Oi, sumidx!

Quer dizer: você está em sua casa, pegando uma Netflix de leve quando de repente páh – que vontade de transar! A cabeça repassa a lista de ex e atuais porque quem guarda possibilidades de sexo somos nós, humanos. Nunca vi nenhum bicho carente procurando um antigo rolo só pra procriar…quer dizer acho que os cachorros são meio assim, mas não tenho embasamento científico para afirmar, porém, ah porém, nós humano temos PhD em cara de pau nessas horas.

Tenho notado que algumas coisas mudaram ao longo dos últimos anos, e olhe… mudaram para melhor porque eu vejo as mulheres entrando nessa jogada de ligar para àquela “foda que marcou” sua a vida momentaneamente, e assim jogando a máxima: “oi, sumido” como forma de apontar o alerta no outra pra uma rapidinha-indolor. Mas assim, o jogo pra ser bom precisa ser jogado e compreendido por homens e mulheres, independente da orientação sexual – até porque sexualidade é inerente e todos nós sentimos prazer metendo ou sendo metido.

Dentro do contexto do se perceber sendo o “sumido” ou a “sumida” de alguém, é preciso se ter em mente algumas regras sociais, adultas:
1 – não se sinta objeto, o ser usado implica em usar também;
2 – o telefona, ou melhor o zap, não tem hora pra chegar. Cabe ser na madrugada, sim… “né nôn”?!
3 – não faça perguntas do tipo: por que você só ligou só hoje?
4 – deixemos claro uma coisa, quase sem amor mesmo ok? o gozar aqui é praticamente fisiológico.
5 – terminou, troca duas ou três amenidades e pronto! como diz um amigo filósofo meu: “tempo de murici: cada um cuide de si”.
P.S: Não sou frio, aqui dentro rola sentimentos, mas é preciso distinguir cada departamento nessas horas. Regras são regras!

O corpo tem necessidades que vibradores dão resultados até a página b. Às vezes é preciso o toque, o cheiro do outro e ao mesmo tempo essa insegurança de não saber se após o ato a pessoa vai ficar para pelo menos um cigarrinho. Ser humano é assim mesmo: vivemos baseados em inseguranças e divãs. Por isto, o “ser sumido” de alguém é tão emblemático e sutil. Cabe ao objeto de desejo se deixar usar e ao mesmo tempo usar o requerente, claro.
Esses dias eu estava conversando com uma amiga jornalista que me deixou bem clara sua aptidão pela prática do ligar para aquela pessoa que há tempos não aparece e na bucha chamar logo para reviver bons momentos. Ela sem saber, ela me passou um alívio na alma, pois ver a liberdade de uma mulher sabendo mais de si, do que qualquer opinião alheia para com ela é maravilhoso, e todos nós deveríamos experimentar essa liberdade, sendo mulher, homem ou trans. Na ocasião, ela não era a sumida de alguém, mas a que ligava e pedia a presença sexual do sumido. Fiquei pensando também se ela seria tão liberta se fosse o contrário, e no decorrer da conversa contatei que sim: ela estava livre de amarras para ligar a hora que desejasse para quem desejasse e pronto e vice-versa. Viva o sermos nós mesmos!

Eu mesmo adoro quando alguém que já fiquei, do nada me liga querendo saber, por exemplo, por que é que o céu é azul. Eu bolo as melhores explicações científicas-fakes, e no meio da conversa emendo logo: vamos ou não? Se a pessoa é esperta o bastante para me conhecer saberá que em nenhum momento eu achei que ela me ligou para saber de céu, de santo, nem nada. Todos nós sabemos o que um “oi, sumido!” realmente significa. Às vezes vale uma hora intensa de sexo, numa pousada barata onde se paga uma hora e ficam-se duas, e algumas vezes torna-se um cinema no dia seguinte, um almoço de domingo, uma apresentação formal à família no Natal, mas aí já seria outro texto.

Enquanto o Natal não vem, vamos ligar mais para os sumidxs de nossas vidas e aproveitar o que ainda nos resta sem pagar imposto: gozar!

Sumidos e sumidas, eu voltei!

Para estreitarmos mais esses nossos laços e não sumirmos um do outro, encontre-me pelo Instagram: @jaimenetoo. Estou sempre por lá!

Por aqui, até quarta que vem!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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