PM intercepta ato de mototaxistas

Mototaxistas estacionaram suas motos após intervanção policial
Revoltados com declarações do vice-prefeito Sílvio Santos, que na semana passada teria comparado a luta dos mototaxistas ao tráfico de drogas, e após o projeto que regulamenta a profissão ter sido barrado pela Câmara, representantes da categoria dos mototaxistas organizaram mais uma manifestação na manhã desta terça-feira, 22, pelas ruas da capital.

Mas o que era para ser apenas mais um dos atos de reivindicação da classe, se tornou uma grande confusão num dos cruzamentos da Desembargador Maynard, no bairro Cirurgia. Os mototaxistas foram interceptados pela Polícia Militar e a Guarda Municipal, e foram obrigados a estacionar suas motos numa das esquinas.

Cel. Iunes conversa com manifestantes e tenta acalmar os ânimos
De acordo com o comandante de Policiamento da capital, coronel Maurício Iunes, no início da manifestação os mototaxistas se envolveram em uma confusão com um motorista de ônibus e acabaram por depredar o coletivo. Segundo Iunes, os passageiros tiveram que descer do ônibus, que precisou ser substituído. “Reivindicar pode. Não pode é quebrar ônibus”, declarou Iunes.

Além desse problema, o coronel apontou outro motivo que levou a polícia a interceptar os mototaxistas. Segundo ele, a categoria deveria ter comunicado aos órgãos de segurança que estaria realizando uma manifestação como essa na capital, dessa forma, a polícia teria acompanhado a movimentação desde o início e evitado a depredação do ônibus.

Abuso de poder

Jeferson Ferreira diz que se sente humilhado com a situãção
Segundo o líder da categoria, Jailton Pereira, os policiais militares foram violentos na abordagem e chegaram a agredir os manifestantes com empurrões e ameaças. “Primeiro somos taxados como traficantes, agora somos interceptados como bandidos. Não tenho dúvidas de que alguém ordenou que a polícia viesse obstruir nosso movimento”, declarou Jailton.

Um manifestante que teve sua moto apreendida por estar com o licenciamento atrasado, Jeferson Ferreira dos Santos, disse que teve sua carteira jogada no chão por um dos policiais, e que ainda recebeu uma multa superior a R$ 1 mil pela irregularidade. “É uma situação muito humilhante. Estou revoltado, como pai de família, de passar por um constrangimento desses”, diz o mototaxista.

Segundo o sub-tenente Silvânio, o manifestante não poderia questionar a apreensão da motocicleta, uma vez que ela estava com o licenciamento atrasado, portanto impedida de circular nas ruas.

Deputado Venâncio Fonseca

Deputado Venâncio Fonseca e o líder do movimento, Jailton Pereira
Quem chegou em determinado momento da confusão foi o deputado estadual Venâncio Fonseca. Convidado pelos mototaxistas, o parlamentar disse estar perplexo com a atuação da polícia, que ele chamou de repressora e violenta. “Nunca imaginei tanta repressão no governo Déda. Estamos numa democracia ou na Ditadura?” questionou Venâncio.

Após a liberação da polícia e a apreensão das motos irregulares, os mototaxistas seguiram em direção à Assembléia Legislativa de Sergipe à convite do deputado.

Por Helmo Goes e Carla Sousa

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