O Brasil e a Segunda Guerra Mundial

Dércio Cardoso Reis

Mestre em Educação

Graduado em História pela Universidade Federal de Sergipe e Graduando em Museologia pela mesma instituição.

Membro do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS)

Imagem estampada na 7ª edição do Jornal O Cruzeiro do Sul. Cabo Adão Rosa da Rocha. Fonte: https://www.historiailustrada.com.br/2014/04/fotos-raras-brasil-na-segunda-guerra.html. Acesso em 10-05-2021.

A Segunda Guerra Mundial (1939-1945) foi o maior conflito bélico do século XX. Durante seis anos, o mundo presenciou e noticiou os horrores que ela causou. Em sua decorrência, houve uma reorganização político-econômica das principais nações europeias, o avanço das ciências em benefício da guerra e a ascensão dos Estados Unidos da América e da União Soviética como principais potências Mundiais.

O Brasil parecia estar longe de todo aquele conflito, pois o presidente Getúlio Vargas mantinha uma política oficial de neutralidade. Essa neutralidade do Brasil foi posta em xeque com os torpedeamentos alemães no litoral entre Sergipe e Bahia. Entre os dias 15 e 17 de agosto de 1942, foram atingidos o Baependy, Araraquara e Aníbal Benévelo.

Com os ataques aos navios brasileiros, a população começou a protestar contra a agressão, querendo como resposta uma declaração de guerra contra o Eixo (aliança político-militar formada por Alemanha, Itália e Japão). O Brasil declarou guerra contra a Alemanha e a Itália em 31 de agosto de 1942. Após a declaração, o Brasil tomou a decisão de participar ativamente do conflito, enviando uma Força Expedicionária.

A Força Expedicionária Brasileira (FEB) foi estruturada em 09 de agosto de 1943 pela portaria ministerial n° 4.744, assinada pelo Ministro Eurico Gaspar Dutra, sendo publicada em boletim reservado de 13 de agosto do mesmo ano. Com relação aos materiais, os seus armamentos estavam obsoletos. Por fim, foi composta por uma mistura de homens de todo o país, ficando o Rio de Janeiro como a sede para concentração e treinamento. A FEB foi armada e equipada com material norte-americano.

A Força Expedicionária Brasileira embarcou para a Itália com descrédito, falta de apoio do Ministro da Guerra e do Estado-Maior do Exército com um contingente de 25.334 combatentes, dividido em quatro escalões. No dia 01 de julho de 1944, o primeiro escalação com os primeiros cinco mil soldados (6° Regimento de Infantaria) embarcou no navio americano General Mann, desembarcando em Nápoles no dia 16 de julho. A FEB foi incorporada na Itália como unidade operacional ao IV Corpo do V Exército americano, comandado pelo general americano Mark Clark.

A batalha que se tornou símbolo e mito das ações de combate da FEB na Itália foi a tomada do Monte Castelo. Depois de quatro tentativas, sem sucesso, com elevado número de mortes, e com o apoio da divisão de Infantaria americana e da FAB (Força Aérea Brasileira), Monte Castelo foi tomado em 21 de fevereiro de 1945.

Em 02 de maio de 1945, com o rendimento incondicional, em toda a Itália, das tropas alemãs chegava ao fim a guerra para o Brasil; contabilizando a morte de 443 combatentes e 08 oficiais do Grupo de Caça da FAB (Força Aérea Brasileira). Vale ressaltar que a participação do Brasil nesse conflito é pouco estudado pela nossa historiografia.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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