Funcionários da Deso protestam contra privatização da empresa

Funcionários da Deso protestam contra MP 868 (Foto: Portal Infonet)

Funcionários da Companhia de Saneamento de Sergipe (Deso) fazem uma manifestação na manhã desta segunda-feira, 13, em frente a sede da empresa. O ato é contra a Medida Provisória 868/2018 que permite que os prefeitos dos municípios brasileiros autorizem a concessão de companhais de saneamento para empresas privadas sem que o projeto passe pelas Câmaras de Vereadores.

“Essa é uma luta antiga nossa, mas infelizmente a MP 868 já foi aprovada nas comissões e enviada ao Congresso, podendo ser votada a qualquer momento. Se essa MP virar um Projeto Lei os prefeitos terão total liberdade para conceder as companhias de saneamento as empresas privadas”, explica Sérgio Passos, secretário geral do Sindicato dos Trabalhadores na Indústria da Purificação e Distribuição de Água e Serviços de Esgotos do Estado de Sergipe (Sindisan).

A mobilização, que acontece em todo país, é uma forma dos funcionários chamar atenção da população sobre a importância das companhias de saneamento continuarem como estatais. Sérgio lembra que 280 cidades no mundo que privatizaram o serviço não obtiveram sucesso.

“O que nos preocupa é a questão do subsídio cruzado, ou seja, as cidades que dão lucro versos as cidades que não dão. Em Sergipe apenas 10 cidades dão lucro a Deso e estas mantém as outras que não dão, mas as companhias têm uma função social, o lucro é revertido em investimentos em reservatórios e adutoras, por exemplo. Nosso receio é saber se com a privatização as empresas vão manter essa parte social”, ressalta Sérgio que acredita que a periferia e os pequenos municípios sofrerão com a privatização porque não terão como operar o sistema.

Sérgio lembra que há 20 anos os investimentos nas companhias de saneamento por parte dos Governos Federal e Estadual foram reduzidos, a qualidade do serviço caiu, mas as companhias de saneamento desempenham um papel muito importante na sociedade. “ Apesar de todos os problemas, o setor privado tem muito interesse nas companhias de saneamento porque a água é o bem mais precioso. Queremos que o governo oferece condições de trabalho dignas aos trabalhadores e um serviço de qualidade a população. A água é um direito e não deve ser tratada como mercadoria, mas se houver a privatização é isso que vai acontecer”, alerta.

Por Karla Pinheiro

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