Pior é não decidir!

Após o discurso de ontem, 24/03, do Presidente Bolsonaro, alguém que nunca o deglutira, disse para mim: “Esse homem é um louco! É preciso “empichá-lo!”.

Nesses tempos de mídias sociais, todos temos muitas razões para expressar tolas e rotas opiniões.

Tolas, porque não temos quaisquer responsabilidades pelos nossos rasos raciocínios.

Rotas, porque não se sustentam, são pilares que vergam a favor e contra o noticiário, este também roído e puído em parca razão.

E neste redemoinho nebuloso em que vivemos, todos estarão errados no acordo e certos no desacordo?

Por acaso enveredar por esta trilha não é persistir na incerteza de evitar um estudo crítico e racional do problema pandêmico, este sim, um enigma novo em que falham métodos e curas, de uma ciência que se acreditava evoluída, excluída da pura crendice, da tolice e até da estultice de possuir máquinas respiratórias moderníssimas por eficientes, mas insuficientes, em tanta necessidade?

– Ora, mas é uma pandemia! – dizem todos, leigos e especialistas, acordes uníssonos na vera constatação.

– E o que é uma pandemia? – inquire o cidadão mirim que sempre viu a reação micuim dos velhos surtos endêmicos que lhe davam sezão, a incerta febre com a mais precisa friagem, que se seguia às más aragens e aos bafejos das velhas epidemias, como aquelas de meu tempo de criança que as tive todas; “dordóio”, sarampo, catapora, coqueluche e papeira, curadas até com chás amargosos e traventos, como era aquele de sabugo ou sabugueiro.

Nesse tempo, morando na Rua de Pacatuba, onde nasci, havia um pequeno quintal, um espaço onde cabia um varal, um galinheiro, uma goiabeira e um sabugueiro, sempre utilizado pela vizinhança nesses surtos virais.

Das brincadeiras no quintal, lembro também, que em antiga ecologia, vinha também por complemento, lombriga de toda cepa.

Tanto que, periodicamente tínhamos que ingerir purgantes, tipo óleo de rícino, cujo arroto ficou-me na memória, engolido com rolha de cortiça cunhada entredentes para impedir o “inguio”, palavra que não existe mais, mas se usava, para evitar o “vomito”, sem circunflexa acentuação.

Sem outros engulhos, nos idos de 1957, salvo engano, houve um surto de “Gripe asiática”, a casa ficando cheia de tanto menino doente, os de casa, que já eram quatro, e alguns primos que aqui estudavam, um folguedo de boa lembrança, e muito trabalho para Dona Lourdes, minha mãe, que de todos cuidou com desvelo, ternura e paciência, com um olhar nunca mais terno fitado.

Dona Lourdes aplicava injeção, em todos, sem exceção. Era até requisitada pela vizinhança.

Naquele tempo todo remédio vinha com seringa no meio.

A seringa era de vidro e vinha com as agulhas numa pequena caixa metálica constituída de três parte: o corpo, a sua tampa, e um apoio para a desinfecção que se colocava entre o corpo da caixa e a tampa, para a esterilização via chama em combustão de álcool etílico.

Em anos recentes, houve uma campanha contra o uso do etanol 92,6º , uma vez que era comum o acidente com queimaduras.

Isso aconteceu sobretudo quando ficou comum o uso do álcool etílico anidro 99,3º como combustível automotivo.

O povo passou a buscar o álcool nos postos de combustíveis, por mais barato, que teve que ser modificado e colorido, até para não ser bebido, sendo até batizado com um percentual de gasolina para lhe dar, cheiro e sabor; intragável.

De lá para cá, o álcool 92,6% sumiu das gondolas dos supermercados, dando origem a outros mais diluídos e aos atuais álcoois-géis, tidos e havidos como antissépticos fulminantes contra o Corona-vírus.

Como disse anteriormente, os remédios de minha infância eram horrorosos em sabor, culminando com os intragáveis óleo de fígado de bacalhau de arroto terrível, e óleo de rícino, eficaz contra todo tipo de lombriga; dos oxiúros coçadores, os áscaris lumbricoides e o necátor americano, muito comuns nas fezes pueris daquele tempo.

Dos remédios que eu gostava, lembro do Biotônico Fontoura, vinhozinho licoroso, e do Calcigenol Irradiado, branquinho e leitoso.

No mais eram chás terríveis e amargos, quando não estórias de contos mais antigos em que se curava peste, carbúnculo e até o “estopô-balaio-mariano” com chás de bosta de cachorro, receitados por curandeiros e benzedeiras prestimosas.

Em tempos de pandemia, quando fracassa a vã e falha filosofia, todos têm razão no desacordo e errados ficam no mesmo acorde.

A pandemia surgiu em Catai, antiga China; o grande império do meio. Da China, de onde nos vem tudo que é quinquilharia.

No ocidente ninguém fabrica mais nada, tudo vem da China, por mais farto e mais barato, mesmo que venha em prospecto ilegível, em mandarim, ilegalmente contrabandeado.

E foi assim que veio o Corona-vírus, sem vacina, sem cura e sem prevenção, dona Morte levando os velhos que ousavam viver demais.

O vírus espalha-se por contato, bafejo e respiração, é o que todos gritam logo, pregando evitar o contato, paralisar toda correia ou mancal da moderna economia.

– “Que seja tudo parado! Dizem alguns gestores e governadores.

Ninguém paga, ninguém compra, sejamos todos presos nas casas e abastecidos vias delivery, palavra nova, que permite tudo, sobretudo o nada produzir.

Iremos parar o país?

O governo poderá remunerar a todos, empresários e operários, via redução de impostos e fartura de salários?

Isso não está virando uma paranoia? Uma histeria louca a requerer melhor racionalidade?

Assim, estamos todos prisioneiros nas nossas casas, sob pena de sermos multados, detidos e custodiados se formos às ruas.

Isso não já é um exagero? Um destempero dos nossos governantes?

Por acaso, em tantas estatísticas diárias, alguém já dissertou sobre o número de mortos diariamente antes desse surto de Corona-Vírus, na China, na Itália em qualquer lugar?

E os velhos? Não somos nós o universo de maior risco, sempre revirado nos três kás; kéda, katarro e kaganêra”?

E com tanta cagação espalhada via esculhambação pela televisão, não vale desligá-la, enquanto melhor meio de isolamento e prevenção?

Coloco meu questionamento assim, porque é fácil não ter opinião; é muito fácil não decidir, mas opinar.

Neste contexto. É estúpido dizer que a escolha é fácil.

No meu entender, temerário e bem pior é parar o país, quebrando a economia.

Assim, mais lúcido está o Presidente Bolsonaro conclamando o povo a vencer a pandemia com trabalho, com todos desempenhando os seus afazeres, sobretudo com os estudantes nas escolas e os professores nas suas lousas.

Que os jovens nunca deixem os velhos apodrecerem abandonados e sem cuidados, é bom dizê-lo.

E com ênfase! Porque é comum, muito comum, deixa-los morrer assim, mesmo em tempos normais e sem crise!

Em tempos de muitos “partisans passionnés”, partidários apaixonados utilizando a crise contra o Presidente Bolsonaro, louvo o seu discurso por assaz sensato.

Em outros tempos bicudos, Georges Clemenceau dissera grave: “a guerra é uma coisa demasiadamente importante para ser confiada aos militares”.

Mutatis mutandis, a atual pandemia é uma guerra que está sendo conduzida no noticiário por muita gente que surfa na onda opinando demais e se responsabilizando de menos.

Se Bolsonaro está errando, o risco será dele, e com ele ainda estou junto.

Pior é não decidir.

 

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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