Preço do milho afasta consumidores da Ceasa

Caminhões começam a trazer milho do interior para a Ceasa (Fotos: Portal Infonet)

"Hoje eu não vendi uma espiga de milho sequer”. A lamentação foi feita pela Srª Dinalva Melo, que comercializa milho verde na Central de Abastecimento de Aracaju (Ceasa). A reclamação quanto à procura ainda ‘acanhada’ por alimentos típicos dos festejos juninos é geral. A expectativa dos vendedores é de que a partir da quarta-feira, 22, a movimentação cresça. Por outro lado, os consumidores alegam que os preços altos são os responsáveis pela baixa procura.

Para se ter uma idéia, uma mão de milho [50 espigas] custa em média na Ceasa, R$ 15, uma espiga sai por 50 centavos e cinco por R$ 2. Os comerciantes não estão comprando milho no Estado de Pernambuco como fizeram em anos anteriores, mas adquirindo o produto principalmente no município de Umbaúba, quando pagam cerca de R$ 3 mil e 500 pelo caminhão.

“Eu vendo milho aqui na Ceasa há cerca de 20 anos, mas nunca vi um movimento tão fraco como agora. O bom é para o roceiro que sai com o dinheiro no bolso e a gente fica aqui ralando neste sol quente tentando ter um lucro, mas até agora nada. Tomara que os fregueses comecem a aparecer, porque tá fraco demais”, lamenta o Sr. Cícero Max do Nascimento que mora na Barra dos Coqueiros e todos os dias vende na Ceasa.

Sr. Cícero Max está procupado com a baixa procura pelo milho verde

Ele disse ainda que não compensa mais comprar o milho de Pernambuco. “Aqui nós temos milho demais este ano e com isso a aquisição é mais barata. Em Pernambuco, a mão sai por R$ 22 e aqui em Sergipe, a gente compra de R$ 12 para baixo, o que dá para ganhar mais um pouquinho, assim mesmo porque a gente vende para padarias. Este ano tá difícil vender para as casas de bolo, pois o milho tá todo novinho, molinho, quase não vem milho duro, melhor para fazer bolos”, ressalta Cícero Max.

A vendedora Dinalva Melo contou que já teve prejuízos, pois comprou grande quantidade do produtos e não conseguiu vender tudo. “Dizem que está caro, mas ano passado, a mão custava R$ 40. Hoje estamos vendendo 50 unidades por R$ 18 e até mesmo R$ 15, um milho muito bom e a procura é isso aqui que vocês estão vendo. Tomara que melhore, apesar de que não vou recuperar o prejuízo de mais de R$ 3 mil”, destaca a vendedora.

Dinalva já contabiliza prejuízos

O Sr. João Tavares estava fazendo uma pesquisa de preços. “Hoje está muito caro, mas tenho certeza que na próxima quarta-feira, isso aqui vai ter milho demais porque a safra foi muito boa e com isso, os preços vão cair. Estou na esperança de comprar a mão por R$ 8”, afirma otimista o consumidor.

Amendoim

O amendoim é um alimento que não falta na mesa dos sergipanos durante os festejos juninos. Mas os preços altos começam a afastar os consumidores. Na Central de Abastecimento de Aracaju, o amendoim é muito procurado, mas os preços estão mesmo salgados.

O vendedor Adson Cláudio traz o amendoim do município de Itabaiana. Ele contou à reportagem do Portal Infonet que a movimentação está abaixo do esperado.

Adson Claúdio espera que as vendas melhorem já a partir desta terça-feira, 21

“Aqui o movimento tá fraco, fraco, as vendas não estão boas, mas esperamos que melhorem a partir desta terça-feira, 21. Tenho certeza que a procura maior será na quinta-feira, véspera do São João, pois o amendoim é uma tradição nas festas juninas. O pessoal reclama dos preços, mas não dá para vender mais barato. A latinha está por R$ 2, a medida de madeira pequena está por R$ 7, a média está por R$ 12 e a maior, sai por R$ 18”, enfatiza Adson Cláudio.

Por Aldaci de Souza

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