“Dia do Surdo”: Preconceito ainda existe na sociedade

Língua de Sinais (Fotos: Ipaese/SE)

Dados da Organização Mundial da Saúde (OMS) apontam que mais de 15 milhões de brasileiros tem problemas com audição, sendo que deste total, apenas 40% dos afetados reconhecem a doença. Nesta quarta-feira, dia 26 de setembro é comemorado o Dia Nacional do Surdo, data reconhecida pela Lei 11.976/2008 e escolhida em homenagem à fundação do Instituto Nacional de Educação dos Surdos (INES).

Apesar da data, ainda é grande o preconceito sofrido pelos surdos na sociedade, segundo afirma a diretora pedagógica e fundadora do Instituto Pedagógico de Apoio à Educação do Surdo de Sergipe (IPAESE), Vanda Brandão Macedo. “O nosso objetivo é justamente a inclusão, porque o surdo é uma figura silenciosa na sociedade, pelo fato dele não se comunicar. A grande questão é que a sociedade não está preparada. São poucas as pessoas que conhecem libras e que tem entendimento de libras. Isso daí melhoraria muito se as escolas adotassem libras como a segunda língua”, diz.

Em Sergipe, o Ipaese presta um serviço de assistência as pessoas com surdez

Para Vanda Brandão, o preconceito tem início na maioria das vezes dentro da própria família. “Quando a criança nasce surda, às vezes a família demora muito a detectar o problema e quando isso ocorre é um choque, porque a própria família não aceita de imediato. O surdo nasce em uma família de ouvintes e pega a família toda de surpresa. A primeira necessidade do homem é a comunicação e a criança vai começando a sentir que a família não responde as necessidades dela, pois não sabe se comunicar, ainda não sabe libras e há dificuldade muito grande inicialmente”, conta.

Dentre as causas da surdez estão à hereditariedade ou em decorrência do aparecimento de algumas doenças a exemplo da rubéola, meningite e o uso de alguns tipos de medicamentos segundo aponta Vanda Brandão.

Libras

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é um método gestual-visual reconhecida por lei 

A Língua Brasileira de Sinais (Libras) é um método gestual-visual reconhecida por lei e utilizada pelos surdos para se comunicar com as demais pessoas. Segundo a diretora pedagógica do Ipaese, o primeiro contato que o aluno tem com o conhecimento é através de libras. “É uma metodologia totalmente diferente para aprender, tem um canal de aprendizagem que é a visão. É difícil porque enquanto o ouvinte aprende uma língua só, o surdo tem que aprender duas línguas ao mesmo tempo e ainda tem o problema da subjetividade que é difícil ele entender a subjetividade, o que é saudade por exemplo. É um trabalho árduo ensinar um surdo, mas é muito gratificante porque eles são capazes. A única diferença é que eles não se comunicam, não falam”, explica.

Para comemorar o dia 26 de setembro que é representada pela cor azul (simboliza a comunidade surda) serão realizados em todo o país diversas atividades, a exemplo de palestras, seminários e oficinas para demonstrar a luta e as conquistas da pessoa com a doença.

Alunos do Ipaese

Ipaese

Em Sergipe, o Ipaese presta um serviço de assistência as pessoas com surdez. Criado em 2000, hoje a Instituição presta um atendimento a cerca de 120 pessoas entre crianças e adultos. Na Instituição, eles recebem aula de libras e da área pedagógica.

A Instituição fica localizada na rua Mario Jorge, no bairro Coroa do Meio e vive de doações. Quem quiser ajudar basta ligar para o telefone 3211-0938 ou atraves de deposito pela Caixa, agência 2175- C/C: 00001121-8 ou pelo Banese, agência 054- C/C: 100.739-1

Por Aisla Vasconcelos

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