O Cinema e a Segunda Guerra Mundial

Fernanda Victoria Góes Marques

Graduanda em História na Universidade Federal de Sergipe (DHI-UFS)

Integrante do Grupo de Estudos do Tempo Presente (GET/UFS/CNPq)

Bolsista no Programa Institucional de Bolsa de Iniciação Cientifica-PIBIC

Orientadora: Prof.ª Dr.ª Andreza Santos Cruz Maynard (UFS)

E-mail: nandavictoria44@gmail.com

Fonte: https://upload.wikimedia.org/wikipedia/commons/thumb/5/56/Sergeant_York_%281941_poster%29.jpg/350px-Sergeant_York_%281941_poster%29.jpg Acesso em: 27/06/2022

 

A Segunda Guerra Mundial, conflito armado que ocorreu entre 1939 e 1945, deixou a Europa devastada e marcou a história do mundo no século XX. Os meios de comunicação são uma das ferramentas que serviram de arma política durante a guerra, em especial o cinema.

A rádio e jornal eram os principais meios de comunicação da época, trazendo informações não só do próprio país como também de outras partes do mundo. O cinema também foi um grande aliado na transmissão de informações, já que antes das sessões habituais eram exibidos os chamados cinejornais, materiais fílmicos de curta duração nos quais eram exibidas notícias em vários setores, a exemplo da política e da economia.

Falando em cinema, a primeira exibição cinematográfica do mundo ocorreu em 1896, quando os irmãos Louis (1864-1948) e Auguste Lumière (1862-1954) exibiram em uma cafeteria de Paris, que viria a ser um dos principais pontos de lazer das pessoas nos anos seguintes. Aquela nova tecnologia trouxe aos espectadores presentes a sensação de que realmente estavam vendo o que estava sendo projetado, causando uma sensação de realidade.

Na obra intitulada A linguagem Cinematográfica, Marcel Martin diz que esse efeito é proposital, pois levava o público a se identificar com o que estava sendo projetado na tela, podendo conter cenas semelhantes do cotidiano como, por exemplo, pessoas passeando na rua ou um trem em movimento. Não demorou muito para essa nova arte chegar ao Brasil, conquistando o público brasileiro.

O primeiro-longa metragem foi exibido no Brasil em 1914; a partir disso, as pessoas passaram a frequentar os cinemas, que eram acessíveis à maioria da população. Como já citado anteriormente, o cinema foi visto como uma arma política para líderes mundiais exporem seus ideais à população, o que se intensificou durante a Segunda Guerra. Alguns exemplos são Adolf Hitler (1889-1945), líder do Partido Nazista, e o então presidente do Brasil Getúlio Vargas (1882-1954).

Passando agora para produção de filmes, os avanços tecnológicos e a chegada do cinema com som fizeram com que os filmes hollywoodianos se tornassem uma referência cinematográfica, principalmente no Brasil, onde a população prestigiava bastante os filmes norte-americanos. Além disso, eles continham mensagens ou posicionamentos políticos contidos neles de forma discreta.

Alguns longas que carregavam essas mensagens foram os filmes A Enfermeira Edith Cavell (1939, Herbert Wilcox), com Anna Neagle (1904-1986) no papel principal, e Sargento York (1941, Howard Hawks), filme que ganhou o Oscar de Melhor Ator pela interpretação Gary Cooper (1901-1961) no papel principal.

Sargento York é um filme biográfico que conta a história de Alvin York, um jovem fazendeiro do estado do Tennessee que passa a integrar ao exército estadunidense quando os Estados Unidos entram oficialmente na Primeira Guerra Mundial em 1917. York enfrenta um sentimento de recusa por não concordar com o enfrentamento.

A Enfermeira Edith Cavell traz a história da enfermeira de mesmo nome que, após presenciar a invasão alemã em Bruxelas, passou a ajudar soldados aliados e prisioneiros de guerra a fugirem para a Holanda, mas Cavell acaba sendo presa em 3 de agosto de 1915 acusada de traição e é executada por soldados da artilharia alemã em 12 de outubro de 1915.

Ambos os filmes fazem uma referência a impressões dos Estados Unidos em momentos diferentes da guerra. A Enfermeira Edith Cavell faz uma alusão à imagem que os Estados Unidos têm em relação à Alemanha, uma nação fria e impiedosa que não pensa duas vezes antes de matar. Já Sargento York traz a neutralidade do país em relação à guerra que acontecia na Europa naquele período.

Mais que uma forma de lazer e entretenimento, o cinema também serviu como uma importante arma política, pensada justamente para atrair o foco das pessoas que se deslocavam de suas casas para assistir aos últimos lançamentos nos horários disponíveis. Não é possível saber se o cinema continuará existindo no futuro, mas nos tempos atuais as pessoas podem desfrutar de uma boa sessão cercada de modernidade.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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