Quadrilhas vão tomar conta de Sergipe

Apesar das dificuldades, como a falta de apoio dos órgãos governamentais, as quadrilhas juninas – uma das faces mais belas dos festejos juninos de Sergipe – devem manter uma agenda concorrida de apresentações em todo o Estado este ano. Segundo os planos da Liga das Quadrilhas Juninas – Liquaju -, além de participar dos concursos locais, representantes sergipanas devem tomar parte de competições regionais e nacionais. Para Célio Torres, presidente para Liga, se houvesse uma contribuição mais efetiva das administrações públicas o quadro seria mais animador para os grupos. Confira a entrevista: PORTAL INFONET – Como está a programação das apresentações das quadrilhas este ano? CÉLIO TORRES – Apesar das dificuldades estamos com alguns concursos, em Sergipe, confirmados, como é o caso da Rua de São João e o do Hiper Bom Preço. Na Rua de São João começa dia 1º de junho e termina dia 30. No estacionamento do Bom Preço começa dia 11 de junho e termina dia 28. Nós também teremos vários outros concursos alternativos. Mas estes dois concursos são os que qualificam para os maiores. São 40 quadrilhas, divididas entre o Grupo Especial e o Primeiro Grupo, 20 cada grupo, participando dos eventos. Além disso, como a Liquaju é filiada a Confederação Brasileira de Entidades de Quadrilhas Juninas – Confebraq – e a União Nordestina de Entidades de Quadrilhas Juninas – Unej -, estamos participando do 2º Nordestão, em Fortaleza, e do concurso da Rede Globo Nordeste. Também estamos estudando a possibilidade de esse ano ainda ser realizado o primeiro concurso nacional de quadrilhas. INFONET – Nos últimos anos a tradição das quadrilhas juninas está entrando em crise. Algo mudou em 2004? CT – Infelizmente, chegam os festejos juninos, mais um ano, estamos vendo as programações dos municípios serem anunciadas e, infelizmente, pouca coisa se fala sobre as quadrilhas juninas. Nós sabemos que grande parte dos turistas que nos visitam, nesse período, estão interessado em ver uma apresentação de quadrilha. E nós estamos com uma dificuldade muito grande de incentivo, pois tanto o governo municipal, quanto o estadual, não estão apoiando, efetivamente, esse tipo de manifestação cultural. INFONET – E que tipo de apoio vocês esperam dos governos? CT – Nós não queremos que eles banquem as quadrilhas. Nós só precisamos de algum tipo de incentivo, como, por exemplo, a garantia de que eles vão assumir os trios de forrozeiros para os grupos. Essa é uma necessidade básica de qualquer quadrilha e estamos vendo os presidentes das agremiações quase enlouquecendo de preocupação para conseguir pagar um trio. Desde o ano passado, muita gente está devendo safoneiro, zabumbeiro e triângulo porque não teve como assumir a dívida. Um trio pode cobrar entre R$ 3.500 a R$ 6mil para acompanhar os ensaios e apresentações, um trabalho que pode durar quatro meses. E como vamos pagar isso? Não temos de onde tirar esse dinheiro. Estamos buscando parcerias, fazendo propostas às Prefeituras e ao governo do Estado, que eles cedam os trios que contratam para seus eventos e nós, em contra partida, faremos um certo número de apresentações nas programações deles. È algo difícil de fazer? Acredito que não. Mas ninguém nos dá resposta. INFONET – No ano passado você afirmou que o número de quadrilhas, no Estado, estava diminuindo drasticamente? Esse “fenômeno” continua se acentuando? CT – Infelizmente, sim. Para exemplificar basta observar o número de grupos filiados a Liquaju: caiu de 64, em 2003, para 58, em 2004. Uma quadrilha do Grupo Especial, como a Sanfona Branca, não se apresenta esse ano por falta de recursos. Mesmo com bingos e rifas, os participantes não têm conseguido sensibilizar as comunidades para arrecadar fundos. Muitos grupos vão se apresentar esse ano com a cara e a coragem. É um esforço tremendo e, às vezes, apesar de tanto trabalho, o resultado não sai tão bom, elas acabam prejudicadas por tantos problemas. Os trajes são caros, o trio é caro, e a ajuda que temos dos nossos governantes não é nada. INFONET – Quem tiver interesse em organizar um concurso ou contratar alguma quadrilha como pode entrar em contato com a Liquaju? CT – A Liga está instalada na rua São Cristóvão, 586. Abre todos os dias, das 15 às 19 horas. As pessoas também podem entrar em contato conosco pelo e-mail: liquajuse@infonet.com.br ou pelos telefones (0xx79) 3041-2042 / 9988-9330.

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