Dívida da PMA com H. Cirurgia é de quase R$ 15 milhões

O diretor do H.Cirurgia afirma que a dívida da PMA é de R$ 14.526.865,25 (Fotos: Portal Infonet)

Com uma fila de 600 pacientes aguardando para realizar o tratamento de radioterapia em Sergipe,- dados foram fornecidos pelo Ministério Público Estadual ao Hospital de Cirurgia e um hospital especilizado, sem data definida para atender a demanda,- os pacientes oncológicos frequentemente são surpreendidos com a paralisação do tratamento nos únicos hospitais que possuem as duas máquinas de radioterapia do Estado, o Hospital de Urgência e Emergência de Sergipe (Huse) e o Hospital de Cirurgia.

Na última quarta-feira,2, a equipe do Portal Infonet mostrou o drama de pacientes que deixaram de fazer o tratamento por conta de uma dívida entre a Prefeitura Municipal de Aracaju (PMA) e o Hospital Cirurgia. 

Dívida

Nesta quinta-feira,3, em entrevista ao Portal Infonet, o diretor do Hospital de Cirurgia, abriu o relatório financeiro do hospital e falou sobre o descaso com o pagamento dos serviços contratados pela prefeitura por meio da Secretaria de Saúde do Município (SMS). O diretor do hospital é enfático ao informar que a dívida do município de Aracaju é de quase R$ 15 milhões.

“O problema é que a prefeitura não paga e quando paga, não faz isso em dia. Todo mês são R$ 6 milhões aproximadamente. Vamos pegar somente os meses de outubro e novembro. O mês de novembro ele pagou R$4milhões e meio e ficou faltando R$ 600 mil. E do mês passado também ficou faltando R$ 600 mil. Colocando somente outubro e novembro, a dívida é de R$ 1 milhão e 200 mil. Ele me deve de serviços que executei o ano inteiro, fora o contratual, R$ 2 milhões e 300. No mês de junho R$4 milhões e 200 mil. Agora acabou de vencer mais R$ 6 milhões, só até aqui já temos R$13 milhões e 700 mil”, conta o diretor do hospital que mostra com base em relatório financeiro a dívida total de R$ 14.526.865,25. A tabela ao lado, cedida pelo hospital ao Portal Infonet mostra a descrição mensal da dívida.

“Eu me relaciono com Aracaju, mas o dinheiro vem de Aracaju, do Estado e da União. O que acontece é que 60 a 65% é da União, 25 a 30% é do Estado e 5 a 10% é do município. O município recebe o que é do Estado e da União e paga pelos serviços que são feitos ”, explica como funciona o dinheiro que é recebido pelo hospital através da Prefeitura Municipal de Aracaju.

O prédio onde funcionará mais duas máquinas de radioterapia

Folha do hospital
O diretor do Hospital Cirurgia, Gilberto dos Santos, explica que a folha mensal liquida é de R$ 2 milhões e 300 mil, somente o contrato do Cirurgia com a Clínica Onco Hematos, que atende a pacientes de quimioterapia, consultas e cirurgias é de R$ 240 mil mensal, já a folha de funcionários é de R$ 1milhão e 600 mil aproximadamente, uma média de quatro semanas de medicamentos em torno de R$ 800 mil. A falta do pagamento do município fez com que 12 pacientes deixassem de receber o tratamento.

Burocracia para novo equipamento

A unidade hospitalar atende mensalmente 90 pacientes de radioterapia em uma máquina adquirida em 1997, já usada, com capacidade para apenas 70 pacientes. A utilização de uma máquina além da capacidade não é um dos principais problemas enfrentados pelo hospital que lida com a burocracia para a instalação de um novo equipamento.

Atualmente o hospital atende mensalmente além dos pacientes de radioterapia, 450 tratamento de quimioterapia, 650 consultas oncológicas clínicas, 130 consultas oncológicas cirúrgicas e 50 cirurgias oncológicas.

De acordo com o diretor do Cirurgia uma máquina nova, adquirida por meio de uma emenda parlamentar em 2013 permanece na Alemanha por falta de agilidade dos órgãos responsáveis para a liberação da instalação. “Quando essa máquina que temos hoje no hospital foi adquirida, ela já era usada, então estamos falando de um equipamento com mais de 20 anos. Nesse ramo que trabalhamos têm que ter dois aparelhos, porque o tratamento é feito de forma continua. Em 2013, nós adquirimos uma máquina comprada na Alemanha através de uma emenda parlamentar e desde esse tempo eu sofro o pão que o diabo amassou para conseguir a licença para colocar o equipamento para funcionar”, desabafa.

O hospital atende 450 pacientes de tratamento somente de quimioterapia

O diretor afirma que já passou pelas etapas da Comissão Nacional de Energia Nuclear (CNEN), Adema, Vigilância Sanitária, Crea, Emurb e enfrenta a última etapa no Corpo de Bombeiros que analisará o projeto de construção que irá comportar o equipamento. “A quantidade de gente que está morrendo todos os dias e aí vem à burocracia para atrapalhar ainda mais”, afirma o diretor. O fato foi noticiado pelo Portal Infonet na última quarta-feira, 2.

A previsão, segundo Gilberto dos Santos, é que após aprovação do projeto de construção do prédio, em nove meses a máquina comece a funcionar. O que só deve ocorrer no final de 2016. “A estimativa é que após deflagrado o processo em nove meses já vamos ter funcionando o serviço de radioterapia.

PMA

O Portal entrou em contato com a assessoria de comunicação da Secretaria de Saúde do Municipio (SMS) que ficou de analisar todas as informações e encaminhar resposta a redação. O Portal permanece a disposiçao por meio do (079) 21068000 ou jornalismo@infonet.com.br.

Na matéria mostrada ontem,2, a assessoria da SMS disse não apresentar justificativa até que o valor exato dos pagamentos em atraso fosse detalhado pelo Hospital de Cirurgia.

Por Kátia Susanna

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