Caso Design: advogada da vítima vê contradições em depoimentos

A advogada teve acesso ao inquérito na última quinta–feira, 17, após fazer uma solicitação à Secretaria de Segurança Pública (SSP) (Foto: Arquivo Pessoal/Facebook)

Em um primeiro encontro realizado na manhã desta segunda-feira, 22, no Ministério Público Estadual (MPE), a defesa da família de Clautenis José dos Santos afirmou que após ter acesso ao inquérito da morte do design percebeu que havia muitas contradições nos depoimentos prestados à polícia. Segundo a advogada de defesa, Laura Lustosa, as contradições do motorista de aplicativo foram as que mais lhe chamaram atenção.

A advogada teve acesso ao inquérito na última quinta–feira, 17, após fazer uma solicitação à Secretaria de Segurança Pública (SSP). Após fazer a leitura dos autos, Laura classificou o inquérito como “raso e com poucos depoimentos”. “O que me chamou a atenção nos autos do inquérito foi o depoimento do motorista de aplicativo. Ele foi totalmente contraditório. Não sei se foi por nervosismo ou o que possa ter havido. Acredito que na justiça o depoimento dele há de mudar alguma coisa”, avalia.

Ainda segunda ela, o ponto-chave da contradição diz respeito às circunstâncias da morte de Clautenis (Foto: Portal Infonet)

Ainda segunda ela, o ponto-chave da contradição diz respeito às circunstâncias da morte de Clautenis. “O Leandro [amigo de Clautenis e que estava no veículo durante a abordagem policial] não teve contradição nenhuma em seus depoimentos. Ele relata que Clautenis foi morto dentro veículo. Já o motorista de aplicativo tem duas versões. Quem está falando a verdade?!”, questiona.

No que se refere às testemunhas ouvidas, ela também diz encontrar pontos que não se cruzam. “No inquérito encontramos testemunhas de ‘ouvir dizer’. Mas ‘ouvir dizer’ não é testemunha ocular que estava no fato. Há testemunhas que presenciaram toda dinâmica do crime e não consta nos autos do inquérito policial”, ressalta Laura. Diante dos fatos, ela diz acreditar nos encaminhamentos que o Ministério Publico pode ofertar. “Eu acredito na imparcialidade e na credibilidade do Ministério Público. Além do seu poder de investigação. Não é só a Polícia que investiga. O promotor também tem o poder de investigar”, destaca. “Eu torço por uma investigação com qualidade. Que se investigue de maneira mais profunda”, assinala.

MP

O motorista de aplicativo chegou a comparecer a sede do MPE, mas não foi ouvido. Um novo encontro foi remarcado, ainda sem data definida. O promotor do caso, Djaniro Jonas, informou que ainda não leu os autos do inquérito e que só irá se manifestar “no momento oportuno”. Segundo Jonas, ainda é cedo para qualquer parecer. “Por isso que as investigações estão sob sigilo. Para não atrapalhar o andamento do processo”, assinala.

por João Paulo Schneider 

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