Ser ou não ser; Bundão!

O Presidente Bolsonaro, incomodado com uma pergunta capciosa de um mau jornalista, disse-lhe que bem gostaria de encher-lhe a cara com sopapos.

Se não ia esmurrar; não devia confessar desejo.

Sempre pega mal, professar o bom ou mau anseio.

E o mau gosto restou pior, porque ao prometer e não cumprir, deu a muitos, um vasto deleite para  rolar à vontade, como suínos na pocilga.

Porque a finalidade do repórter era provocar, jamais esclarecer ou iluminar.

Era emporcalhar o noticiário…

E realmente, a coisa restou tão porca que o Presidente sem solfejar um ré bemol, por recuo, resolveu subir o tom, muito além dos acordes sustenidos esperados; chamou-os de “bundões”, cara-a-cara, ao microfone, em alto e bom som, sem máscaras e sem distinção ou ressalva.

Como sempre esperado, foi uma repulsa geral, dos pasquins aos jornalões, sem falar das televisões e todas as ondas radiofônicas, que sem exceção e sem modular moderação, execraram como vil e suprema heresia, todos se considerando hipossuficientes atingidos, verdadeiros menores em amplo arrimo, a requerer sem o merecer, defesas e defesos, comiserando um mínimo de respeito e consideração.

E eu não entendi o desapreço, com tantos “bundões” se assumindo assaz ofendidos e vilipendiados.

Porque ser um “bundão”, que eu saiba, não é possuir aquelas nádegas avantajadas, predicado adiposo aderente aos que vivem assentados nos glúteos e se movimentam pouco.

“Bundão”, pelo que sei, é atributo jocoso dado àquele soldado que foge da luta.

E dizendo assim, quem não se pensa um “bundão”, ou quem não bancou um “bundão” nessa corrida desenfreada em amplo medo do Covid?

Não entendi a ofensa.

Eu mesmo só me ofenderia se me chamassem de corno, veado ou ladrão, mas isso virou grande mérito. Coisas da modernidade, ou de falta de vergonha, sob pena de vulnerabilidade punitiva, que dá até medo imaginar, em tanta solidariedade excessiva.

Se é proibido proibir e interditar a discussão, o assunto execrado sobremodo foi  o Presidente enxergar na imprensa o que nela não deve ser visto, nem explicitar.

Todos bem sabem, que o Presidente pode dizer o que quiser, que a imprensa, sem isenção, o rebaixará, desmerecendo-o.

E ele continua deitando e rolando, em terreno próprio e sem porfiar handicap favorável, desancando-a anos e meses a fio, mostrando-a tola e bronca, por vil, incompetente e desonesta.

Agora mesmo, em funesta reflexão, pensavam que o Mito estava nocauteado entre as cordas no pau do canto do ringue, glosando porque lhe desferiram um soco, na sua Michele, bem amada, insinuando nela uma venalidade pior em pérfida corrupção.

E o Presidente sapecou-lhes, neles todos, um jeb rápido que os deixou grogues, choramingando.

E haja choro!

E haja bundinhas tremelicando invocando cobranças de um respeito imerecido…

Merecidamente ou não, direi que bundinhas ou bundonas, todos as temos.

E que ninguém se afirme diferente ou incomodado, com tanta explicitação nadegal, afinal todos a carregamos, sujas ou limpas, por melhor gosto, grandes ou pequenas, ou a contragostos.

Para novos desgostos, sabemos que se o round presidencial bem encerrou, a luta ainda não teve fim. Irá continuar, todas as semanas, vendendo jornais, lamentavelmente!

Quem torce e retorce contra o Mito, desde sempre, saiu mais uma vez, e de novo, para variar, mal tragando-o, entredentes, enquanto os que gritam a favor do Presidente, restaram efusivos e sorridentes, pedindo bis!

Em desfavor de todos, está infeliz o Brasil, que nunca caminha em paz.

Imagem obtida do YouTuber Tiago Sampaio, colhida na internet. Um trabalho notável testemunhando coisas importantes deste país, que acontecem sem destaque na imprensa.

Agora mesmo, sem rádio e sem notícia das terras incivilizadas, explodiu a adutora da transposição do Rio São Francisco, lá na barragem de Jati, no ressequido Ceará, sem ninguém divulgar, nem chamar atenção, um fenômeno bastante estranho em tanta ferragem expandida e mal explicada.

Se procurarmos outra estórias na nossa História, sem “Bundão” ou com muitos deles, o vilão é o formador de opinião, aquele que desconstrói e nada erige.

Bateando-se nestes vastos brasis, em tantos descaminhos, aí estarão escondidos os verdadeiros “Bundões”!

E assim, eu paro por aqui, enquanto “Bundão”, também. Por quê não o seria?

Em verdade, o que eu pretendia mesmo era discorrer sobre um dilema nacional, bem maior do que aquele de Hamlet, o príncipe louco do reino pervertido da Dinamarca, qual seja: o de “Ser, ou não ser; “Bundão”. Isso não é questão!

O texto acima se trata da opinião do autor e não representa o pensamento do Portal Infonet.
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