Saída de capitão pode ter sido retaliação

Sargento Vieira
A solicitação do capitão Denisson Santana, que respondia pelo policiamento militar de Itaporanga D’Ajuda, pedindo a retirada dos policiais do seu grupamento da delegacia do município resultou em sua transferência para a cidade de Carira. A denúncia é do presidente das Associações Unidas da Polícia Militar, sargento Jorge Vieira. De acordo com ele, “o capitão se baseou nas determinações da constituição federal ao pedir que os policiais militares não fossem mais deslocados para as delegacias, ficando livres para atuarem no policiamento ostensivo, sendo essa sua função principal”. O assessor de comunicação da PM, capitão Ornelas, negou a informação e disse que a transferência do capitão faz parte das adequações realizadas pelo novo comando.

No pedido encaminhado ao Comando do Policiamento do Interior no último dia 27 de maio, o capitão Denisson, solicita a liberação dos policiais militares das delegacias, para que o policiamento ostensivo em Itaporanga seja feito com “maior rigor”. Para Denisson, “o efetivo que compõe o serviço de policiamento ostensivo preventivo esta muito aquém do necessário para que se possa desenvolver um trabalho eficiente e eficaz”.

De acordo com ele, por dia, entram de serviço na companhia de quatro a cinco policiais militares, sendo que desses um é deslocado para a delegacia de Itaporanga, reduzindo o número de PM’s disponíveis para realizar rondas no município. Além disso, o capitão Denisson ressalta que a segurança do policial fica ameaçada porque ele precisa lidar com os presos e pode ser vitima de rebeliões.

Outro argumento utilizado pelo capitão é de que com o número de policiais reduzido, ele não pode realizar “grandes operações de abordagem a pessoas, veículos e estabelecimentos comerciais”, como forma de prevenir crimes.

“Mistura de missões”

O assessor de comunicação da PM, capitão Ornelas, reconhece que o deslocamento de policiais militares para delegacias acontece com freqüência. “Ocorre uma mistura de missões, pois o policial civil desenvolve o policiamento judiciário e o policial militar trabalha o policiamento ostensivo”, explica. Entretanto, ele ressalta que “esta questão é vista pelo Governo com preocupação, que está buscando uma solução.

Sobre a transferência do capitão Denisson, o assessor afirma que “a mudança aconteceu da mesma forma que outros comandos foram alterados, não sendo a mudança do capitão uma retaliação”.

Por Valter Lima

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