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Das cinco testemunhas convocadas para esta terça-feira, 5, quatro compareceram (Fotos: Portal Infonet) |
Foram considerados contraditórios os depoimentos prestados na tarde desta terça-feira, 5, pelas testemunhas indicadas através da Procuradoria Regional Eleitoral nos processos de irregularidades no repasse e na aplicação de verbas de subvenção social da Assembleia Legislativa de Sergipe (Alese). A exceção foi o Instituto Beneficente Cidade Nova (Casa da Comunidade), com sede em Aracaju, cuja presidente, Charlye Amaral da Silva, foi convocado apenas para fornecer esclarecimentos aos procuradores regionais eleitorais. A PRE não têm dúvidas que existem vínculos entre as entidades e os parlamentares.
Das cinco testemunhas convocadas para hoje, quatro compareceram, entre elas, Dogival de Jesus, representante da Associação dos Moradores Carentes de Moita Bonita; Fábio Costa dos Santos, beneficiário de um cheque desta associação; Ana Kelly de Jesus Andrade, presidente do Centro Social de Assistência Serrana, em Itabaiana; e Charlye Amaral da Silva, presidente da Casa da Comunidade, em Aracaju. Uma testemunha apresentou atestado médico: Luiz Evilásio da Silva, responsável pela Unidade de Saúde Mista Dra. Angélica Guimarães, em Japoatã.
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O presidente da Casa Comunidade, Charlye Amaral, foi convocado apenas para prestar alguns esclarecimentos |
As afirmações feitas por Ana Kelly, gestora da entidade em Itabaiana, não convenceram os procuradores. “O depoimento de Ana Kelly foi um pouco contraditório. Ela não tinha segurança no que afirmava e não sabia informar direito onde foram feitos os gastos da entidade. Nos chama a atenção novamente, o fato de haver uma entidade fechada, que vive só das verbas da Assembleia, e cujo endereço cadastrado abrigava um comitê eleitoral. A própria Kelly tem vínculos políticos, ela é do diretório do Partido Social Liberal (PSL), em Itabaiana, e foi candidata a deputada”, revela a procuradora regional eleitoral, Eunice Dantas.
Para a procuradora, não há dúvidas da ligação de Dovigal de Jesus com parlamentares sergipanos. De acordo com as investigações, a associação presidida por ele, recebeu R$ 275 mil dos deputados Luiz Mitidieri, Angélica Guimarães, Arnaldo Bispo e Venâncio Fonseca, apesar de estar registrada em um endereço residencial. Quando visitada, a casa estava fechada e exibia uma placa de propaganda política de Vanderbal de Andrade, marido de Angélica Guimarães e candidato a deputado estadual à época, e de outros candidatos da mesma coligação.
“A gente vê claramente que essas associações têm vínculos com deputados. São pessoas que já foram assessores de algum deputado. O próprio Fábio Costa, que recebeu um cheque da associação no valor de R$ 92 mil, foi assessor até 2014, inclusive assessor da dra. Angélica Guimarães. A entidade funcionava em uma garagem onde havia uma placa do Vanderbal de Andrade como candidato a deputado estadual. Fora isso, a gente já apurou várias ligações de pessoas da entidade com a Dra. Angélica Guimarães”, destaca.
A procuradora Eunice Dantas explica ainda que o presidente da Casa Comunidade, Charlye Amaral, foi convocado para que pudesse esclarecer algumas dúvidas à Procuradoria Regional Eleitoral. “O Charlye veio depor porque havia dúvidas, mas a associação existe, presta vários cursos e serviços de assistência social, mas havia a necessidade de esclarecer isso em juízo”, revela a procuradora.
“Recebemos verbas de subvenção, mas sempre realizamos a prestação de contas, inclusive, somos uma instituição com serviços abertos a toda a população. Não sei como vamos nos manter sem a verba. Acho que as verbas devem continuar a existir, porém, deve ser tudo policiado”, revelou Charlye.
Por Verlane Estácio
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