Barbary e o banzo curul.

O Governo do Presidente Bolsonaro segue colecionando críticas da “opinião publicada”.

À parte tanto esforço em denegri-lo, os aplausos dos nacionais prosseguem na sua trilha onde deixa bom rastro.

A passada do Presidente, invejando todas antes dele, ousa percorrer o país sem máscaras, nem medos, ao desabrigo junto ao cidadão comum, mostrando a críticos e aliados ser o Mito um homem normal sem fidalguias, nem exibir falas de demagogia.

Porque a demagogia vigeu sem freios quando os partido ditos populares e de esquerda se diziam ideais aliados aos trabalhadores.

Não eram eles os únicos amigos fiéis da classe obreira e dos hipossuficientes em geral, essa palavra usada de modo indecente que serviu para esconder sua locupletação com os recursos púbicos, sangrando uma pátria que ressonava ao seu ninar bem distraída, sem perceber que era tão subtraída em suas, e só deles, tenebrosas e ruinosas transações.

Porque tais agremiações, longe de alento concederem ao operariado trabalhador, arrebanhavam os preguiçosos em geral e os inimigos do esforço em particular, prometendo-lhes o céu na terra via legislação.

Todavia, por desvalia consequente de sua pregação em pior vilania, o comum despreparo virou moda e esperança de luz.

Numa sociedade que banira o esforço e o estudo, a capacitação e a pertinácia substituídas, enquanto resquício tardio de burguesia, pela suprema heresia de ousar, e ousar apenas, não ter medo de ser feliz, o resultado se faria calamitoso, trágico por décadas!

Porque a vida não é canção e a “felicidade é como a pluma que o vento vai levando pelo ar”…,

E, mais ainda, por real elegia e realidade: A felicidade do pobre parece / A grande ilusão do carnaval / A gente trabalha o ano inteiro  / Por um momento de sonho / Pra fazer a fantasia / De rei ou de pirata ou jardineira / E tudo se acabar na quarta-feira”.

Assim, eis que chegamos às cinzas de muitas quartas-feiras vencidas, isso após dezesseis anos de descalabro nacional em roubos e más andanças, no federal, no estadual e até no municipal; um desastre!

Um desastre tamanho que, país afora e até aqui dentro, os políticos se alimpam de própria fuligem fugindo dos partidos que se endeusavam comunistas, todos agora mudando de nome, envergonhados, e até mesmo a estrelinha bonitinha do PT, antes garbosamente exibida para muito mal gosto por uns amigos meus, hoje está rejeitada como pragas de Asmodeu, o príncipe demoníaco dos judeus.

Quanto ao finado Partido Comunista Brasileiro, aquele que se achava “Partidão” , e que após a queda do Muro de Berlim, virou PPS, Partido Popular Socialista, agora implicitou e escondeu o sonho Socialista, virando “Cidadania”, o que não é nada, por tolice e anodinia.

Mas, voltemos ao PT, afinal vem sendo pintado como o canceroso preferencial da ocasião, aquele que se enrubescendo de não ser mais feliz, também não ousa dizer o que fez, nem o que pretende agora refazer, mesmo com os seus próceres falecidos sendo lembrados, só porque não fica bem, nem convém, deles não falar bem.

Refazimentos ao largo, todavia, sem abrigos de pálios ou chapéus, eis pelo país afora o Presidente Bolsonaro sendo ovacionado acima e abaixo, desgrenhando o espinhento mar sertão, e por que não falar deste imenso “desertão”, onde não chega ninguém , nem suspiro, em farto desprezo, por perdido e esquecido?

Quem agora vadeia securas e rasgaduras da Catarina e do gigantesco planalto Jalapão, senão o Presidente Capitão?

Colossal mundão de Deus, nunca, jamais, em tempo algum tão palmilhado, do Mestre Espigão ao Tumucumaque, alguém o fez antes do Mito, desde a cunha inserida por Euclides entre o chuvoso litoral e o seco estival ressequido?

Por acaso alguém vadeou melhor pelos florais rosáceos, despetalados por Joãos anônimos, Guimarães, onde muitos Diadorims e Riobaldos, bem o sabem como o “xenófobo sociopata” e o “homofóbico” Jair Messias, o que lhes é ideal e verdadeiro, por complemento e satisfação, se felicitando ainda, e sobremodo; “por bem não lerem o que mal agouram do capitão em tantos sujos jornais”?

Somos, todos os que o aplaudem, homófobos, genocidas e tarados, somos desmatadores de florestas, poluidores dos mares e piromaníacos infames?

Contem outra piada!

Digam que não existe coivara, que só existe má fé criminal, falem também que não há combustão natural de florestas, e tudo isso é sujeira da ciência, mesmo que se pesquise o ciclo do carbono e do oxigênio, o seu equilíbrio e combinação!

E por que então falar em “resgate de carbono”, se o vegetal em seu ciclo também morre e seca, vira lenha, vira cavaco, pega fogo, em fogo-fátuo, e da cinza tudo renasce?

Se deste cinzar nada restar, volta a pergunta imbecil; por que fazer em mal cio o “resgate de mata”, se a floresta uma vez morta nunca se regenera?

Ah, meu Deus, como é difícil a tarefa do agricultor, daquele que lavra a terra, “sameia a pranta”, faz “a limpa”, e afasta a lagarta para depois colher o legume!

E em tantas facas de rotos gumes, por que esse povo que tanto empesteia rios e mares só pensa no aquecimento global?

Como a sujeira, por fogo-fátuo só existe na vilania de  alguns por queixume e opinião, agora mesmo, a fuligem e a sujeira vem exaradas via abaixo-assinado de Ex-chanceleres sem exceção, que em conjunto querem expressar uma opinião “Ex Cathedra”, incontestável, por ridícula!

É como se estivéssemos a reviver o dito por Bertolt Brecht pela incúria dos abafos de Galileu Galilei, afinal “Eppur se muove!”, a terra não é imóvel, se move, transita e gira, mesmo que os doutos da Cúria dissessem o contrário com a autoridade suprema imposta com ameaças de fogueiras, pelas “Santas Escrituras”.

Vale repetir Brecht, porque cada tempo tem seus mestres que não se reforçam em Tales e outro Euclides, tão pitagóricos, quão pouco gongóricos, a quem é preciso repetir, santas palavras por eternas; “A soma dos ângulos de um triângulo independe do que pensa a Cúria”.

Porque nesta disúria senil destes Ex-Chanceleres, hoje meros bastonetes virais, eu lhes pressinto o cheiro acre da invídia pela perda senil da cadeira curul, aquele trono de marfim onde se assentavam os juízes da velha Roma, o mesmo assento  parecido, que ressuda ainda palaciano, por Itamaraty lembrado e consagrado, onde se espicharam e se espreguiçaram, por tanto tempo, tais missivistas chalaceiros.

Esquecem estes vetustos senhores, que nesta mesma invídia por queixa, os anima igual pensar a Ricardo II, o rei destronado por Bolingbroke, nas palavras de Shakespeare, ao saber que o seu cavalo, Barbary, única e pessoal montaria, bem se acomodara sendo cavalgado por aquele que lhe usurpara o trono inglês, se fazendo rei no seu lugar como Henrique IV.

E até por chalaça e avacalhação, o comparo e a zombaria da sela servem bem porque é notável o diálogo de Ricardo II, o rei destronado, com um seu cavalariço que bem cuidava de seu cavalo malhado, imortal restado, Barbary:

 

Ricardo –

     Bolingbroke montou em Barbary?

     Pois diz-me amigo, como se comportou debaixo dele?

Cavalariço –

     Tão vaidoso que desdenhava o chão.

Ricardo –

     Por levar Bolingbroke nas suas costas!

     O aguado que comeu da minha mão,

     A mão real que o honrou com carinhos.

     Nem sequer tropeçou? E nem caiu –

     Pois todo orgulho cai – para quebrar

     O pescoço do usurpador montado?

     Perdão, cavalo! Por que hei de ofendê-lo,

     Criado para respeitar os homens,

     E carrega-los? Eu não sou cavalo,

     Porém carrego carga de jumento,

     Surrado pelo alegre Bolingbroke.

 

Ó, que terrível! a curul “Itamaratiana” tão saudosa, por palaciana, dos Chanceleres reclamantes, serve garbosamente agora ao ministro Ernesto Araújo, que cometeu para eles um “crime de lesa-pátria” recebendo em solo de Roraima o americano Mike Pompeo, Secretário de Estado dos Estados Unidos.

Entretanto, o grande problema não é o cavalo Bolingbroke, um cavalo é só uma boa montaria apenas, se for bem amansado.

O problema é o vasto pensar equino nacional, que em lembranças pueris da Guerra Fria, ainda gosta de se esgoelar: “Yankee, go home!”.

O que me faz voltar a minha infância e adolescência onde o melhor mote a recitar era demonizar o imperialismo americano instigado por Moscou,

E o curioso é que os corifeus desse hino subiram na vida com essa verve, que lhes serviu excelentemente para conquistas e emolumentos, hoje sobrando-lhes muito lamento, afinal não mais enganam tantos para o seu contento.

Eis então os Ex-chanceleres exaltando seu descontentamento como colegiais em abaixo-assinado, à espera do seu deferimento necessário; ao lixo!

Porque o Mike, qualquer Mike, para tais spoilers Chanceleres, deve continuar mal recebido, em terra-pátria sendo mal engolido inclusive o Mickey Mouse, aquele rato sagaz, bem sorridente, da Disney.

Interessante é que, na História desse mesmo Itamaraty, tão exaltado por tais Ex-Chanceleres, o Brasil recentemente colheu farta crítica universal.

Quem não lembra que alguns nos trataram como  “anão diplomático”, outros enalteceram nossos balanceios e rebolados dizendo que “não nos destacamos por juristas, mas por nossas exuberantes dançarinas”?

Verdades mais destacadas que a careca do Rio Branco Barão e os arroubos alados do Barbosa Rui.

Mas, com toda bossa dos carecas, o que lhes parece atordoar é a fossa; a (des)importância por senilidade desses Ex-Chanceleres, uma consequência de quem fenece e se sente apodrecer.

E nesse perecer compulsório, lastimam o individual e coletivo desmame, por corretivo necessário de seu hoje inútil exercício funcional; daí o “otium cum dignitate”, para todos e nós em comum.

Com toda dignidade e sem dizer que aquilo que nada mais é, também não é o nada, o Itamaraty dos tempos bolsonarianos não lhes deu resposta, destinando aos missivistas, coletivamente revoltados, o silêncio merecido.

Melhor foi deixa-los no seu compreensível banzo curul.

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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