Sergipe perde 70% dos potenciais doadores por negativa da família

Percentual de famílias que negam doação de órgãos de parentes mortos é considerado alto (Foto: Pixabay)

No último levantamento da Central de Transplante de Órgãos foi apontado que 70% das famílias, em média, negam a doação de órgãos de familiares falecidos em Sergipe. O percentual considerado aceitável pela Organização Mundial da Saúde é de 40%. De acordo com a Central, quando a morte é encefálica ou por parada cardiorrespiratória, há a possibilidade de doação de órgãos (no primeiro caso) e córneas (no segundo), mas a doação esbarra, muitas vezes, nessa negativa da família. Segundo Benito Oliveira Fernandez, coordenador da Central de Transplantes, a falta de informação em alguns casos prejudica bastante.

“No caso da morte encefálica, tem famílias que acreditam que a doação dos órgãos vai ‘terminar de matar’ o familiar, o que não é verdade. As pessoas associam o coração à vida, mas é a cabeça que determina se você está vivo ou morto. E de qualquer forma, sempre são realizadas três avaliações antes da possível doação: duas clínicas e um exame complementar, com intervalos de uma hora. É um diagnóstico seguro e feito por mais de um médico”, explica o profissional.

Atualmente não há cadastro de doadores de órgãos, ou seja, a doação só é feita com autorização de familiares de 1º ou 2º grau após a morte. Por isso Benito explica que uma forma de contornar esse percentual de negativa é que as pessoas sinalizem a vontade de doar os órgãos ainda em vida. “A gente sempre aconselha para que conversem com os familiares sobre a sua vontade de doar órgãos. As chances de salvar uma vida vão subir consideravelmente”, frisa.

Em Sergipe, por enquanto, só são realizados transplantes de córneas e coração. Há atualmente 191 pessoas aguardando por uma córnea nova na fila de espera da Central de Transplantes, e uma pessoa aguardando por um coração. Demais órgãos doados por sergipanos são destinados à central de Brasília-DF e priorizados para filas de espera dos estados da região Nordeste.

Doação em vida

Existe também a possibilidade da doação de órgãos como o rim e pedaço do fígado em vida, além da medula óssea. Neste último caso, após a doação, em 90 dias o organismo recupera todo conteúdo doado. Nos casos do rim e fígado, segundo Benito, o paciente doador conseguirá levar uma vida normal, mas com mais cuidados médicos.

Por Ícaro Novaes

Portal Infonet no WhatsApp
Receba no celular notícias de Sergipe
Clique no link abaixo, ou escanei o QRCODE, para ter acessos a variados conteúdos.
https://whatsapp.com/channel/0029Va6S7EtDJ6H43FcFzQ0B

Comentários

Nós usamos cookies para melhorar a sua experiência em nosso portal. Ao clicar em concordar, você estará de acordo com o uso conforme descrito em nossa Política de Privacidade. Concordar Leia mais