Na contramão

Hoje, em minhas reflexões venho buscando escutar mais o meu interior. Existem pessoas que simplesmente vivem e não questionam nada, eu tento entender a vida. Todo esse pensar e repensar melhoram a minha lucidez com o mundo, com as pessoas, e sobretudo me ajudam a aceitar as diferenças.
Enfim, tento me fortalecer dessa ambivalência perturbadora que é o nosso viver diário e criar um pouco mais de harmonia comigo, nem sempre é fácil, nem sempre consigo. Há dias em que estou muito agitada e pouco alegre, há outros que estou no vazio, há outros que me sinto plena de energia, é sempre assim: uma gangorra emocional. Com você também?

Uma coisa é certa, independente dos meus estados anímicos, sei que tudo que faço, ou sinto são frutos das minhas experiências passadas. Dezembro, portanto é um mês bastante angustiante pra mim. Cheio de boas e más lembranças, cheios de significados e muito peso emocional. Não tenho nada contra a rituais de passagens e comemorações, afinal precisamos marcar o tempo, mas via de regra sou avessa a datas criadas unicamente com intuito comercial, essa manipulação social realmente me incomoda. E diante disso tudo, o natal carrega o mais forte apelo de bondade, reconciliação e fraternidade, mascarado pela mídia que tenta disfarçar seu intuito com slogans de paz, solidariedade e amor. Se comemorassem apenas o nascimento do Cristo, seria tão bom. Sem alarde, só isso, mas com emoção!

A delicadeza da festa deveria ser outra, deveria ser a troca de carinho, de gentilezas, de afetos sinceros e não a falsidade que se instala no ar. Será que sou a única a sentir assim? De fato, o último mês do ano traz pra mim uma desconcertante inquietação. E existem coisas que me fazem muito mais feliz do que uma ceia de natal. Meus preceitos sobre felicidade se distanciam cada vez mais do que me foi ensinado como regras de uma vida feliz. Tenho me alimentado constantemente de um viver mais criativo e isto, implica em me articular e vencer as barreiras das sensações de desconforto que sinto com algumas situações aos quais não entendo.

Às vezes estabeleço diálogos comigo profundos e deles, saio sempre modificada. Fazer uma grande viagem pra dentro, vale muito a pena, requer audácia e enfrentar nossas vozes insidiosas que parecem até, ter vida própria. Minando a nossa autoconfiança e nos fazendo ver tudo mais cinzento. O natal segue sendo para mim, uma data melancólica e eu não acredito em papai noel. E não, eu não vou me enquadrar. Meu roteiro sigo traçando…mas, preciso a aprender a respeitar mais as diferenças!!!!Ah, preciso.
Pelo sim, pelo não, mesmo em momentos de conflito como esse, busco a companhia do meu terno mosqueteiro, incapaz de me censurar ou me achar estranha e fria, por querer que dezembro acabe logo. Com o Bruce (meu cachorro), a vida fica mais leve. Com o Bruce, qualquer dia do ano, vale mais do que uma noite de natal.

Foto: Cláudia Regina

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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