte brasileiro. Impressionante como essas matérias urgentes sempre surgem ao final do ano legislativo. Por que será que essas matérias não surgem durante o transcorrer do ano legislativo? Pela TV Alese facilmente se constata que os Deputados Estaduais passam o ano inteiro sem discutir nada de interessante e útil para a sociedade. Muito pelo contrário. Passam o tempo inteiro discutindo qual o governo mais trágico pra sociedade, se o passado ou atual (aqui não estou dizendo que um ou outro foi trágico, só estou constatando a discussão insuportável, inútil, entediante travada entre o Francisco Gualberto e o Venâncio Fonseca). É constrangedor perceber que a nossa Assembléia se destaque pelas discussões travadas por essas duas tão “ilustres” figuras”.

 

Convocação é “tapa na cara” do contribuinte II

Continua Leonardo: “A convocação, portanto (já que durante o ano todo não se discutiu nada de útil), mostra-se como verdadeiro desperdício de dinheiro. Agora torna-se engraçado quando da votação do fim de um tributo (para o alívio dos contribuintes que trabalham nesse país) os políticos brasileiros se unam (Serra, Lula, Aécio, Déda e etc) para propagarem que será o fim do mundo o fim da CPMF. Fim do mundo é o desperdício de dinheiro que o Estado brasileiro, patrocinado por esses partidos fisiologistas, promove ano a ano. Enquanto o Estado Brasileiro não começar cortar gastos seriamente (e tem muito campo pra cortar, vide cargos em comissão, convocações extraordinárias, shows e etc – aqui não se propaga corte em saúde, em educação, segurança, etc) um país como o Brasil, com potencial pra ser uma verdadeira potência mundial, estará condenada eternamente ao subdesenvolvimento”.

 

A obscuridade da Segurança Pública I

Do leitor e servidor público César Augusto: “A segurança é, segundo pesquisas, o maior anseio da sociedade brasileira, então porque as “autoridades” não conseguem materializar este desejo? Apesar de ser o maior anseio da população brasileira, maior do que saúde e educação, a segurança pública é a prima pobre do tripé que norteia qualquer estado democrático de direito. A segurança pública é a única que não tem repasse obrigatório garantido constitucionalmente e por isso mesmo os governantes investem quanto querem na área. Na maioria das vezes os investimentos são pífios e pirotécnicos, compra de viaturas, armas, coletes, algemas e etc, mídia, ovação, quase nunca tratam do maior equipamento de segurança, o policial, com respeito e dignidade”.

 

A obscuridade da Segurança Pública II

“Moramos mal, comemos mal, nos divertimos mal, como podemos trabalhar bem? A falta de segurança é fruto da total falta de planejamento e da incompetência gestora daqueles que, por obrigação, deveriam manter a sociedade segura. Não defendendo aqui os policiais corruptos e dissimulados que usam a tese da fraca remuneração para escudar seus atos ilegais e arbitrários, acastelo aqueles que, por dever de justiça, defendem a sociedades apesar das intempéries cotidianos e da laguna avalista do Estado. Por isso, mas um ano finda e nada de concreto temos de melhoria para a classe policial, projetos segregacionistas são encaminhados à Assembléia Legislativa, poucos ganham, muitos trabalham. Com isso a Segurança Pública no estado de Sergipe continua na obscuridade e a sociedade sofre. A esperança é a última que morre, mas morre!”

 

Exercício de Paciência I

Texto do leitor Francisco Diemerson: “Aprendi que para se crescer na vida, é necessário ser paciente. Não sou paciente. Há algumas coisas que não deviam ser esperadas com tanta fé. Deveríamos lutar mais, exigir mais respostas. Esta filosofia da paciência é complicada e chata, ninguém merece ficar esperando, esperando e esperando e quando o que se espera não vem, se diz logo, não era hora, não era para vir. Crer no amanhã, depositar esperanças em futuro próximo é parte de nossa herança judaica. Cremos que virá um Messias Salvador, cremos que um dia os homens viverão numa terra onde corre leite e mel, cremos que um dia teremos políticos mais sérios, cremos que tudo que hoje é sinônimo de maldade e prejuízo desaparecerá totalmente. Mas sempre é necessário esperar um dia. Em minha terra, no sertão do Piauí, sempre esperamos por um dia. Porém os mais novos cansavam e iam para o litoral. E aí percebem que a espera tem que ter um fim e se este não vem pelas mãos maculosas de anjos celestiais, ela vem pelo trabalho duro”.

 

Exercício de Paciência II

Prossegue Francisco: “Este fim de 2007 segue com um gosto amargo na boca. Apesar de não termos mais CPMF, ficamos descaradamente sabendo que nos últimos anos este imposto foi usado para tudo, menos para a saúde. E o Governo Federal, para despeitar com os senadores da oposição, é simples: aumentemos os impostos. Onde fica a lógica em retirar um imposto e aumentar os outros? Na Educação, o jovem Haddad segue sua peregrinação nacional por um plano de educação pública de qualidade. Mas venhamos e convenhamos, ele não é o primeiro. Quantos Ministros, Secretários e Conselheiros vieram com teorias e teorias, mas o resultado real sempre foi o mesmo: escolas que funcionam no século XXI, mas ainda estão presas aos conceitos do século XX. A modernidade que vem direcionando as ações e reações de uma sociedade interligada por fios e sistemas não é a mesma que está presente nas grandes escolas da periferia das cidades brasileiras”.

 

Exercício de Paciência III

Conclui o leitor: “Na saúde o caos é tão presente que as pessoas estão confundindo hospital com cemitério. É quase uma sentença de morte saber que vai ficar internado. E se os médicos reclamam, o governo finge que resolve. E nada é feito. Nas Universidades, muda-se o foco. Se antes a qualidade do ensino, da pesquisa e extensão era buscada com afinco, os teóricos federais agora inventam um plano para que se tenha uma qualidade aritmética: não importa se eles pensam e produzem saber, importa que eles entrem e saiam, gerem tabelas e estatísticas. Ano que vem promete ser mais chato ainda. Velhos discursos, velhas promessas, juventudes renovadas à base de argumentos velhos repaginados. As pessoas continuarão afirmando que todos são ruins, mas continuarão votando naqueles mesmos. Os jovens ficarão na espera dos shows, afinal, eleição boa é aquela com pouco papo e muita música. E como fala a roqueira baiana, “tenta achar que não é assim tão mau… exercita a paciência”. Sendo assim, mãos à obra e bom exercício”. (Francisco Diemerson é acadêmico do Curso de História (UNIT), Bolsista de Iniciação Científica NPED/UNIT, Técnico da Faculdade Pio Décimo”.

 

Frase do Dia

“Onde a justiça é negada, onde a pobreza é forçada, onde a ignorância prevalece, e onde todas as classes são levadas a sentir que a sociedade é uma conspiração organizada para oprimir, roubar, e degradá-las, nem pessoas e nem propriedades estarão a salvo”. Frederick Douglass.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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