Ministro da Justiça participa de evento em SE

Evento aconteceu na sede da OAB/SE
A sede da Ordem dos Advogados do Brasil, secção Sergipe, foi palco de uma sessão de julgamento da Comissão Nacional de Anistia do Ministério da Justiça.  Na ocasião, foram anistiados 33 sergipanos.  Entre os homenageados, o ex-deputado estadual e ex-prefeito de Aracaju, Antônio Viana de Assis, o ex- governador João de Seixas Dórea e o sindicalista Milton Coelho, que perdeu a visão em sessões de tortura no período da ditadura militar. Outros processos continuarão em andamento, reivindicando indenizações que variam de R$ 55.800 a R$ 166 mil.

A solenidade contou com as presenças do ministro da Justiça, Tarso Genro, do presidente da Comissão de Anistia, Paulo Filho, governador Marcelo Déda, presidentes nacional e regional da OAB, Cézar Brito e Henriclay Andrade, além de várias representantes da sociedade civil. 

Ministro Tarso Genro homenageia Viana de Assis
“A Comissão de Anistia se reuniu aqui em Sergipe para reparar as injustiças praticadas contra 33 sergipanos. Hoje estamos homenageando três ícones, o ex-governador Seixas Dórea, preso durante o golpe militar, Viana de Assis, à época deputado estadual, cassado em decorrência de um discurso na Assembléia Legislativa e o sindicalista Milton Coelho, barbaramente torturado no regime militar, inclusive perdendo a visão”, ressalta.

Homenageados

Dos três homenageados, o ex-governador Seixas Dórea não pôde comparecer e foi representado na solenidade por Viana de Assis. “Sempre é bom a gente ver o reconhecimento por termos defendido as reivindicações do povo. À época fomos cassados e acusados de subversivos. Eu fui preso, tive o mandato cassado e fui considerado inelegível por 21 anos. Agora reconheceram que estou impune. Estamos vendo aqui em Sergipe, uma tarde histórica para relembrar o período em que o estado foi quase todo tomado pelo Exército”, relata destacando que as sergipanas Ana Côrtes e Laura Mangueira foram excessivamente torturadas.

Milton Coelho relembrou as torturas
Milton Coelho relembrou as torturas sofridas no período da ditadura militar, a exemplo de choques elétricos e pontapés.  “Espero que esse momento hoje seja revivido pelas novas gerações e que jamais seja repetido na história do país”, enfatiza.

Leis fora do papel

Citando D. Helder Câmara, o presidente nacional da Ordem dos Advogados do Brasil, Cézar Brito, afirmou ser ‘preciso que as leis saiam do papel e ganhem as ruas’.  “Vinte anos depois estamos aqui para que a nova geração não confunda anistia com amnésia. Não podemos esquecer o passado”, enfatiza acrescentando ter entrado com ação no Superior Tribunal Militar para que os arquivos do regime não sejam queimados.

Sem revanchismo

Sessão reuniu dezenas de pessoas
O ministro Tarso Genro disse em seu discurso que as gerações que não acompanharam as lutas de resistência precisam saber o que aconteceu. Quem não olha o passado, não sabe de onde veio e não sabe para onde vai. Não é revanchismo.  Os torturadores, hoje com 70 ou 80 anos não vão mais para a cadeia mas serão expostos na sociedade, se cometeram atos abruptos contra os seus semelhantes, enquanto as pessoas torturadas estão aqui, tendo orgulho do que fizeram”, acredita o ministro.

Já o governador Marcelo Déda afirmou que “a tortura ofende a dignidade humana duplamente, pois antes de desumanizar a vítima, o torturador já desumanizou a ele próprio. Esses homens e mulheres que estão aqui lembrando a ditadura não temeram o fogo ou mesmo se temeram não se renderam a ele. Ditadura é uma palavra de fogo, de fel e de dor. Como disse Ulisses Guimarães, eu tenho ódio, ódio e nojo à ditadura”, finaliza.

Por Aldaci de Souza

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