Representantes de Capela pedem auditoria nas contas da maternidade

Representantes dos municípios se reuniram com os conselheiros do TCE (Foto: Portal Infonet)

Representantes do município de Capela e Nossa Senhora das Dores estiveram na manhã desta segunda-feira, 11, no Tribunal de Conta do Estado (TCE/SE) para solicitar apoio do órgão na luta contra o fechamento do Centro Obstétrico Leonor Barreto Franco, conhecido como maternidade de Capela. Os representantes pediram uma auditoria nas contas da maternidade.

“A maternidade é regional, atende há nove municípios, e hoje representantes da Câmara Municipal de Capela e Nossa Senhora das Dores, e funcionários da maternidade vieram buscar junto ao TCE para que de forma clara, transparente, a gente possa saber o custo real do funcionamento da maternidade de Capela. Como o TCE é um órgão de controle, viemos fazer essa solicitação. A reunião foi satisfatória, o TCE se comprometeu a nos ajudar nessa luta, afinal estamos falando de vidas”, explica Silvany Mamlak , prefeita de Capela.

O presidente do TCE, conselheiro Ulices Andrade, orientou os vereadores e gestores presentes na reunião para que protocolem o pleito direcionado à presidência da Corte, assegurando que daria celeridade no encaminhamento do trâmite, remetendo-o ao conselheiro Luiz Augusto Ribeiro, que é o responsável por fiscalizar a área da saúde estadual.

A representante da Comissão de Direito Médico e Saúde da Mulher da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB/SE), explicou que é preciso protocolar um documento solicitando a instauração do procedimento de auditoria. “Hoje mesmo vou fazer o documento, conforme fomos orientados, e amanhã estarei protocolando o pedido junto ao TCE”, adianta Marília Almeida.

Atendimentos

Prefeita de Capela afirma que reunião no TCE foi satisfatória (Foto: Portal Infonet)

Quanto a baixa quantidade de partos realizadas na unidade de saúde mensalmente, a prefeita de Capela explicou que há demanda, porém, constantemente plantões são fechados na unidade. “ Capacidade nós temos a partir do momento que os plantões estão completos. Têm semanas que a gente tem dois plantões funcionando. Existe um prejuízo para meu município de Capela, porque as vezes o município chega a dar três viagens com uma paciente em trabalho de parto pelo Estado porque os plantões estão fechados”, critica.

Silvany acredita que é preciso fazer o reordenamento da rede materna do Estado de Sergipe, e entende que como se trata de um atendimento específico as mulheres, o recurso pode ser otimizado. A gestora afirma que o caminho não é fechar a maternidade. “Hoje nós temos 258 grávidas em Capela. Para onde vai essa demanda? Nós temos que ter o transporte dessa gestante que é o Samu, mas, temos apenas ambulância básica, e temos que ter leitos reservados para o município de Capela. Por isso acredito que o reordenamento da rede é necessário para maternos o serviço de atendimento a mulher funcionando com qualidade”, diz.

Vereadores de Dores também querem auditoria nas contas da maternidade (Foto: Portal Infonet)

Vereadores de Nossa Senhora das Dores, município vizinho a Capela que depende do atendimento da maternidade, também estiveram presentes na reunião pedindo uma auditoria nas contas da maternidade. “A saúde alega que um parto custa R$ 200 mil, e que hoje realizam poucos partos na unidade, apenas 12 por mês se não estiver enganado, mas há alguns anos o número de partos era bem maior. Queremos entender os valores gastos nessa maternidade que é muito importante para região. Se ela fechar as portas, só em Capela e Nossa Senhora das Dores mais de 60 mil pessoas serão prejudicadas”, lamenta.

Por Karla Pinheiro

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