Em sua 35º edição, o histórico e memorável Festival de Arte de São Cristóvão revigora e cria expectativa de ser o mais emblemático encontro de arte do estado de Sergipe a partir desta quinta-feira, 15. Os largos, os becos, as vielas, os casarios e museus serão tomados por arte, emanados pela mais autêntica força de vontade de ser o Festival dos Festivais. Aguardado como nos tempos de outrora, casarios ganharam restaurantes temporários, casarões se transformaram em pousadas e a praça São Francisco, único monumento tombado como Patrimônio Histórico e Cultural da Humanidade em Sergipe, além de espaços históricos espalhados pela cidade darão espaço para Céu, Lenine, Mat’nália, Cidade Dormitório, The Baggios, Luedji Luna, Rincon Sapiência, Baiana System, Patrícia Polayne, Samba do Arnesto, Samba de Moça Só, Joésia Ramos, DJ Kaska, Chico César.
O Fasc foi iniciado nos anos 1970, e serviu de palco para grandes artistas sergipanos e nacionais, para que pudessem expressar suas produções artísticas nas mais diversas modalidades. O evento foi descontinuado em 2005 e retornou em 2017 resgatando a proposta dos antigos festivais e reacendendo a programação cultural da Cidade Histórica.
O Tô no Mundo revisita a Cidade Mãe de Sergipe e traz alguns dos atrativos que podem ser conferidos em paralelo ao Fasc 2018. Para melhor visitá-la, o Tô no Mundo dividiu a cidade em três complexos: de São Francisco, da Matriz e do Carmo. Os principais prédios históricos estão concentrados nestas três praças, o que facilita a visita a cidade de São Cristóvão.
Primeiramente, é inevitável saber que a 4ª capital mais antiga do País foi fundada em 1590, e é nela que está erguida a Praça São Francisco, de valor universal por ser resultado das ordenações Filipinas e, portanto, espanholas, em terras de domínio português, considerando assim um exemplo material único do momento histórico em que Portugal e Espanha estiveram unidos sob uma mesma coroa.
Localizada a poucos 20km de Aracaju pela rodovia estadual João Bebe Água, são mais de 15 prédios tombados pelo Patrimônio Histórico e Cultural somente na parte alta da cidade e é Patrimônio Histórico e Artístico Nacional do Brasil desde 23 de janeiro de 1967.
Praça São Francisco – A praça São Francisco é um conjunto monumental mais importante, historicamente, com prédios públicos e privados que representam o período de união das coroas de Portugal e Espanha (1580-1640). Ela une os padrões de ocupação seguidos por Portugal e as normas estabelecidas pela Espanha.
Basta chegar para observar um conjunto arquitetônico harmonioso. Do lado direito, a antiga Santa Casa de Misericórdia, hoje o Lar Imaculada Conceição. Do lado esquerdo, um enfileirado de casarios. Ao fundo, é de encher os olhos a vista da Igreja e do Convento de São Francisco ou de Santa Cruz, onde funciona o Museu de Arte Sacra. Do outro lado, o Museu Histórico de Sergipe com diversos casarões ao redor, um deles a antiga Ouvidoria. No meio da praça, um cruzeiro remota aos tempos do século XVI.
Não deixe de percorrer a praça, de entrar no Museu Histórico de Sergipe para conferir os quadros, fotografias, mobiliário do Brasil colônia; as salas que conservam a história do Cangaço, e a arquitetura do prédio. Logo após, visite o Lar da Imaculada Conceição, antiga Casa de Misericórdia. Observe os detalhes e adornos das portas, o pouco mobiliário que ainda resta, a capela, os jardins.
Conheça a Igreja e o Convento de São Francisco. Em estilo barroco, a construção do conjunto iniciou-se em 1693 através de doações da população local aos padres franciscanos. Quando São Cristóvão era a capital da Província funcionou, no convento, a Assembleia Provincial. O grande salão da Ordem Terceira era ocupado pela Tesouraria Geral da Província. Conta-se que serviu, também, para aquartelar as tropas do batalhão que combateu os seguidores de Antônio Conselheiro, em Canudos, em 1897.
Hoje o Museu de Arte Sacra, que também fica no complexo histórico, abriga um acervo considerado o terceiro mais importante do país. A maioria das peças pertenceu às famílias nobres da região e foram doadas ao museu. E haja história para ver e curtir.
Largo da Matriz –Para chegar até ela partindo da Praça São Francisco passa-se pela Rua dos Poetas até a praça da Igreja Matriz de Nossa Senhora das Vitórias (Praça da Matriz).
Há um sobrado denominado Balcão Corrido, hoje abrigando um Centro de Artesanato, o antigo fórum de justiça, a prefeitura e várias casarios, um deles chamado de Casa da Queijada, que vende queijadinhas, outro sabor encontrado em São Cristóvão.
A iguaria é feita de coco, leite, farinha de trigo e açúcar, nada de queijo, mas é bom se apressar, pois o conjunto arquitetônico do Convento da Ordem Terceira do Carmo lhe espera.
Largo do Carmo – É seguir pela esquerda da praça e chegar até o terceiro complexo. O conjunto compreende a Igreja do Carmo e a Igreja da Ordem Terceira (Senhor dos Passos), o Convento do Carmo e a sala Irma Dulce, onde a carmelita começou seus dias de reclusão. Pode-se observar pertences, bonecas, fotos e um memorial.
Na Igreja da Ordem Terceira ou do Senhor dos Passos, o Salão dos Ex-votos chama atenção. Como penitência e agradecimento por uma graça alcançada, fiéis depositam no salão réplicas de partes do corpo esculpidas em madeira, fitas, cruzes, livros, fotos, tudo, tudo que se imaginar.
Observe o altar-mor das igrejas e as peças sacras restauradas recentemente. O forro da capela-mor da Ordem Terceira foi restaurando e nesse processo se descobriu que embaixo da pintura havia um verdadeiro mosaico barroco. Possui ainda um pequeno claustro interno que deve ser visitado.
Também veja o jogo de sombra e luz refletidos nas portas e colunas entre as igrejas e o convento. Na sacristia da Ordem Terceira há afrescos em todo o teto e também chama atenção pela imponência da pia em pedra calcária utilizada para lavar as mãos das Irmãs Concepcionistas.
Outros monumentos – Se observado, o passeio começou na Praça São Francisco e percorre mais duas praças, ou seja, os principais prédios históricos estão concentrados em três praças principais, o que facilita a visita a cidade de São Cristóvão.
Partindo da Praça do Carmo ou Senhor dos Passos em direção ao acesso à Aracaju pela rodovia João Bebe Água, conheça ainda a Igreja do Amparo (antes exclusiva para homens) e a do Rosário dos Pretos. Observe os detalhes bem mais simples do que as outras igrejas. Esta última era permitida apenas para negros. O altar não tem tanta imponência e só há uma torre bem menos longínqua.
Cidade Baixa – Na cidade baixa há uma antiga estação de trem, uma bica onde os são-cristovenses se divertem no final de semana, mas necessitando de reforma urgente, ou seja, a visita é dispensável. O atracadouro abriga um restaurante. O centro comercial e a feira livre também podem render boas fotos e é onde se pode encontrar mais um sabor são-cristovense, os famosos peixes na palha (moquequinhas). Afinal, como em toda cidade histórica, a cidade baixa também tem seus encantos e há seus altos e baixos.
Como chegar
Partindo de Aracaju, pode-se chegar a São Cristóvão pela rodovia estadual João Bebe Água e pela BR 101. A primeira, foi parcialmente duplicação e há muitas curvas, porém, chega-se mais rápido, a pouco mais de 20km. A segunda, é bem mais movimentada e mais longe, pouco mais de 30km. Os dois trajetos são fáceis e há boa sinalização.
Dicas de Viagem
A Casa da Queijada fica na Praça da Matriz, nº 56. Também se pode encontrar outros tipos de quitutes a precinhos bem convidativos. Na casa de Dona Marieta, na frente da rodoviária, na cidade baixa, bem no centro da cidade, também é referência para compra das queijadas.
Na saída da cidade pela Rodovia João Bebe Água, a 2 km do centro histórico, há o Cristo Redentor, erguido em 1924, sobre as bases da antiga capela de São Gonçalo.
Há agências em Aracaju que fazem bate e volta para o Fasc. A Vento Leve Turismo de Experiências tem feito um trabalho que envolve o turismo de base comunitária e a divulgação de novos roteiros. Consulte através do telefone 55 79 9999-2300. Há poucas vagas disponíveis.
O AMA restaurante itinerante comandado pela chefe Danila Duarte aportará na cidade no período do Fasc. O cardápio selecionado com entradas de Caldinho de Sururu, nachos com ragu vegano, caruru sergipano e pratos principais de baião de dois com feijão verde, cuscuz de fumeiro com galinha de capoeira, macaxeira com cupim na manteiga de garrafa, bobo de grão de bico vegano com couve flor, inhoque vegano com molho rustico de tomate.
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