João Pessoa (PB): visitá-la por dez motivos

Praia de Cabo Branco

Grande parte dos turistas que vão a João Pessoa (PB) procura o litoral como principal atrativo. O Tô no Mundo conferiu o patrimônio histórico da terceira capital mais antiga do país, fundada em 1585, possuidora de um centro histórico de encher os olhos de quem gosta de construções antigas.

Igreja do Carmo, um dos patrimônios da cidade que merece a sua visita

Em apenas um quarteirão, o turista apreciará as preciosidades arquitetônicas das companhias franciscanas, carmelitas e beneditinas. E mais: o centro histórico é Patrimônio Cultural e Artístico do Brasil, com mais de 11 igrejas tombadas pelo Iphan, por seu valor paisagístico e cultural, e com prédios que datam de mais de 400 anos, erguidos no estilo barroco, rococó, maneirista, colonial e art-nouveau. Mas para quem gosta de unir história, gastronomia e litoral, João Pessoa se revela como uma boa opção, com praias estreladas, também nos municípios vizinhos como o Conde e Cabedelo, além da primeira praia do Brasil destinada à prática do naturismo: Tambaba. À noite, a arte da culinária com ingredientes do sertão é unanimidade nos bares da orla de Tambaú. Vamos conferir?

Bessa e Manaíra

Praia de Manaíra ao fundo do Hotel Tambaú, um marco da cidade

Ao primeiro olhar, o Bessa é um bairro exclusivamente residencial, mas logo-logo a quantidade de restaurantes, bares e pousadas indicam que o turista também poderá fazer bom proveito da região litorânea de lá. A noite há alguns pontos badalados com casas de shows e espaços para paquera, a exemplo do Bessa Grill.

O calçadão beirando a orla e a faixa de areia continuam do Bessa até Manaíra e não modificam muito. O mar é propício ao banho, mas na maré alta há ondas de forte intensidade.

Praia de Tambaú durante o dia é sol e areai, durante a noite, burburinho nos bares e feiras

De Manaíra seguindo no sentido Ponta do Seixas chega ao hotel Tambaú, símbolo de João Pessoa. A noite é onde acontece o burburinho nas feiras de artesanato, gastronômica, food trucks, restaurantes com música ao vivo e cafés.

Caso esteja hospedado por lá, vale a pena acordar cedinho e tirar as primeiras horas do dia para observar o cotidiano em uma caminhada de Tambaú até a praia de Cabo Branco. São cerca de 5km de calçadão com estrutura boa, equipamentos de lazer e de atividade física.

Feirinha de Tambaú

De comidinhas a artesanato pode ser encontrado na Feirinha de Tambaú

Na orla da praia de Tambaú há três grandes feirinhas de artesanato e comidinhas, uma delas localizada em um centro de artesanato com boa estrutura e que é aberto durante todo o dia, já que a feirinha da orla só acontece no período noturno.

O calçadão fica disputado, à noite, quando turistas se aglomeram para ouvir um bom forró ou apreciar da arte paraibana. Não deixe de visitar a feirinha de gastronomia com seus pratos bem típicos, à base de ingredientes do sertão. A manteiga de garrafa, os queijos, as carnes de caprino e ovino, a galinha de capoeira ou caipira, a carne de sol, os doces de frutas regionais, a castanha do caju, o amendoim… Os caldos chamam atenção pelos nomes exóticos, mas com gosto parecidos: de Quenga, de Cabeça de Galo, de Gororoba.

 Gastronomia paraibana – Rubacao

Carne de sol com nata reina na culinária paraibana

É pretensão resumir a gastronomia paraibana, mas diria que muitos dos seus pratos se baseiam nos ingredientes do sertão, que vão desde os queijos, manteigas artesanais, até os cortes de carneiro e bode. O Rubacão preparado com pedações de carne de sol ou charque, embebecidos com creme de leite, queijo caolho e em alguns locais, feijão verde, é um dos carros-chefes em bares e restaurantes, além de ser tradicionalmente recheado de sabor nordestino.

Rubacão com pirão de leite

Em outros locais do país, o Rubacão ganha variações ou nomes diferenciados, a exemplo do tradicional feijão tropeiro de Minas Gerais, do Arribacão servido em Sergipe ou do Baião de Dois, um misto de arroz com feijão verde, acompanhado de pedações de carne seca.

Embutidos de carneiro e cabra fazem parte da gastronomia

A carne de sol desfiada com nata também está presente nos diversos restaurantes de cafés regionais. O prato é servido com arroz branco, pedações de macaxeira frita e a tradicional manteiga de garrafa.

Praia de Cabo Branco

Praia de Cabo Branco

É na faixa de areia de Cabo Branco onde os turistas mais procuram o binômio sombra e água fresca, regado a um mar azul que varia sua tonalidade, a depender da maré e da intensidade do sol.

Em Cabo Branco fica uma das mais belas vistas do traçado arquitetônico moderno de João Pessoa. Os arranha-céus cortam o horizonte da praia e avista, ao longe, um belo pôr do sol. Pertinho dali fica a praia do Seixas, com o farol do mesmo nome e o Estação Cabo Branco – Ciência, Cultural e Arte, um projeto de Oscar Niemeyer inaugurado em 3 de julho de 2008 construída no bairro do Altiplano Cabo Branco com a missão de levar, gratuitamente à população, cultura, arte, ciência e tecnologia.

Calçadão da Praia de Cabo Branco bom para prática de esportes e caminhadas

O projeto saiu do papel, mas não conseguiu atingir seu objetivo. Os turistas agradecem a Niemeyer por proporcionar mais uma obra extraordinária a ser observada. Pertinho dali também fica o modernoso Centro de Convenções da Paraíba.

Complexo histórico dos Carmelitas

Igreja do Complexo do Carmo é uma das mais belas

Ao menos nas ruas da Cidade Alta, localizado entre as ruas General Osório, Duque de Caxias e Visconde de Pelotas, a preferência é que o trajeto seja feito a pé para não deixar os detalhes despercebidos.

Sacristia do Convento São Franciscano

Inicie pela suntuosidade do complexo dos Carmelitas. Na praça Dom Adauto ficam as igrejas de Santa Tereza da Ordem Terceira e Nossa Senhora do Carmo. O trabalho em azulejaria portuguesa é de encher os olhos em sintonia com as imagens barrocas. A história do local não é muito clara, pois, com a invasão holandesa, muitos documentos se perderam, mas o traço da construção em estilo barroco, em pedra calcária é um dos monumentos mais visitados.

Em frente ao conjunto fica um casario pouco preservado, mas com fachada coberta por azulejos portugueses. É uma imponente construção que também chama atenção dos olhares mais atentos.

Convento de São Francisco

Bem próximo dali fica o conjunto arquitetônico dos franciscanos, à direita. Símbolo de João Pessoa, a praça São Francisco compreende o maior cruzeiro da América Latina, o convento e a igreja de Santo Antônio construídos, em 1589; a Capela da Ordem Terceira de São Francisco; a Capela de São Benedito; a Casa de Oração dos Terceiros (Capela Dourada); o claustro da Ordem Terceira, constituindo um dos mais notáveis testemunhos do barroco no Brasil.

O altar-mor da igreja está totalmente destruído, mas a imponência da construção e de suas pinturas ilusionistas fazem deste local um dos pontos indiscutíveis de ser visitado na capital paraibana.

Convento São Francisco

Entre os destaques da Igreja de Santo Antônio também está a sala do coro, harmoniosamente valorizado com móveis em mogno, vista panorâmica da igreja e pintura ilusionista, acompanhada de uma verdadeira obra de arte sacra: o Cristo Crucificado com pés abertos, um dos únicos exemplares no país.

Uma das capelas do Convento de São Francisco

O conjunto de casarios no entorno dão um charme ao patrimônio histórico são-franciscano, a exemplo do casarão da Academia Paraibana de Letras, a frente, entre outros casarões.

Complexo Beneditino

Igreja de São Benedito

Descendo a ladeira do São Francisco fica a Casa da Pólvora, e ali perto o antigo e imponente prédio do Colégio Nossa Senhora das Neves, com uma estátua da santa bem ao centro da praça, além da Catedral Basílica de Nossa Senhora das Neves, mais a frente.

A basílica atual é a quarta igreja construída no mesmo local, devido às invasões holandesas. A atual não é considerada um monumento artístico, mas sua importância está no fato de ser a Catedral das Neves, remontando ao nascer da cidade. Na rua à frente da basílica fica um conjunto de casarios coloridos e tombados. É considerada uma das primeiras ruas da capital paraibana.

Um pouco mais à direita da rua fica o conjunto arquitetônico dos beneditinos. Formado pela igreja e pelo mosteiro, o conjunto foi construído sob invocação de Nossa Senhora do Monte Serrat, em estilo barroco beneditino, iniciado em 1590. A porta central da igreja impressiona pela harmonia e beleza de formas, apesar da arquitetura sombria.

Largo de São Pedro

Hotel Globo e vista da igreja de São Pedro

A Igreja de São Frei Pedro Gonçalves foi construída em 1843 com influência eclética. A edificação é parte integrante do conjunto arquitetônico disposto no largo homônimo. O prédio passou por uma restauração em 2000. O diferencial está na sua localização, próxima ao Rio Sanhauá, e nas ruínas soterradas embaixo da igreja.

Em 2 de dezembro de 1998, o Largo de São Frei Pedro Gonçalves – onde se inclui a Igreja, o casario e o Hotel Globo – foi tombado pelo Governo da Paraíba. O Iphaep passou a ser o guardião da área, não permitindo que seja modificada sem que antes haja uma prévia autorização do seu conselho deliberativo. Ao longo dos tempos, a proteção vem possibilitando que o Largo de São Frei Pedro Gonçalves possa ser reconhecido pelos mais velhos e também pelas gerações mais jovens.

Complexos de casarios

Nesse mesmo ano de 1998, técnicos voltaram ao passado, realizando prospecções arqueológicas e um minucioso trabalho de recuperação dos traços arquitetônicos originais da Igreja de São Frei Pedro Gonçalves. O trabalho durou cinco anos (até 2002). Durante as descobertas arqueológicas, foi encontrado um mapa do capitão-piloto Manuel Francisco Granjeiro, publicado no códice beneditino de 1692, que indica a presença de uma pequena capela edificada na colina do Varadouro. Dentro do templo é possível ver o que parece resquícios de sua antiga edificação em pedra calcária e em menor escala, o que leva a crer que o atual templo na verdade foi uma reconstrução do antigo templo que ali havia. Sua revitalização só foi possível graças ao trabalho da Oficina-Escola de Revitalização de Patrimônio Cultural de João Pessoa. Atualmente a igreja é aberta todas as manhãs para visitação de turistas e fiéis de um modo geral e com missas regularmente.

Parque Lagoa Sólon de Lucena

Lagoa Sólon de Lucena no centrão de João Pessoa

Um dos atrativos da capital paraibana, vale a pena percorrê-lo por ser um agradável passeio à beira da lagoa e pelas obras de arte que realçam o local. Fincando em pleno Centrão de João Pessoa, o Parque era um antigo pântano, inaugurado em 1922. Seus canteiros e obras foram aos poucos ganhando a forma que tem hoje, principalmente, em 1940 quando o célebre paisagista brasileiro Roberto Burle Marx deu um tom expressivo da sua arte com várias espécies de árvores do bioma da Mata Atlântica, como ipês, paus-brasis e acácias, além de um extenso bambuzal.  Contudo, os ipês-amarelos são as árvores que mais chamam a atenção do público em virtude de suas tradicionais floradas, vistas de setembro e novembro de cada ano.

Escultura a Pedra do Reino em homenagem a Ariano Suassuna

Em 2010 o parque ganhou a escultura a ‘Pedra do Reino’, com 8,5 metros de altura feita de cerâmica, aço e concreto. A criação do artista plástico pernambucano Miguel dos Santos retrata um trecho do livro homônimo do escritor, teatrólogo e poeta paraibano Ariano Suassuna, sobre o imaginário do povo brasileiro. Portanto, vale a pena uma visita.

Praia de Tambaba, no Conde

Praia de Tambaba um das mais belas
Falésias de Tambaba boa para o surf

Uma das mais belas praias da região, Tambaba é a primeira praia oficial de naturismo do Nordeste. Considerada várias vezes por revistas especializadas como a praia mais bonita da costa nordestina, o status pode ser conferido ainda ao longe, de cima.

Tambaba

Uma enseada com falésias dá as boas-vindas aos visitantes, até chegar a um penhasco onde se pode ver a extensão da praia. Na primeira parte – pequenina, com pedras e piscinas naturais de águas verde-azuladas – não é permitido o naturismo. Já na segunda, ficar como veio ao mundo é obrigatório. Caso contrário, não se pode ultrapassar o posto de fiscalização que dá acesso à área dos nudistas.

Ao primeiro olhar, percebe-se que as poucas estruturas de lojinhas e restaurante tentaram manter a rusticidade e preservar a natureza. Falésias, pedras e matas se misturam, formando um cenário único de beleza.  Reserve um dia para conhecê-la e desfrutar do cenário paradisíaco e único de Tambaba.

Dicas de viagem

Partindo de Aracaju, a dica é contratar um agente de viagem. Para conhecer essas belezas a Verdear Turismo disponibiliza um pacote no período de 6 a 9 de fevereiro, por investimentos especiais. Consulte as promoções e valores através do número de telefone  (79) 3303-6436 ou 79 99144 5698 ou na própria sede da agência situada na R. Rosário, 465 A – Santo Antônio, em Aracaju, das 8h às 12, das 14h às 18h.

Vista da Ponta do Seixas por outro ângulo

Nas principais agências de João Pessoa o city tour pelas praias do Conde passam por Coqueirinho e Tambaba, ao preço médio de R$ 120. Há também um roteiro de buggy pelo litoral, passando pela Ponta do Seixas, praia do Amor, Coqueirinho, a preços negociáveis. A dica é contratar um guia local com cadastro no Ministério do Turismo, pechinchar o valor e seguir para um dos litorais mais belos do Brasil.

Procure a Agência Guia Mundo Turismo que o proprietário e guia de turismo Genilson Pessoa, que o visitante terá à disposição o melhor para receber bem e ficar informado sobre os pontos turísticos paraibanos. O telefone é 83 98855 9796 (OI) ou 83 99670 7601.

Veja também a matéria da jornalista Sylvia Leite sobre a Pedra do Ingá, localizada a 100km de João Pessoa. 

Fotos: Silvio Oliveira

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