Pré-estreia do filme sobre Elza Soares será hoje no Cine Vitória

My Name is now será exibido no Cine Vitória (foto: Duda Las Casas)
My Name is now será exibido no Cine Vitória (foto divulgação: Duda Las Casas)

A pré-estreia do longa sobre a vida e obra de Elza Soares, intitulado My Name is Now, acontece nesta terça-feira, 20, às 18h no Cine Vitória. A cineasta mineira Elizabeth Martins fala um pouco ao Portal Infonet como foi gravar a obra e tratar a vida de uma grande artista brasileira.

Portal Infonet- Como chegaram ao nome do filme “My name is now”? Elza Soares opinou?
Elizabeth Martins- O Título faz a alusão a personalidade da personagem que sempre viveu e vive o presente intensamente, principalmente, quando o assunto é arte, criação. Esta é uma frase tradicional da Elza Soares, ela sempre brinca  em inglês, “my name is now”, que traduz também o tempo que ela viveu o filme, em que filmávamos. Meu nome é agora, traduz o olhar de Elza sobre ela mesma. O título foi sugerido pela equipe e ela gostou.

Infonet- De onde veio a ideia de fazer Elza Soares recitar poesia e cantar durante o filme, ao invés do clichê do protagonista contando sua história? Podemos dizer que é um filme fora dos padrões convencionais como a própria artista?
EM- “My Name is Now, Elza Soares” prioriza imagens e sons em diferentes camadas para contar a história, com a Elza Soares  em primeiro plano tanto vozes, quanto imagens.

Infonet- Você já disse em entrevista que o longa evoca o protagonismo e a força do povo brasileiro. Onde o público pode observar que a história dela se confunde com a do brasileiro?
EM-
No argumento que escrevi para o filme,  Elza Soares é uma personagem impregnada da cultura brasileira com suas matrizes africanas, indígenas e tantas outras. O filme é música, uma das identidades mais poderosas da nossa cultura, mesclado com imagens de natureza, carnaval, futebol, sons de terreiros, capoeira e muitos outros signos que traduz isto.

Infonet- Elza Soares acompanhou de perto a produção e assistiu à versão final. Como é fazer um filme biográfico sobre uma artista viva? Foi uma homenagem?
EM- Filmar foi uma grande experiência artística e de vida, trabalhamos em um processo imersivo e laboratorial de uma equipe de cinema junto a Elza Soares.  A Elza assistiu o documentário, a primeira vez em tela de cinema no Festival do Rio, quando fizemos a pré-estreia. Antes ela vinha assistindo nas ilhas de montagens os primeiros cortes e também a versão final antes de ir para festivais. É uma homenagem sim, a Elza e ao povo brasileiro.

Infonet- No filme, a cantora fala de dores que evitava falar há anos. Como foi esse processo?
EM- Todo o trabalho foi feito com muito respeito entre equipe e a personagem, e desenvolvido de forma natural. As falas representam não somente as dores de uma mulher que passou por inúmeros obstáculos e superou, mas representam inúmeras mulheres e homens que passam por situações parecidas todos os dias no Brasil, então, o documentário traz reflexões de um Brasil atual e de ontem.

Infonet- Como os tumultos da vida de Elza com Garrincha é abordada neste filme?
EM- O filme fala do amor entre Elza e Garrincha, o casamento do samba e do futebol, isto é construído por meio de musicais, desenhos de sons, imagens, que apresentam diferentes momentos vividos entre os dois e também retrata a perda dos filhos dos dois, o Garrinchinha. As imagens e sons falam por si. São sentimentos, é um trabalho sensorial.

Infonet- O que o espectador pode esperar do filme?
EM- O espectador pode esperar uma experiência audiovisual sonora, plástica, com a cantora Elza Soares, que deve ser vivida de forma fluída, sem se preocupar com a explicação que o mundo exige das coisas, é para sentir e não só para ver ou ouvir, as histórias estão lá nas diversas camadas.

por Raquel Almeida

Confira o Trailer do filme:

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