Nove lugares para assistir ao pôr do sol em Salvador

Salvador, capital da Bahia, é uma das capitais onde o sol têm plateia para reverenciá-lo quando ele deixa o dia e da espaço para a noite.

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Quando o dia dá passagem para o entardecer e encontra a noite, o Astro Rei se despede em grande estilo sobre tradicionais pontos turísticos da capital baiana: Salvador da Bahia. 

De “camarote”, a plateia aguarda o pôr do sol e muitas vezes o aplaude. Salvador, capital de todos os baianos e quem a adota como Cidade-Mãe, cada vez mais ovaciona o espetáculo natural. E não é por acaso. A observação do pôr do sol em solo soteropolitano virou tradição por ser uma das únicas capitais que onde o sol se põe no horizonte do Atlântico, devido à sua localização estratégica, virada para o Oeste.

O Tô no Mundo revisita a Cidade da Alegria, agora com o Pôr do Sol como ator principal, tendo como palco os atrativos da bela capital soteropolitana e cita aqui nove lugares para assistir ao pôr do sol em Salvador.

Na cidade, há dezenas de mirantes e locais emblemáticos, particulares e públicos, como a ladeira da Barra, o Museu de Arte Moderna Solar do Unhão, a Encosta da Vitória, o Porto da Barra, o Forte de São Diego, a Ponta do Humaitá, entre vários outros cafés e restaurantes que tem a vista para a Baía de Todos os Santos no histórico bairro do Santo Antônio Além do Carmo. O Terrasse da Aliança Francesa, na ladeira da Barra, a Marina Bahia ou até mesmo a disputada mureta da praia do Porto da Barra. Todos são opções bem agradáveis. Há também os mirantes e muretas no bairro do Bomfim, com a praia da Boa Viagem e a Ribeira Vejamos aqui algumas dicas:

1 – Museu de Arte Moderna da Bahia (Solar do Unhão)

Museu de Arte Moderna

Disputada, a vista do pôr do sol à beira da Baía de Todos os Santos na charmosa área externa da construção histórica virou atração. A antiga fazenda de senhores de engenho denominada de Solar do Unhão fica entre a comunidade Gamboa de Cima e Gamboa de Baixo, próxima de uma pequena faixa de areia incrustada na proximidade do atual Museu de Arte Moderna da Bahia, localizada na av. Contorno. Em algumas datas, principalmente na temporada de verão, o sol se põe ao som de shows de cantores baianos.

Praia do MAM

Vale a pena chegar antes, escolher um local agradável, ver o contorno e traçado urbano da prainha da Gamboa, e, ao final aplaudir e pedir que ele volte para mais um majestoso espetáculo. Aprecie também as praias exclusivas entre prédios da avenida 7 de Setembro.

Salvador (BA): Cidade Baixa e alta gastronomia

2 – Porto da Barra

Porto da Barra

Mais tradicional praia urbana, o portal da Barra, além de ter uma boa infraestrutura, há também o burburinho, a paquera e o mais aplaudido pôr do sol. Breve faixa de área banhada pela Baía de Todos os Santos, limita-se pela encosta da Ladeira da Barra, passando até o Farol da Barra pela fortaleza de Santa Maria (agora com café), com enseada de águas calmas, temperatura agradável, bastante propício ao banho de mar.

Porto da Barra

É lá onde a turma jovem e descolada aguarda o final do dia para ver um dos mais festejados pôr do sol. Ao final do espetáculo que não demora a se concretizar, aplausos para que no outro dia o sol volte com todo seu esplendor.

3 – Farol da Barra

Um dos mais conhecidos cartões-postais de Salvador também é um dos camarotes mais preferidos pelos turistas que desejam aguardar a despedida diária do sol. Como o Farol da Barra fica encrustado no local elevado, seus jardins se transformam em arquibancada natural, principalmente no fundo da construção. A dica é chegar cedo e relaxar para ver o espetáculo. Para curtir ainda mais, não deixe de caminhar pelo recém-inaugurado calçadão até o Cristo.

4 – Ponta do Humaitá

Ponta do Humaitá

Com as bênçãos do Senhor do Bonfim e o axé dos orixás, fitinha em punho e água benta como souvenir, a praia da Boa Viagem lhe aguarda para também ver o pôr do sol. Em qualquer lugar da região, a despedida é um privilégio, por ter a vista da Baía de Todos os Santos a partir da praia e uma das mais belas vistas de Salvador. Para a esquerda ou para a direita, há atrativos que não devem ser deixados de lado. Ao seguir para a direita do Forte de Monte Serrat, observa-se o mosteiro e a igreja de Nossa Senhora de Monte Serrat, datados do século XVI, além do farol de Humaitá.

Farol de Humaitá

A pequena península do Humaitá que se prolonga sobre a Baía de Todos os Santos é onde se tem uma das vistas mais apaixonantes da cidade. É de lá que se deve observar um belo pôr do sol com Salvador ao fundo. Há um restaurante num casarão da localidade, onde mesinhas são distribuídas na calçada. Também é gratificante observar o prédio e as edificações do Batalhão Naval. A vista sem sombra de dúvida é privilegiada e fica a 8km partindo do Mercado Modelo em direção ao bairro do Bomfim.

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5 – Bairro Rio Vermelho

Rio Vermelho

O bairro famoso pela boemia e por lá estarem as mais tradicionais quituteiras da Bahia, como Cira, que servem os tradicionais acarajés, abarás, bolinhos de estudantes, passarinha e doces, o Rio Vermelho é uma boa pedida para quem quer agregar gastronomia, noite e pôr do sol.

A Colônia de Pescadores, onde está a Casa de Iemanjá, e o Mercado do Peixe, são bons locais para se apreciar o pôr do sol. Depois, não deixe de degustar dos famosos acarajés da região e sentar em uma das mesas dos bares nos largos, porque a noite o burburinho só está começando. Há também a oportunidade de quem está hospedado em um dos hotéis da região de apreciar o contorno do pôr do sol de cima se despedido de Salvador.

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6 – Rua do Carmo

Santo Antônio Além do Carmo

O “Além do Carmo” é surpresa para quem só tem o costume de visitar o Pelourinho até o largo do Pelô. Rua que fica após a Ladeira do Carmo, localizada no bairro Santo Antônio Além do Carmo, a localidade é um convite a sentar-se em um dos cafés e aproveitar a vista da Baía de Todos os Santos com a Cidade Baixa.

O bairro abriga a Cruz do Pascoal e muitos bares ao redor dela. Boêmio, festeiro e conservado, o local tem atraído bons cafés, restaurantes, pousadas e espaços culturais, muitos deles com sacadas ao fundo com vista exclusiva para a Baía.

Quem se hospeda no antigo Convento do Carmo e hoje um hotel de luxo poderá ver o espetáculo de uma de suas janelas, mesmo assim, a melhor vista continua sendo por traz dos casarões da bela rua do Carmo.

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7 – Mercado Modelo

Visitado por 80% dos turistas que passam por Salvador (BA), o Mercado Modelo é quase que unanimidade quando se fala em compra de artesanato e vista para a Cidade Baixa. Localizado entre tradicionais cartões-postais da capital baiana, a exemplo do elevador Lacerda, entre outros, o mercado foi originalmente construído para ser a Alfândega, mas logo se viu a necessidade de ter um centro de abastecimento onde a população pudesse adquirir hortifrúti. Hoje a destinação é completamente turístico-cultural, abrigando também muita história para contar, a exemplo da série de incêndios e vandalismos (1917, 1922,1943,1969 e 1984). 1922 e 1969 foram os mais graves reduzindo o mercado aos andares subterrâneos, hoje esse espaço fechado à visitação.

No primeiro andar o artesanato comanda as vendas, que variam desde pequenos souvenires de esculturas dos orixás, bonecas vestidas de baiana, berimbau, cachaças e objetos de arte. No segundo o artesanato dá lugar ao banquete baiano composto por moquecas, vatapás, bobos, xinxins e acarajés.

O cheiro aguça o paladar neste pedaço de Salvador onde a baianidade é exposta para o mundo onde reinam os tradicionais restaurantes Maria de São Pedro, com oitenta anos de existência, e o Camafeu de Oxossi. Manda a tradição clicar a bela vista da Baía de Todos os Santos, do avarandado do prédio.

8 – Feira de São Joaquim 

Feira de São Joaquim a vista da Baía de Todos os Santos

Dos diversos locais de Salvador (BA) onde a baianidade é tão evidenciada, nenhum deles é tão cheio de vida como a Feira de São Joaquim, localizada entre os bairros Comércio e Calçada. A antiga Feira de Água de Meninos se debruça à beira da Baía de Todos os Santos. É referência para o povo de santo na compra de produtos religiosos; para a compra dos ingredientes que compõem os mais tradicionais pratos da culinária baiano; ou até mesmo somente flanar por vielas e bater um papo. Ao final da tarde, as mesas que ficam nos restaurantes à beira da Baía são bastantes disputadas, mas lembre-se: por conta da pandemia a feira só fica aberta até as 18h.

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9 – Ribeira

Uma cidadezinha que cabe na metrópole. Assim pode-se definir a grosso modo o que o bairro da Ribeira é para a capital soteropolitana. E para a alegria dos turistas, não há grandes prédios, nem grandes monumentos, mas um belo pôr do sol sob a Baía de Todos os Santos, conhecidos sorvete e pastel, praias e belos casarios coloniais. Localizado na Cidade Baixa, no entorno das baías de Itapajipe e de Todos os Santos, a 7km do Mercado Modelo, entre os bairros Bonfim, Massaranduba, a Ribeira cada vez mais atrai turistas e entra em definitivo nos roteiros turísticos de Salvador.

Em sua orla, na avenida Beira-Mar fica a Praia da Ribeira, onde existem diversos restaurantes e barzinhos, perfeitos para sentar, beber e degustar petiscos da culinária baiana.  Ao final da avenida fica a Pedra Furada, com vista para a Ponta de Humaitá, mais um belo cartão-postal de Salvador. A Ribeira é, sem dúvidas, um atrativo da Capital de Todos os Santos com todas as suas baianidades.

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Na Bagagem

Todos esses pontos são atrativos turísticos da capital baiana, fáceis de chegar e com bom acesso. Alguns locais são particulares, como os cafés da rua do Carmo, mas valem a pena a entrada e a consumação enquanto aguarda o espetáculo.

O MAM é gratuito e voltou a abrir essa semana por conta da pandemia. Vale a pena também conhecer a praia da Gamboa de Baixo.

Todos esses atrativos podem ser feitos em união com roteiros pela região, a exemplo do Pelourinho, que por se só já é um atrativo.

Vale a pena passar um turno no Santo Antônio Além do Carmo.

Há um grande número de pedintes e vendedores, a exemplo de colares e fitas do Senhor do Bomfim. O assédio é grande e não se preocupe se um deles fez cara feia por ter ouvido um “não”. Para que o assédio não seja maior, a dica é dizer realmente que não quer comprar.

Para se chegar ao bairro do Bomfim, passa-se por bairros fora do circuito tradicionalmente turístico, mas que vale a atenção, como a feira de São Joaquim, as obras sociais de Irmã Dulce e algumas igrejas seculares. Escolha a tarde para conhecer a região da praia de Boa Viagem, do forte, da igreja de Bom Jesus, inclusive o Santuário do Bomfim. No fim da tarde vá para a Ponta do Humaitá e é só aguardar.

Gastroterapia

A Moqueca baiana de camarão do Mistura Fina

O acarajé, o abará, a pititinga, as moquecas com azeite de dendê, entre outras iguarias são tipicamente representadas na culinária baiana como o arrumadinho, constituído de feijão de corda cozido com especiarias e temperos, farofa de alho, com carne de sol ou charque e paio. A diferença do arrumadinho para o desarrumadinho, como o nome já diz, é que um vem arrumado e o outro vem tudo “junto e misturado”.

Pititinga do Daqui do Alto

O “Daqui do Alto”, na rua do Carmo, serve o arrumadinho em uma telha de barro para até quatro pessoas, ao preço de R$ 45. Há também a possibilidade de servir com um picadinho de cebola com tomate, tipo vinagrete.

O prato é tradicional nos botecos de Salvador e pode ser encontrado também em outras freguesias, como na rua da Mouraria, no bairro de Nazaré. Uma igreja no centro e circundada de vários bares e restaurantes para o “baiano raiz”, mas que os “intrusos turistas” se fartam da gastronomia baiana ou simplesmente de pratos à base de frutos do mar.

No restaurante Mistura Perfeita, a dica é a salada de polvo de entradinha. Farta e ao bom custo benefício, serve até três pessoas. Também há opções de quebradinho de caranguejo com entrada para a tradicional moqueca baiana de camarão. Muito recomendado pelo sabor e custo/ benefício.

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Fotos: Silvio Oliveira

Instagram: @silviotonomundo

Face: @tonomundo

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